Manaus, 21 de novembro de 2024

Avenida Parque: Valorização do Espaço como Produto Históricocultural para A Promoção do Turismo Urbano no Município de Itacoatiara

Compartilhe nas redes:


*Walcilece Campos da Silva Valentim

Continuação…

O POTENCIAL DA AVENIDA PARQUE COMO LOGRADOURO TURÍSTICO

Mundialmente, a população das cidades exige serviços públicos essenciais que, no mínimo, tornem o ambiente em que se vive o mais confortável possível para os seus residentes. Quando o objetivo de uma localidade de desenvolver-se através do turismo, seu planejamento deve ser apropriado às potencialidades locais, no sentido de observar, valorizar e conservar os traços culturais presentes nas construções; além disso, é necessário organizar o espaço e aperfeiçoar seu uso atual. Sobre o planejamento físico, Boullón (2002, p. 72) esclarece que:

[…] é uma técnica que pertence às categorias experimentais do conhecimento científico. Sua finalidade é o ordenamento das ações do homem sobre o território, e ocupa-se em resolver harmonicamente a construção de todo tipo de coisas, bem como em antecipar o efeito da exploração dos recursos naturais. (p. 72)

Os lugares turísticos são escolhidos e admirados, principalmente, por sua estrutura física, embora a paisagem, a cultura e a história local, também sejam aspectos motivadores para que o usuário se desloque e desfrute do lugar. Na maioria das vezes, esses elementos mencionados constituem o motivo condutor do viajante e despertam um renovado interesse no lugar visitado, pois são os elementos que compõem o espaço turístico, mas é necessário que estejam ordenados para que todos os seus detalhes possam ser captados pelo observador.

Com relação à percepção do espaço urbano, Boullón (2002, p. 193) enfatiza que:

[…], a percepção da cidade – principalmente quando esta ultrapassa os 20.000 mil habitantes – não é total e instantânea como a que se tem de um objeto alcançável de uma só vez, mas se realiza no transcurso do tempo, pela soma das imagens parciais que o espaço físico transmite e que o homem registra em sucessivas vivências (visão em série).

 

Para o autor, por meio de uma série de elementos que possuem formas, o homem é capaz não apenas de identificar, mas também reter essas imagens em sua memória e, partindo disso, segundo Boullón (2002, p. 193), “constrói-se a imagem da paisagem urbana”. Essa construção de imagens, que o habitante da cidade retém, irá funcionar como um mapa mental e servirá para orientá-lo no reconhecimento dos lugares por onde transita. Essas espécies de mapas mentais também são definidas por Kevin Lynch (1974, p. 47) apud Boullón (2002, p. 193) quando diz:

Parece haver uma imagem pública de cada cidade que é o resultado da superposição de muitas imagens individuais. Ou talvez o que exista seja uma série de imagens públicas, cada uma das quais é mantida por um número considerável de cidadãos. Essas imagens coletivas são necessárias para que o indivíduo atue acertadamente dentro de seu ambiente e para que coopere com seus cidadãos. Cada representação individual é única e tem certo conteúdo que só varia muito raramente ou nunca é comunicado, apesar de estar próximo da imagem pública, que, em diferentes ambientes, é mais ou menos forçosa, mais ou menos compreensível.

O mesmo autor, em seus estudos sobre A Imagem da Cidade (1977), discute o conceito de “legibilidade” do ambiente urbano sobre o qual se posiciona dizendo que uma cidade só é “legível” se puder ser “imaginável”. Entende-se, sob o ponto de vista dele, que é necessário haver clareza física na imagem para que ela possa ser compreendida e interpretada, de fato. Ainda na concepção do mesmo autor, existem cinco elementos da cidade que podem ser percebidos pelos seus usuários: os caminhos, os pontos nodais, os bairros, os limites, os marcos. Ao adaptar estes elementos para o turismo, Boullón (2002), define-os como: logradouros, marcos, bairros, setores, bordas e roteiros.

Dessa forma, existem muitas maneiras de se conhecer uma cidade, pois cada pessoa tem suas preferências na hora de sair às ruas em busca de se familiarizar com os elementos que compõem o ambiente urbano e os muitos bens e serviços que lhes são oferecidos para atender tais preferências. Assim, antes de discorrermos sobre o tema central desse capítulo, considerou-se importante discutir, mesmo que resumidamente, sobre a concepção dos elementos formadores da paisagem urbana, para contextualizá-los, mais adiante, com a Avenida parque não somente sob a visão de Boullón, mas também na de outros teóricos, pois, de acordo com as literaturas consultadas, esses elementos ganham denominações diferentes, mas suas funções são basicamente as mesmas.

