“Sua presença no cenário musical era de tal ordem relevante que Getúlio Vargas, quando todo poderoso da política nacional, em 1936, chegou a nomeá-la para a função honorífica de representante da música brasileira na Europa (…).
Instigado por Roberto Caminha, o filho, amigo de longa data, sinto-me obrigado, prazerosamente, a trazer à baila um pouco dos registros que possuo a respeito de Olga Praguer, uma das muitas personalidades amazonenses nascidas em Itaquatiara (assim mesmo, como grafava com correção mestre Mário Ypiranga Monteiro), e que teve representatividade no mundo artístico e social brasileiro e internacional.
Não só pela beleza física ela se destacava, mas também pela elegância e pelas habilidades para a arte do belo, especialmente focada no violão instrumento musical que tratava com zelo e maestria e com o qual ganhou fama e prestígio ao lado de uma voz excepcional.
Em sua discografia despontam célebres Composições, desde 1929, dentre as quais, por serem mais conhecidas do grande público e por terem alcançado maior sucesso nacional valem ser referidas “Rosa encarnada”, “Hei de amar-te até morrer”, “Canto de luna”, “Casinha pequenina”, “Boi, boi, boi”, “Meu limão, meu limoeiro”, por exemplo.
Nascida em 1909 e falecida em 2008, dedicou-se, como se vê das suas gravações e do que descrevem os cronistas de sua época, à música folclórica e ao clássico, apresentando-se nos principais palcos do Brasil, a partir de Manaus ao exterior, sempre com êxito, como sucedeu em Nova lorque, e, desde sua primeira
apresentação nacional ocorrida na Exposição do Centenário do Descobrimento do Brasil, em 1922, no Rio de Jáneiro, ganhou elevada fama.
Pouco depois ganhava as ondas da Rádio Clube do Brasil para a qual acorriam naqueles anos antes de 1930 os principais nomes da música brasileira, tendo sido do grupo de artistas que se apresentou na inauguração da Rádio Tupi, a coqueluche do sucesso no País.
Sua presença no cenário musical era de tal ordem relevante que Getulio Vargas, quando todo poderoso da política nacional, em 1936, chegou a nomeá-la para a função honorifica de representante da música brasileira na Europa condição em que se apresentou na Alemanha, por exemplo! e presenciou os Jogos Olímpicos de Verão de 1936.
Nos Estados Unidos da América \ seu sucesso não foi menor, a ponto de apresentar-se em festa de gala na “Casa Branca”, a sede do poder executivo norte-americano, ocasião em que obteve grande repercussão na
mídia, na crítica e entre os artistas de seu tempo, especialmente pelo virtuosismo e pelo repertorio ricamente brasileiro, ou aquele a que Gilberto Freyre chamaria de “brasileiríssimo na essência”.
Com essa brilhante carreira internacional permaneceu na Europa e nos Estados Unidos por longos anos, retornando ao Brasil somente em 1970 para atuar em emissoras de rádio e de televisão, e em. 2004 ser agraciada com a Ordem do Mérito do Ministério da Cultura.
Pelo Amazonas pouco ou quase nada se sabe dessa bela senhora de voz especial e habilidades de instrumentista das mais destacadas como soprano especial, pelo timbre e afinação, chegando a pouco mais de 200 títulos, levando consigo um pouco da baianidade posto que deslocou-se.com a família de Manaus para Salvador, ainda jovem.
Um desafio para os grupos musicais e orquestrais que temos a alegria de possuir na capital amazonense desde 1997 quando o Estado resolveu investir em política cultural fazendo história, seria recuperar essa discografia e fazê-la presente nos tempos atuais, em honra e glória de Olga e gáudio dos apaixonados pela arte.
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