Manaus, 11 de julho de 2025

Os frutos da esperança

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Continuação…

Um verdadeiro Pastor1

Era um domingo festivo. O Arcebispo de Manaus estava em visita à paroquia do meu bairro, ali no D. Pedro I, em Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. Já o conhecia de privar com ele nas reuniões da Academia Amazonense de Letras e de ler as suas crônicas dominicais na imprensa da cidade, mas ainda não o tinha assistido na sua ação pedagógica de pastor do povo de Deus. Falava às crianças da Catequese da Primeira Eucaristia, por isso numa linguagem simples, Inteligível aos meninos, e de profundo agrado dos adultos, porque, nesse momento, na hora do encontro com os elementos do espírito, somos todos nós meninos, somos todos nós crianças. Graças a Deus!

É o que encanta na ação apostólica de Dom Luiz Soares Vieira. A simplicidade, a humildade, o carisma, postura servida por uma inteligência lúcida, amparada sob a formação humanística de velha cepa, nos nobres escaninhos da cultura eclesiástica. Se não fosse assim não conseguiria ser tão preciso ao comunicar-se com o seu povo. Lá pelas tantas, D. Luiz já estava cantando e dirigindo sob mãos de maestro, o coro geral das crianças na Igreja, com os aplausos vibrantes dos presentes.

Este livro é, portanto, bem um retrato de Dom Luiz. Um livro de doutrina sobre os acontecimentos do cotidiano, examinados e julgados sob a luz da Bíblia, do antigo e do novo tempo. Escrito na linguagem simples e escorreita do seu estilo de falar, mas revestido da elegância e da grandeza do pensador cristão, do apóstolo e do profeta. O pensador cristão que os desígnios divinos trouxeram para colaborar com o desenvolvimento regional, o apóstolo inspirado na linha epistolar de São Paulo, umas vezes doce, noutras polêmico e o profeta que abre a palavra em defesa do meio ambiente, da biodiversidade dessa maravilha que é a nossa Amazônia, onde é preciso que aprendamos a falar com os animais da floresta, os pássaros do ar e os peixes nas águas, numa reedição da graça divina de São Francisco.

O leitor não sai de um livro o mesmo leitor, a pessoa não sai a mesma pessoa, nem a criança a mesma criança. Assim é o livro que temos em mãos. Mergulhemos nele como quem mergulha nas paragens cálidas dos nossos rios, nas sombras perfumadas da nossa floresta, sob as luzes dos céus da Amazônia, por vezes indecisas quando as nuvens se preparam para distribuir as chuvas, e por vezes claras quando imperam o sol e as outras estrelas, para iluminar os dias de esperança e as noites de sono.

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1 Prefácio ao livro de Dom Luís Soares Vieira, Arcebispo de Manaus.

Continua na próxima edição…

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