Os logradouros para Boullón correspondem aos caminhos e pontos nodais de Lynch (1997). Trata-se de espaços abertos ou cobertos de uso público, em que o morador da cidade e o turista podem entrar e percorrer livremente como no caso dos parques, zoológicos, praças, galerias, centros comerciais, feiras, mercados, alamedas, entre outros elementos. O que diferencia os caminhos dos pontos nodais é que estes últimos têm natureza de conexão, como, por exemplo, um cruzamento de ruas ou uma esquina.

Quanto à concepção de marcos urbanos, Lynch (1997) define-os de duas maneiras bem distintas: na primeira, o elemento é visível a partir de muitos outros lugares e, portanto, a localização é crucial; e na segunda, fundamental é a existência de contraste local com os elementos vizinhos, podendo ser a variação no recuo e/ou altura; ao passo que Boullón (2002, p. 196-197) os marcos são objetos, artefatos urbanos ou edifícios que, pela dimensão ou qualidade de sua forma, destacam-se do resto e atuam como pontos de referência, tais como: um edifício enorme, um monumento, uma fonte, um cartaz de propaganda, uma igreja ou um quiosque de informação ao público.

O elemento marco urbano não é trabalhado por Lamas (2000), mas ele indica dois elementos importantes para identificar esta categoria: o monumento e a fachada. O monumento é um elemento urbano singular, de presença individual, configurado e posicionado na cidade pelo seu significado. Trata-se, então, de um dos elementos que fundamentam o princípio das permanências, pois persistem no tecido urbano e resistem a transformações. Além disso, sua existência vai além do desempenho de uma função, assumindo significados culturais, históricos e estéticos.

No que se refere à fachada, diz-se do elemento que evidencia a transição entre o mundo coletivo do espaço urbano e o mundo privado das edificações, pois exprime as características funcionais da edificação, além da linguagem arquitetônica, moldando a imagem da cidade. De um lado é o invólucro visível de uma edificação, e de outro o cenário que define o espaço urbano.

Convém afirmar que os marcos urbanos caracterizam-se pelos monumentos, construções, espaços ou conjuntos urbanos que sugerem a concepção de lugar, entendidos por uma grande parcela da população que vê neles uma referência física, cultural, histórica ou psicológica relevante para a construção do seu espaço existencial. Nesse conjunto, eles formam os elementos que demarcam o espaço urbano e sobre os quais se referência a totalidade construída para o restabelecimento de uma estrutura compreensível e significativa.

Nesse contexto, pode-se dizer que um marco significativo para um morador de determinada localidade nem sempre implica em marcos motivadores de fluxos turísticos, pois exigem familiarização com o meio, alcançada ao longo do tempo. Os marcos urbanos “gerais” podem ser “distantes ou próximos” e são normalmente mais perceptíveis pelos turistas, conforme a teoria desenvolvida por Boullón (2002). Os chamados marcos “locais” refletem o estudo dos elementos de Lynch (1997), que se referem ao observador enquanto morador de dada localidade.

Assim, os marcos “gerais” de Boullón (2002), dizem respeito à capacidade de visualização da paisagem na perspectiva do observador-turista, enquanto os marcos locais podem servir de referência espacial para situar os turistas, quando estes não constituem atrativos turísticos.

Em se tratando do elemento “bairros”, Lynch (1997) conceitua-os como espaços de uma cidade com uma extensão bidimensional. Na concepção de Boullón (2002, p. 202), bairros “são seções da cidade relativamente grandes, nas quais o turista pode entrar e se deslocar”. Assim como os logradouros e marcos, alguns bairros integram a lista de atrativos turísticos mais visitados em um centro turístico. Isso possibilita que se vejam, em seu interior, outros atrativos turísticos como uma igreja (marco), ou uma Avenida e um mercado (logradouros).

Ainda sobre essa discussão, Lamas (2000, p. 110) expõe que os elementos morfológicos identificáveis na escala bairro são: os traçados e praças, os quarteirões e monumentos, os jardins e áreas verdes. Nesta escala está embutido o que ele chama de “dimensão setorial” ou “escala de rua” onde são identificáveis os edifícios, o traçado e também a árvore ou a estrutura verde, o desenho do solo e o mobiliário urbano.

Ao discutir sobre a concepção dos setores, Boullón (2002, p. 205) aponta que “são partes da cidade substancialmente menores que os bairros, mas que têm as mesmas características destes” e, às vezes, não têm mais do que três ou quatro quadras. Geralmente, os setores são os fragmentos que permanecem de um antigo bairro, cujas edificações originais foram suplantadas por outras mais modernas, quando essa parte da cidade alcançou um novo valor comercial. Sob o ponto de vista turístico, convém dizer que os setores são muito importantes porque, se forem valorizados como de fato devem ser, podem servir para mostrar como foi, um dia, uma cidade ou um povoado, no passado, em sua fase máxima.

