Manaus, 1 de julho de 2025

Sociedade brasileira, cansada e humilhada, diz basta ao mar de lama!

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O Brasil vive momento dos mais críticos de sua história. A luta de classes está configurada. Pobres contra ricos. Ricos contra pobres. Minorias étnicas contra maiorias ditas das elites brancas. Esquerda contra direita. Na verdade, os choques sociais estão se verificando devido aos discursos radicais liderados pelo ex-presidente Lula da Silva, que não conseguiu se desvencilhar das camisetas com retratos de Che Guevara que usava quando liderava reuniões de sindicatos ou em passeatas enfurecidas contra o processo de redemocratização, contra Tancredo, contra a Constituição de 1988, que se negou a assinar. O mesmo Pt que renegou o Plano Real, as privatizações, a Lei de Responsabilidade Fiscal e as reformas do sistema financeiro.

O Pt estimulava o “Fora FHC” enquanto denunciava os 300 picaretas que se alastravam no Congresso Nacional, onde, como deputado federal, pouco comparecia e quase nada produziu. O mesmo Pt e o mesmo Lula que ameaçam incendiar o país com “os exércitos do MST”. O MST que invade propriedades rurais, promove quebradeiras em fazendas, destrói máquinas agrícolas, plantios e bancos genéticos em laboratórios de pesquisa de valor incalculável. Na mesma linha, aliás, do estado islâmico que, por sua vez, arrasa obras de arte e tesouros arqueológicos considerados pela ONU patrimônio da humanidade.

O então metalúrgico Lula da Silva venceu a eleição derrotando José Serra em 2002, assumiu em 2003, sem qualquer ameaça de seu antecessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso. Foi, no entanto, obrigado a assinar a Carta ao Povo Brasileiro (garantindo respeito à democracia, aos contratos e aos direitos de propriedade), única condição para viabilizar a sustentação de sua candidatura, tal o nível de radicalização adotado pelo Pt e seguidores naquele período. Já naquela época o Pt e os partidos aliados, enquanto ameaçavam a dívida externa com calote,  fortaleciam sua insana fúria de poder. A palavra de ordem: o poder a qualquer preço, o poder que não conseguiram assumir pelas armas guerrilheiras. O poder que galgaram em eleições absolutamente livres e que não admitem em hipótese alguma ceder à outra força democrática que se proponha a aperfeiçoar as instituições e moralizar o governo.

Na verdade,  as revoltas de hoje, como a recente mobilização dos caminhoneiros, diferem do ambiente político de 1964. É motivada pela parcela da sociedade que paga impostos, que produz e acredita na democracia, nas liberdades, na alternância do poder; que rejeita o insano bolivarianismo chavista, tal qual o “estado islâmico”, tolerado e covardemente estimulado pelos governos do Pt e sua base aliada; que é contrário ao aviltamento do Itamaraty, que atrasa alugueis e salários no exterior, e que o vem reduzindo a patética, inútil e despersonalizada figura de hoje ao se aliar a ditaduras e se posicionar contra as forças democráticas ocidentais, aliados históricos do Brasil..

Alguns alegam que o panelaço de domingo à noite foi uma reação de “varandas gourmet”, da “elite branca” contra a classe pobre “hoje no poder”.  A reação da sociedade na verdade não tem cor, religião ou partido político. A vaia recebida por Dilma Rousseff no estádio do Corinthians quando do jogo de abertura da Copa do Mundo não teve nada de burguês, como também a supervaia de que foi vítima segunda-feira de manhã cedo no Anhembi.

A reação é amplamente popular. Para comprovar isso, duvido que a presidente da República junto com Lula da Silva tenham coragem de sair às ruas, ir a algum restaurante (bandejão serve), a um shopping center, mesmo a um jogo de futebol no Recife, Salvador, Natal ou em qualquer outra cidade do Nordeste, principal reduto eleitoral do Pt.

