Manaus, 14 de setembro de 2025

Barro Verde

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– 3 –

No rio a lâmina
transluz-se forte,
pedaço fulvo
de praia e sal.

Os peixes nascem:
escamas vivas,
escumas alvas,
rio coalhado.

Lembro-te à mesa
de toalha branca

e pratos limpos,
pimenta e faca.

Lembro-te belo
nos dedos parcos
de edificar-te

em sons e e11lgmas .

– 4 –

Os utensílios
neste trabalho
são barro e água
granito e sal.

Paleta lisa
colher metálica
pote e galhetas,
beira de rio.

No fundo os gritos
dos meus tributos,
tristeza grave,
sóbria alegria.

O nome em traços
singelos, firmes,
ferindo a forma
dos alaridos.

– 5 –

O barro puro.
Águas na veste.
Calado muro
que não se agita

na flor do lábio
sem humos, frio,
vago vagido
na flor do rio.

Palavra viva
da tênue nuvem
débil se esquiva.

Resta a salsugem
da fala vasta
que se não gasta.

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