Perdemos há poucos dias a competente professora Martha de Aguiar Falcão, educadora amazonense de excepcionais qualidades, que deixa uma grande lacuna nos quadros educacionais do nosso Estado. Além de suas atividades de magistério na UFAM, foi mestra de escol, pesquisadora e assistente social, com uma história de relevantes conquistas.
Sua trajetória de vida foi marcada pela coragem e perseverança na busca da consecução de suas ideias de vanguarda, sobretudo como ambientalista. Foi sempre vencedora ao enfrentar dificuldades de toda ordem, inclusive órfã de mãe ainda neném e de pai aos 12 anos, teve que trabalhar muito cedo para custear seus estudos.
Ingressou na Escola de Serviço Social de Manaus, onde iniciou sua carreira para se tornar mais tarde professora. Graduada em Serviço Social e Química, era mestra em Botânica pela UFAM e pelo INPA, e foi pioneira na luta pela preservação das riquezas da Amazônia. Exerceu o magistério por 50 anos e notabilizou-se por sua incontida veneração à natureza, cujas pesquisas permitiram-lhe descobrir novas espécies da Amazônia, tornando-se cientista reconhecida mundialmente. Foi defensora intransigente do desenvolvimento sustentável, que busca suprir as necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.
A bela cerimônia religiosa realizada em sua homenagem representou um congraçamento entre familiares e amigos, fortalecido pela fé e pelo agradecimento de todos aos inestimáveis serviços prestados por Martha Falcão.
Vem de longa data a justa congratulação à importância do exercício do magistério. Humberto de Campos, escritor e jornalista maranhense, atribuiu a D. Pedro II a afirmação de que: “Se não fosse Imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar os homens do futuro”. A realidade comprova que os estudantes bem-sucedidos dependem muito mais dos bons professores do que colégios e equipamentos requintados.
Na medida em que a vida passa, percebe-se a nítida impressão de que estamos sendo paulatinamente vítimas de um sentimento de desamparo, pelo desfalque gradativo de pessoas queridas e de extrema relevância para a sociedade. Faz grande falta a perda da convivência de figuras eminentes e de grande desempenho em prol do bem comum e por uma melhor coexistência social. Cumpre admitir que ficamos mais órfãos com a perda irreparável da professora Martha Falcão e nada mais justo realçarmos o reconhecimento e a gratidão por sua valiosa contribuição à juventude e aos amazônidas, como professora, cientista prestigiada e considerada mundialmente.
Conforta-nos de certa forma a amizade com seus filhos e netos, especialmente com Nahum e Jeannette, ex-alunos da Escola Técnica Federal do Amazonas, Nelson Falcão, colega de magistério da ETFA, Nelly Falcão, conceituada pedagoga e mestre em Educação que terá a missão de preservar e desenvolver o importante legado deixado pela grande mestra com o apoio incondicional do Diretor Geral das suas instituições educacionais Geraldo Pio de Souza.
Como na canção cantada por Eliana “Ao Mestre com carinho”, também agradecemos todos de coração as suas lições professora Martha Falcão, e afirmamos, igualmente como na música, que foi legal ter você conosco ao longo de 87 anos. Muito obrigado por tudo, e descanse em paz.
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