Os limites para Lynch (1997) correspondem às bordas apontadas por Boullón (2002, p. 208) as quais ele define que “são elementos lineares que marcam o limite entre duas partes de uma cidade”. Para ele, uma borda é um elemento fronteiriço, pois, além de separar bairros diferentes, quebra a continuidade de um espaço homogêneo e, pode, ainda, definir os extremos ou margens de partes da cidade. Nesse caso, as bordas a que os autores fazem referência podem ser categorizadas como fortes (um rio, uma via férrea ou uma autoestrada), separando as partes fisicamente; porém, podem também ser fracas (uma avenida, edifícios de alturas ou idades diferentes e ruas de larguras diferentes), separando as partes apenas visivelmente.

Finalmente, discute-se a definição de roteiro, mesmo que pouco abordada entre os estudiosos do turismo, embora existam pesquisas que fazem estudos de caso sobre o assunto; porém, são focadas em um roteiro específico e, não em um conceito definitivo do que seja roteiro. Contudo, apesar da dificuldade em se chegar a uma concepção definitiva sobre esse elemento, Boullón (2002, p. 209) conceitua os roteiros como sendo “as vias de circulação selecionadas para o trânsito turístico de veículos e de pedestres, em seus deslocamentos para visitar os atrativos turísticos e para entrar ou sair da cidade”.

Ressalta-se, ainda a definição apresentada pelo Ministério do Turismo – Mtur -, quando afirma que os roteiros são “itinerários caracterizados por um ou mais elementos que conferem identidade a determinada localidade”. A similaridade entre esses conceitos se dá pela existência de atrativos turísticos de grande valor histórico e/ou cultural em toda a extensão desses itinerários.

Esclarecidas as concepções dos elementos componentes do espaço urbano, bem como a descrição de suas respectivas características e/ou funções, na visão dos autores referenciados, houve a necessidade explorar, na prática as variáveis, correlacionadas ao potencial do objeto de estudo como logradouro turístico.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia, em um trabalho científico, é o ponto no qual se deve responder a questionamentos, tais como: Onde foi feito? Como foi feito? Por que foi feito? Nesta etapa, no projeto delineado para a realização da pesquisa, é que se indica o tipo de metodologia que deve ser utilizada, além de explicitar o motivo pelo qual ela foi escolhida. Tatim e Diehl (2004) mencionam que a metodologia pode ser definida como o estudo e a avaliação dos diversos métodos, com o propósito de identificar possibilidades e limitações no âmbito de sua aplicação no processo de pesquisa científica. Entende-se, desse modo, que a metodologia permite a escolha da melhor maneira de abordar determinado problema, tornando possível conhecer uma realidade específica, produzir um dado objeto ou desenvolver certos procedimentos ou comportamentos.Trata-se, portanto, de um tópico importante, que permitiu verificar, com mais precisão, os resultados alcançados durante a pesquisa, visto que os procedimentos metodológicos utilizados foram rigorosamente seguidos pelo pesquisador.

Considerando-se a temática desenvolvida neste trabalho, utilizou-se na metodologia a pesquisa qualitativa e quantitativa como forma de abordagem, pois ao mesmo tempo em que se buscou um aprofundamento mais extensivo sobre o tema, também foi necessário obter dados numéricos que foram coletados a partir da aplicação de questões de múltipla escolha, utilizando-se o formulário google forms, uma vez que a opção da pesquisa in loco, definida no projeto inicial, tornou-se inviável por causa do surgimento da pandemia da Covid-19, instalada em todo o mundo e, recorrer a outro método foi a solução mais adequada a essa nova realidade. Importa dizer que, ao passo em que a pesquisa qualitativa focou na descrição de todas as informações referentes à cronografia do objeto em estudo, a quantitativa teve por base as referências apresentadas em números que foram interpretados de acordo com as categorias analisadas nos resultados desse estudo.

Para Goldemberg (1999) a pesquisa qualitativa é uma técnica específica, mas uma análise holística onde se procura reunir o maior número de informações detalhadas, por meio de diferentes técnicas de pesquisa, com o objetivo de aprender a totalidade de uma situação e descrever a complexidade de um caso concreto. Todavia, através de um mergulho profundo e exaustivo em um objeto delimitado, o estudo de caso possibilita a penetração na realidade social, não conseguida pela análise estatística. Sobre a pesquisa ser quantitativa, Perez (2005) afirma que a esta vem a explicar o comportamento da população que se estuda. Por isso, fez-se necessário trabalhar, também, sob essa abordagem, a fim de se obter dados estatísticos mais expressivos, a partir da aplicação do referido questionário.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi definido como objeto de estudo o Canteiro Municipal Avenida Parque, no município de Itacoatiara-Amazonas, cuja população estimada é de 102.701 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, dados de 2020. Em atenção aos objetivos específicos, inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental que forneceu informações pertinentes à história da Avenida Parque, correlacionando-a com o processo evolutivo do município. A técnica utilizada foi a observação documental indireta, uma vez que por meio dela, pôde-se ter acesso a fotos, documentos oficiais, entre outros que subsidiaram a obtenção de elementos essenciais para desenvolver essa produção.