Nem alguns presidentes da ditadura militar foram tão impopulares, menosprezados, apupados publicamente quanto os do Pt. Getúlio Vargas era idolatrado pelos trabalhadores, os pobres desamparados, aos quais legou a CLT e outras importantes obras sociais, como a LBA, dirigida por sua mulher,  Darcy Vargas. Após seu suicídio, em 1954, mesmo tendo sido ditador durante o Estado Novo (1937 a 1945), período fortemente marcado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e exacerbado autoritarismo, o povo saiu às ruas em prantos pelo  “pai dos pobres”, como Vargas era conhecido.

Juscelino Kubistchek  foi o presidente bossa-nova, grande pé de valsa, risonho e carismático, adorado em todas as classes sociais. Em seu governo catapultou o Brasil rumo a uma economia industrializada a partir da siderurgia e da indústria automobilística. Processo que só veio a sofrer fortes reveses após 1961 com a renúncia de Janio Quadros, depois de meros sete meses de mandato, e o governo de João Goulart. Também marcado por forte radicalismo em virtude das concessões que vinha fazendo ao comunismo soviético e chinês, e à luta armada, à guerrilha urbana, ou do interior do país, cujo maior objetivo era a tomada do poder para implantar no Brasil a ditadura do proletariado. Um desastre que poderia ter levado nosso País a uma guerra e à ruína de nossa economia.

Jango, de personalidade fraca, vacilante, permitiu que as forças radicais de esquerda ateassem fogo no no interior do Nordeste com as ligas camponesas exigindo a reforma agrária, que nunca veio. Luta inglória, em vão, praticamente inútil, a não ser pelo ódio de classes fortemente disseminado. A verdade é que até hoje, com o Pt e as ditas “esquerdas” de hoje no poder, a reforma agrária não logrou êxito, permanece envolta em mistério. Os movimentos dos MST estão aí para comprovar essa realidade.

O camponês, o lavrador e também os pobres que vivem nos grotões urbanos, onde predominam a pobreza extrema, permanecem sem terra, sem apoio social, moradia, saneamento básico, educação, saúde, segurança pública, sem futuro. Futuro esse que as bolsas sociais não lhes garante porque o sistema governamental prefere, como os coronéis de barranco do passado, conservá-los manietados a esmolas oficiais que não  mostram a porta de saída.

Não resta dúvida de que esse tipo de subsídio meramente assistencial, de tão frágil envergadura e inconsistência programática de longo prazo não terá sustentação. A não ser de manter os grilhões da pobreza atados às mãos do governo como garantia de votos na próxima eleição. Até quando, não se tem a menor ideia. A única certeza é a de que a maioria das famílias sustentadas pelo bolsa família abandonou suas terras, suas lavouras e hoje engrossam imensos contingentes urbanos a espera do fim do mês enquanto jogam sinuca, dominó ou baralho nos botecos da vida.

O povo, enfim, está indo às ruas porque não suporta mais tanta corrupção e incompetência. O povo está indo às ruas em protesto ao calote eleitoral da presidente Dilma Rousseff aplicado em sua eleição, com Lula, e na reeleição do ano passado, graças a milhões de dólares provenientes, hoje plenamente comprovado, do mensalão do Pt, e agora da operação lava-jato, o maior e desenfreado esquema de corrupção jamais antes visto na história deste país. Suas vítimas são setores do próprio governo, as empresas públicas, o Congresso, o Judiciário e a sociedade indefesa.

Portanto, apoiar os movimentos sociais contra todo esse estado de desgoverno e de inanição moral é um dever do cidadão. A história está cheia de exemplos nesse sentido. Políticos que preferem teorizar, ensinar o que é impeachment e difundir conceitos outros, dadas as circunstâncias, improdutivamente; ou a prender-se a alertas sobre a inoportunidade e os riscos que envolvem esses movimentos, apenas revelam que estão convenientemente em cima do muro, amedrontados de se machucarem. Submissos, são igualmente, no mínimo, parceiros, solidários, cúmplices do crime que o governo vem cometendo contra as instituições, os bons costumes, as boas práticas de gestão, a moralidade e o respeito ao patrimônio público.

Como dizia o ex-presidente Abrahão Lincoln: “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”.

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