Manaus, 21 de novembro de 2024

Festa da democracia

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Ainda sou do tempo em que dia de eleições era festa da democracia, como se dizia comumente em todas as rodas de conversas e até em manchetes de jornais impressos que, na época, tinham todo o prestígio e eram capazes de influir no resultado do pleito, tal como sucedeu depois com o rádio e a televisão e, ao que dizem os mais entendidos nesse campo, estaria acontecendo com as já famosas redes sociais.

O tema de hoje, portanto, está bem adequado ao conceito que carrego comigo desde antes de comparecer, pela primeira vez, à sala do Instituto de Educação do Amazonas para votar, e como sempre acompanhei o cumprimento desse direito-dever por meus pais e irmãos mais velhos, anos a fio. Meu pai, por exemplo, como já revelei de outra vez aqui mesmo, comparecia para votar em trajes solenes de paletó e gravata, e jamais deixou de se fazer presente em qualquer eleição. Silenciosamente: ele e sua consciência-cidadã.

Faça chuva ou faça sol, haja transporte coletivo gratuito ou não (este que a rigor nem mais precisa ser utilizado porque a reorganização da Justiça Eleitoral lotou os eleitores conforme as suas residências), o povo vai às ruas, principalmente mobilizado por líderes, familiares, amigos, conhecidos enquanto somente uma minoria vibra com a motivação cívica do voto.

A cada vez que se aproxima essa data de todo importante para a vida nacional e o direito de todos nós, lembro de um velho e querido amigo de meu muito amado irmão José, que se chamava Vivaldo Barbosa (homem de bela formação humanista, engenheiro-agrônomo, filósofo de verdade), que escreveu a letra de uma canção na qual dizia: “o voto é a garantia, a segurança da democracia. Votar é um direito. Votar é um dever. É poder decidir os destinos da Nação”.

Em que pese alguns possam considerar haver certa ingenuidade na letra do meu amigo Vivaldo, brasileiro daqueles que serviria de exemplo nos dias de hoje os quais, muitas vezes, vemos toldados pela insensatez, a fake news, a distorção da verdade, o discurso vazio, a falta de compromisso com a Pátria, a completa ausência de espírito público. Em que pese possa haver esse entendimento por parte de alguns leitores desse canto cinquentenário de página de jornal, de mim para comigo continuo carregando essa certeza e praticando o direito-dever conforme a minha consciência, o que farei na companhia de minha Rosa querida, confiando que com ele estou contribuindo para garantir a democracia, exercer um direito, cumprir um dever e, conforme o instituto da representação política, decidir os destinos do País, do Estado e da minha cidade.

É isso que todos deveremos fazer neste domingo, dia 6 de outubro de 2024, digitando o voto para prefeito e o voto para vereador de Manaus, porque esse ato terá repercussão muito além dos próximos quatro anos, seja favorável ou prejudicial a nosso cotidiano, implicando na continuidade ou não dos problemas atuais, incremento de melhorias urbanas, na educação, na saúde, no abastecimento de água…, na qualidade de vida, enfim. E, ao mesmo tempo e antes de tudo, na moralidade pública.

Vamos às urnas: a festa da democracia.

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