Segundo Fonseca, (2002, p. 32), qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica que parte dos elementos teóricos já analisados e publicados, tanto por meios escritos ou virtuais, como livros, artigos científicos, páginas em websites, que permitem ao pesquisador ampliar seu conhecimento a respeito de questões que deseja abordar. Portanto, nos procedimentos técnicos optou-se pelas pesquisas bibliográfica, documental e estudo de campo, este último realizado de modo nada convencional, em razão de motivos explicados anteriormente; porém, explorado mediante à aplicação do método conhecido como “bola de neve”, um tipo de amostragem não-probabilística, em que são utilizadas as mídias sociais como suporte para obtenção dos resultados, além disso, ressalta-se que nesse tipo de amostra os elementos não são selecionados aleatoriamente. Isso significa que ao optar por esse tipo de amostra, o pesquisador havia delineado o que e quem participaria do estudo proposto, visando, principalmente, a obtenção de resultados mais precisos.

Complementando essa ideia, explica-se, ainda, que os objetivos metodológicos utilizados para realizar este estudo foram, respectivamente, exploratórios, descritivos e de campo. No primeiro caso, ocorreu pelo fato de não se conhecer o assunto de maneira aprofundada e, portanto, ter sido necessário explorá-lo com mais profundidade o que, segundo Michel (2009) tem como ideal principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta da intuição; no segundo, por que descreveu, detalhadamente, as características essenciais da infraestrutura e de todos os elementos componentes do objeto estudado e, por último, o fato de ter sido desenvolvido no próprio local e, conforme o autor supracitado, o ambiente natural, é particularmente importante na pesquisa social, apropriada para estudos de indivíduos, grupos, comunidades, organizações, sociedades, considerando que, para que a pesquisa social, mais importante que encontrar soluções e explicar os fenômenos, entender realidades, criando significados sociais.

Os métodos e técnicas relatados neste tópico foram de extrema relevância para que se pudesse chegar aos resultados esperados, considerando-se os objetivos específicos aludidos nessa produção, principalmente, no que se refere à avaliação do potencial da Avenida Parque como logradouro turístico e na percepção do residente quanto à representatividade de valor que o patrimônio agrega para a memória social do itacoatiarense. Contudo, para se chegar a esses resultados, foi preciso recorrer a diversos suportes, acessar informações, analisá-las e, assim, apresentar um conteúdo pertinente no desenvolvimento desse estudo.

Por esse motivo, coube utilizar, nessa explanação, materiais como revistas, relatórios, fotografias, documentos oficiais, vídeos e todo o acervo elaborado sobre a Avenida Parque, reunindo-se, dessa maneira, os subsídios necessários para finalizar esta pesquisa, obter os resultados e indicar algumas recomendações possíveis de serem executadas para que a Avenida Parque seja reconhecida, de fato, como um espaço propulsor do turismo urbano e, ainda, para que seja valorizada pela população residente.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesse tópico, apresenta-se a exposição das informações coletadas durante a pesquisa, pautadas no conteúdo de obras produzidas por diferentes autores consultados, além das fontes documentais e dos dados colhidos por meio da aplicação de questionário. Tais informações serão discutidas e correlacionadas com o tema abordado neste trabalho, pois, dessa forma, acredita-se que os resultados sejam exibidos com mais eficácia.

O item 4.1 traz a dissertação do contexto histórico-cultural da Avenida Parque, da origem ao momento atual, correlacionando-a com o processo de evolução da cidade de Itacoatiara. No item 4.2, aborda-se a percepção do usuário e residente sobre a importância da Avenida Parque para a memória social da cidade, que foi dividida em quatro categorias para orientar e antecipar o conteúdo ao leitor. Essas categorias são representadas por imagens gráficas, que estão descritas, interpretadas e fazem referência ao perfil dos participantes da pesquisa, das atividades realizadas por eles ao utilizarem o percurso da Avenida, da percepção deles quanto ao ordenamento das quadras da via e, ainda, da avaliação do local enquanto espaço de memória pessoal e coletiva.

