Há com certeza uma academia de letras em cada unidade da federação. Inclusive no Distrito Federal. No Rio de Janeiro onde fica a sede da Academia Brasileira de Letras existe ainda a Academia Fluminense e outra em Niterói.
Além das prestigiadas academias estaduais existem Brasil afora associações, grémios e clubes literários. Alguns desses clubes e associações se autodenominam também de academias. Isso parece incomodar. