*Francisco de Abreu Cavalcante
Pertence ao segundo livro “MARAVILHAS DA VIDA” a ser publicado em breve.
Do pólen tira seu mel
Além da fértil bicada,
Asas batendo, parado,
Dando um beijinho de amor,
Com seu biquinho alongado
Deixa um mistério na flor.
II
Sua missão neste mundo
Tem importância divina:
Ato de fecundar a flor?
Vai além da medicina!
Mistério sublime de amor,
É gesto que me fascina.
III
Ah, quando era pequenino
Não tinha a menor noção
Do que seria um beija-flor,
Esse colibri tão lindo,
Parando no ar sorrindo
Com majestoso candor.
IV
Na inquietude da vida
De uma criança fugaz,
Irrequieto, menino sagaz,
Sem saber o que fazer,
Procurava avezinhas
Que pudesse abater.
V
Agora que tudo passou,
Ficou o arrependimento
Do afã daquele momento
Em querer bichinhos matar,
São mágoas do passado
Que não quero recordar.
VI
Por isso canto tua glória,
Ó querido beija-flor!
És tão pequenininho,
És airoso passarinho,
Me deslumbra o teu fascínio
A contemplar-te com amor.
VII
Ó beija-flor, me respondes
Pelas avezinhas do céu,
O que de melhor a fazer,
Que eu possa te proteger
E te ajudar a colher
Da flor, o seu doce mel?
VIII
Sim, aqui estou te ouvindo bem,
Pedirei aos passarinhos do mundo
O perdão que te convém,
Pelo mal que a ti causei,
Quando sorrias pra mim
Sem piedade o matei.
IX
Me deste uma pena tão leve,
Com a tua humildade sem par
Por ser também criatura de Deus
Com esplêndido dom de voar,
Te peço perdão, humildemente,
Pois sei que vais me perdoar.
X
A missão que me pedistes
Deus me ajudará a cumprir
Sem jamais me reprimir,
A viver sempre em defesa,
Na orientação das crianças
Em manter viva a natureza.
*Poeta e professor aposentado, natural de Itacoatiara. Graduado em Letras, Língua Inglesa. Integrante do Coral João Gomes Júnior.
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