4.1 AVENIDA PARQUE: IDENTIDADE E RELEVÂNCIA NO CONTEXTO DA EVOLUÇÃO URBANA DE ITACOATIARA

Itacoatiara é um município brasileiro localizado na Região metropolitana de Manaus no estado do Amazonas, a terceira cidade mais populosa do estado, com população estimada em 102.701 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados de 2020. De origem luso-indígena, está inserida na geografia mundial e localiza-se à margem esquerda do rio Amazonas, um pouco a jusante da foz do Madeira, a 26 metros de altitude e, além disso, é circundada de mata de terra firme, várzea e igapós. O clima corresponde ao tropical quente e úmido, cuja temperatura anual média é de 25ºC e a máxima de 34ºC. É conhecida como Velha Serpa ou Cidade da Pedra Pintada2, esta última denominação se deve ao fato da existência de pedras com escrituras indígenas oriundas do tupi ou nheengatu, localizadas no rio Urubu e em frente à cidade, cujas inscrições itá (pedra) e coatiara (pintado, esculpido, gravado, escrito), são a razão da origem do atual nome da cidade.

Figura 1: Pedra símbolo que originou o nome do município Fonte: Hudson Reis, 2017.

Considerada um dos maiores polos agropecuários da Região Norte a cidade vem ocupando uma relevante posição nacional, sendo uma das mais dinâmicas do Brasil. Ademais, conta com um importante porto fluvial, responsável por uma grande quantidade de transporte de cargas, sendo o segundo maior porto fluvial escoador do país, pois chegam diariamente cargas vindas de cidades como Belém, Cuiabá, Manaus e Santarém. Embora o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) seja de 0,644, considerado inferior à média nacional, um estudo realizado por uma empresa de consultoria, a Urban Systems, mostra que Itacoatiara é uma das pequenas cidades mais desenvolvidas do Brasil.

O município ocupa uma área de 8 891.906 km², representando 0.5661 % do Estado, 0.2308 % da Região e 0.1047 % de todo o território brasileiro. Desse total 13,5 km² estão em perímetro urbano. Limita-se, ao Norte, com os municípios de Silves e Itapiranga; ao Sul, Nova Olinda do Norte e Autazes; a Leste, Urucurituba, Boa Vista do Ramos e Maués; a Oeste, Manaus e Rio Preto da Eva. O acesso até a cidade de Itacoatiara pode ser realizado de avião a 177 quilômetros, partindo em linha reta do Aeroporto Municipal Mariano Arico Barros e opera atendendo, apenas, aviões de pequeno porte e, geralmente, particulares. É possível, também, chegar à cidade por via fluvial, cujo barco percorre 204 quilômetros em uma viagem que pode durar de 6 a 8 horas; porém, o acesso mais comum para o município é feito pela estrada AM-010 (Rodovia Vital de Mendonça), viagem com tempo estimado, aproximadamente, em 3 horas de automóvel e 4h30min. em ônibus que atendem linhas regulares para o município.

Além disso, possui importantes monumentos, parques, balneários e eventos de grande repercussão, como o Festival da canção de Itacoatiara – FECANI, considerado o maior evento de música da Região Norte do Brasil. Contudo, um de seus elementos mais significativos, no contexto atual, é a Avenida Parque (Figura 2) que, este ano, completou 150 de existência. Em seus aspectos gerais, possui 1.830m de extensão e 32 metros de largura, além de ser adornada com cerca de 346 pés de oitis, totalmente entrelaçados, formando um grandioso Túnel Verde. O projeto de Lei 185/2017 reconheceu o local como Patrimônio Cultural de Natureza Material do Estado do Amazonas, o “Canteiro Central da Avenida Parque”.

Vista aérea de uma cidade Descrição gerada automaticamente

Figura 2: Imagem aérea da Avenida Parque
Fonte: https://www.franciscogomesdasilva.com.br/avenida-parque/
Acesso em 29 de agosto de 2019

Em se tratando dos antecedentes históricos do município de Itacoatiara, acredita-se que seja importante informar ao leitor que, antes de se chegar à denominação atual, aconteceram fatos marcantes que contribuíram para tornar o município naquilo que é hoje. Historicamente, as cidades, como todas as outras localizadas na Amazônia brasileira, principalmente as nas calhas dos rios Amazonas, Madeira, Negro, Urubu, Purus, Tapajós (este no Pará), têm origem portuguesa, pois foram fundadas por jesuítas portugueses deslocados para a região amazônica sob a ordem do Rei de Portugal, pelo fato de, naquela época, haver uma disputa geopolítica entre Espanha e Portugal na luta pelo domínio do Mundo, pois, o homem, desde os tempos antigos, sempre lutou pelo poder, pela dominação de tudo e, há três, quatro séculos, os dois lugares ora mencionados vislumbravam dominar a região amazônica, inclusive por meio de embates bélicos.

