Manaus, 1 de julho de 2025

De líquido basta nossos rios e nossa chuva.

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Uma estagiária de uma empresa do Polo Industrial de Manaus perguntou à gerente de Recursos Humanos se ela teria chances de ser efetivada na empresa. Foi lhe dito que possivelmente seria contratada, pois seu desempenho era bom. Mas que as contratações dependiam não só do RH, mas também de decisão da diretoria.

A estagiária então perguntou-lhe se após a efetivação, quando tempo levaria para ser gerente. A resposta foi um sorriso enigmático. Tudo acontece em seu tempo. Essa foi a breve resposta.

No consultório do dentista ouvi um adolescente reclamar para o colega que ele não havia repassado as fotos da festa do dia anterior. Lembro-me que naquela idade levávamos uma semana para ter as fotos reveladas.

Antigamente pagava-se as coisas com cheque. Hoje usamos dinheiro, cartão ou pix. Tudo mais rápido que rapidamente.

De acordo com Zygmunt Bauman os tempos atuais são de Modernidade líquida. A sociedade atual seria marcada pela liquidez, volatilidade e fluidez.

O que mais me preocupa é uma certa superficialidade e fragilidade dos relacionamentos afetivos e sexuais. Ouvi de uma jovem bonita e “bem-nascida”: -Vou logo me casar, ter meus filhos, me divorciar e começar a viver minha vida.

O egocentrismo da moça é chocante. Na verdade, ela pensa em mercantilizar as suas relações. Um individualismo anticristão e deplorável. Essa fragilidade nas perspectivas de relações humanas sólidas só acaba gerando incertezas e medos. Essa moça será vítima disso, com certeza.

A tal modernidade líquida nos remete à água. Que não tem forma. É, portanto, de incertezas. Como amazonense estou bastante preocupado com a Reforma Tributária. Não se apresenta uma forma concreta para o modelo Zona Franca. Só há incertezas.

Nós, habitantes de Manaus e dependentes do sistema Zona Franca de Manaus, estamos extremamente carentes de certezas.

E não é só isso. Os amazonenses precisam de proteção e segurança. Sim, estamos com medo. E com muito e diferentes medos. Tememos não somente a violência urbana. Temos medo das catástrofes naturais como as recentes tempestades com desabamentos e vítimas fatais. Os jovens temem o desemprego. Todos tememos as epidemias. A covid ainda assusta. A dengue, malária, dentre outras.

Esperamos em breve um modelo sólido e certo para nossa economia e para a Zona Franca. De líquido basta nossos rios e nossa chuva.

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