Contudo, Portugal, naquele momento, apresentava-se mais preparado e forte no seu desejo de possuir a região e, por isso, venceu a Espanha e alcançou o objetivo pretendido, isto é, o domínio da Amazônia brasileira. Por esse motivo, o Rei de Portugal, em 1680, há 340 anos, determinou que sacerdotes saíssem de Belém, a sede do governo daquele período, e entrassem Amazonas adentro com a propositura de fundar as cidades, cujas primeiras que se têm conhecimento são Santarém, no Pará; Parintins; Silves e Itacoatiara. Depois disso, os missionários foram subindo o rio e outras cidades como, Fonte Boa, Tefé, Coari e outras foram fundadas. Toda essa trajetória, no entanto, foi difícil, visto que houve uma luta muito forte nas esferas política, social e econômica para que se alcançasse tais objetivos.

Ademais, a decisão de fundar a atual cidade de Itacoatiara, partiu do Rei de Portugal e tanto os sacerdotes quanto os políticos e militares foram preparados para subirem o rio. Ao entrarem no rio Madeira e na boca do rio Mataurá, no ano de 1683, fundaram uma povoação que começou pequena e, um tempo depois, foi se deslocando em virtude de brigas por questões interétnicas entre índios, posseiros e soldados até que chegaram a se situar onde é a atual cidade.

Com o passar dos anos, os primeiros itacoatiarenses lutaram em busca de estabilidade e da realização de seus objetivos. Em 1º de janeiro de 1759, instalaram a Vila estabelecida com comércio e indústria nativa, mas, naquele tempo, Portugal, com suas características dominadoras, é quem denominava todas as cidades ribeirinhas com nomes portugueses, motivo pelo qual a Vila, que mais tarde seria chamada Itacoatiara, passa a ser nomeada Vila de Serpa em homenagem a uma cidade de Portugal com o mesmo nome. A partir daí, o lugar cresceu, prosperou e, finalmente adquiriu sua autonomia política ao ganhar o título de cidade no dia 25 de abril de 1874, que por equívoco dos legisladores, vinha sendo comemorada como sua data de fundação.

No último livro do historiador Francisco Gomes da Silva3, intitulado “Fundação de Itacoatiara”, publicado em 2013 e com edição revista e ampliada, republicada em 2017 pela Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, ele definitivamente esclarece que a cidade de Itacoatiara originou-se de uma missão indígena fundada no médio rio Madeira, em 8 de setembro de 1683, pelo jesuíta suíço Jódoco Perez, a mando dos responsáveis pela Coroa Portuguesa sob orientação do conhecido Padre Antônio Vieira, corrigindo esse equívoco, pois, desde 1974, as autoridades do local comemoravam o dia 25 de abril de 1874, como se fosse a data do nascimento do lugar. Sendo assim, se isso fosse verídico, a cidade teria, hoje, exatos 146 anos de existência e seria mais nova que sua principal avenida, que completou 150 anos em 2020, e os bairros do Jauari e o da Colônia, os quais já ultrapassaram o sesquicentenário. Embora esse erro tenha sido reparado, não se pode descartar o dia 25 de abril de 1874, data em que o município passou a ter autonomia e, assim, a vila de Serpa foi elevada à categoria de cidade com o nome Itacoatiara.

Expõe-se, ainda, que a aprovação dessa data, ocorreu em uma sessão solene na Câmara Municipal de Itacoatiara, realizada no dia 12 de agosto de 2020, na qual se contou com a presença de pessoas ilustres e residentes do município. Então, foi oficializada como data de Fundação do Município de Itacoatiara o dia 8 de setembro de 1683, estabelecida pela Lei nº 4044, de 2 de setembro de 2019.

Verifica-se, assim, que o município de Itacoatiara tem exatamente 337 anos de existência e, indubitavelmente, uma vasta e histórica trajetória social, econômica, cultural e política que precisam ser exploradas e conhecidas por toda a sua população, principalmente, no que se refere a todas as transformações recebidas do nascimento até o presente momento e já que as cidades são consolidadas por seus antecedentes históricos ligados à evolução espacial e temporal, além de muitas apresentarem situação geográfica favorável, que serve de fator de atração para atividades econômicas de grande porte, é conveniente enfocar, também, a atividade turística, pois envolve aspectos sociais, naturais, econômicos, culturais, políticos, entre outros e confirma a existência dela como obra e produto social de um processo histórico que contempla, ao mesmo tempo, o passado, o presente e os anseios futuros dos agentes e sujeitos que a produzem.

Essa afirmativa reitera a compreensão de que a geografia e as ciências correlatas são mais apropriadas para analisar os efeitos causados ao meio natural pelo deslocamento de pessoas a determinados locais e todo o processo de evolução das cidades, pois envolve estudos relacionados ao entendimento da dinâmica que envolve o turismo, o espaço e a paisagem e, ainda valoriza as experiências do homem em seu meio ambiente. Por isso, a importância de se realizar uma contextualização espaço-temporal sobre a evolução das cidades, partindo do conhecimento de sua fundação até o processo de compreensão das mudanças ocorridas na expansão da terra urbana local, e, sobretudo, evidenciar a contribuição de outros elementos importantes para a evolução delas, a partir do momento de sua existência.

Sob essa linha de pensamento, considerar-se-á, a partir desse ponto, o período de 1870 para que se discuta, em uma linguagem simples, o processo de evolução urbana do município de Itacoatiara, iniciando-se pela menção da criação de sua principal avenida, que nasceu de uma simples estrada sem nome, aberta em abril, do ano supracitado, cuja equipe responsável era a do empreiteiro português Joaquim José Pinto de França, autorizada pelo então presidente da Câmara Municipal da vila de Serpa, Elias Pinto de França. Por isso, não apenas eventos ligados à criação da nova estrada serão discutidos, mas também alguns fatos marcantes que contribuíram para traçar a história de evolução da cidade.

Evidencia-se que o processo de evolução das cidades foi intensificado a partir do advento da Revolução Industrial, assim como o processo de urbanização, com a implantação de infraestruturas, serviços e equipamentos urbanos no sentido de atender às necessidades dos residentes, considerando que isto não acontece de forma uniforme na extensão da cidade. Consoante com as leituras realizadas e de acordo com Silva (1997, p. p. 137 e 138) a vila de Serpa, em 1870, era constituída de um amontoado de construções com coberturas de palha, localizadas no entorno da igreja Matriz, mas algumas se sobressaíam por serem estruturadas em barro e cobertas de telhas como era o caso da igreja, a Casa da Câmara e oito ou dez residências de pessoas abastadas. Havia, ainda uma praça que era apenas um terreno coberto de mato rasteiro, as ruas eram muito estreitas e com pouca iluminação.

Faz-se importante relatar que a primeira rua aberta foi a das Gaivotas3, que margeava o rio Amazonas. Segundo Silva (1997), no espaço compreendido pela vila até 1850 (Figura 3), que representa atualmente parte do Centro Antigo, havia a Câmara que também servia de Cadeia Pública, a Igreja Matriz, o Cemitério anexo à Matriz, o Quartel da Guarda Nacional, a Rampa do Porto e o Pelourinho. Em 1851, foi criada a Coletoria Provincial e a Agência Postal, devido à intensificação do movimento fluvial como meio do governo melhor arrecadar tributos e coibir o contrabando e, em 1853, houve a criação de uma escola de primeiras letras. Os limites da Freguesia ficavam restritos, ao Norte, ao cemitério; a Leste, ao lago do Jauary; ao Sul, à rua das Gaivotas; e, a Oeste, à travessa dos Martins.

Figura 3: Croqui da Freguesia de Serpa -1850 Fonte: Silva, 1997

Vale ressaltar, que a denominação dos logradouros públicos significava o momento pelo qual a vila passava, uma vez que eram ligadas a um fato do cotidiano, história do lugar ou do Império, curiosidade e crendices populares, entre outros. Portanto, o local daquele tempo não se definia eminentemente urbano ou rural, visto que elementos da tradição rural e a própria sobrevivência da população pobre estava ligada à preservação de práticas do cultivo da terra, pois o assentamento humano continha população diminuta, espremida entre o rio e a floresta. Assim, caracterizava-se a Serpa do século XVIII e início do XIX.

Ao longe começava o bairro velho da Colônia, dezoito casas de taipa cobertas de telha na atual rua Moreira César, e a oficina e olaria abandonadas no terreno hoje ocupado pela fazenda Rattes. Aquí e alí, sítios e barracas ocupadas por familiares de escravos egressos do estabelecimento agroindustrial extinto em 1860. A ligação entre esse arremedo de bairro à vila era feita através da “estrada da Colônia”, raiz da atual rua Álvaro França – um caminho comprido no meio da mata.

Em virtude dessa estrutura espacial que se apresentava desorganizada, havia intenção por parte do governo local abrir mais espaço por causa do crescimento da população; por isso, iniciou-se a abertura de uma estrada, atualmente a avenida principal. Historicamente, ela foi aberta em 1870, como uma simples estrada que ligava a então vila de Serpa ao chapadão de terras de várzea, conhecida como o vale da Poranga, ao centro urbano. Silva (1997, p. 138) afirma que:

O plano inicial previa a abertura de uma estrada com sessenta palmos (cerca de 13 metros) de largura e duas milhas (correspondendo a 3.200 metros) de extensão, mas foram abertos pouco menos de quinhentos metros, o que equivale ao percurso atual da praça da Matriz à agência do Banco do Brasil. Logo nos cinco anos seguintes, seus primeiros cm metros foram tomados por habitações; e mais para o centro foram abertos roçados e realizadas plantações. Esse primeiro trecho habitado mais tarde passou a ser chamado de travessa da Liberdade.

Notadamente, o governo da época foi o responsável por iniciar a abertura dessa estrada, pois, era preciso organizar o espaço, já que a população local continuava a crescer e, para abrigar os imigrantes que chegavam, continuamente, em busca de trabalho e riqueza, foi necessário expandir a área central da futura Itacoatiara para atender a essa demanda. Segundo Silva (1997, p.138), “Durante seis meses, o serviço foi feito a machado e enxada, supervisionado pelo empreiteiro português Joaquim José Pinto de França… […] da área que é hoje a nossa avenida principal”. Urge esclarecer, que a estrada foi aberta, em razão de um contrato firmado, em 13 de abril de 1870, do empreiteiro com a Câmara Municipal da então vila de Serpa, cuja população ainda era formada índios aculturados, somados a portugueses, nordestinos e negros.

_________________________
2 O título da Cidade origina-se do termo tupi-guarani i’tá kwati’ara, que se traduz para Pedra Pintada ou Riscada, conferido ao sítio arqueológico da enseada do Jauari, a leste do centro urbano, identificado pelas inscrições rupestres e representações de figuras antropomorfas gravadas em pedras, no período pré-histórico e atribuídas aos índios de língua Aruak, visíveis nas épocas de maior vazante do rio. (Francisco Gomes da Silva – Escritor e Historiador)

3 Natural de Itacoatiara/AM, nascido em 24 de novembro de 1945. Trata-se de um leitor insaciável e pesquisador experiente, que iniciou a atividade de escritor aos 16 anos (1962) e lançou o seu primeiro livro aos 19 (1965), mais de meio século de convívio com as letras. Seu primeiro trabalho, “Itacoatiara. Roteiro de uma cidade”, integrante da Coleção Paulino de Brito das Edições Governo do Estado do Amazonas, prefaciado pelo amazonólogo e então governador Arthur Cézar Ferreira Reis, foi lançado em 5 de setembro de 1965, na abertura oficial da Rodovia Manaus-Itacoatiara. Embora jamais tenha abandonado a pesquisa histórica, somente outros dois títulos seriam editados nos quatorze anos seguintes, devido à função de Promotor de Justiça no interior do Estado e acesso na política partidária que interromperam, por quase vinte anos (1979/1997), uma trajetória literária promissora e de qualidade. Somente depois de aposentado e desligado da política é que retomou a atividade de escritor, em 1997. Possui, até o momento, 15 (quinze) obras publicadas e cinco (5) outras ora em fase de conclusão. Ademais é sócio efetivo da Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), da Associação de Escritores do Amazonas (ASSEAM), do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Academia Amazonense de Letras (AAL); além de sócio correspondente do Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro/RJ) e fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (Santarém/PA).

4 Lei nº 404, de 2 de setembro de 2019

Estabelece, nos termos da Lei Federal nº 9.093/55, no âmbito do Município de Itacoatiara, como feriado municipal civil, o dia 8 de setembro, alusivo à data de fundação em 8/09/1683, da primitiva missão jesuítica que deu origem à cidade de Itacoatiara, e adota outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE ITACOATIARA, faço saber que a Câmara Municipal de Itacoatiara, Estado do Amazonas, decreta e EU, no uso da competência, prerrogativas e atribuições que me são conferidas pela Lei Orgânica do Município, SANCIONO a seguinte LEI:

Art. 1º – É considerado feriado municipal civil o dia 8 de setembro, data magna alusiva à fundação, em 8/09/1683, da primitiva missão jesuítica que deu origem à cidade de Itacoatiara.

Parágrafo Único – São considerados heróis do Município de Itacoatiara: o padre jesuíta suíço Jódoco Perez (1633-1707), fundador do aludido núcleo, e o índio Mamorini, tuxaua da tribo dos Iruri, pertencentes ao grupo Tupi, primeiros indígenas do Amazonas a abraçar a Fé Cristã e precursores habitantes de Itacoatiara. Art. 2º – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, nos termos do artigo 109 da Lei Orgânica do Município.

Gabinete do Prefeito Municipal de Itacoatiara, em 12 de agosto de 2020.
ANTONIO PEIXOTO DE OLIVEIRA
Prefeito Municipal

Continua na próxima edição…

*Walcilece Campos da Silva Valentim. Natural de Itacoatiara. Após concluir o Curso de Magistério, iniciou a carreira de professora concursada na rede estadual de ensino. Graduada em Letras pela UFAM, possui duas especializações nessa área. Também concluiu o bacharelado em Turismo pela UEA. Ministrou aulas para alunos e alunas da Pré-escola ao ensino superior. É mãe de três filhos e avó de três netos. Atualmente é professora aposentada do Estado, mas continua ministrando aulas de Língua Portuguesa no Colégio Nossa Senhora do Rosário.

Views: 6

Compartilhe nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

COLUNISTAS

COLABORADORES

Abrahim Baze

Alírio Marques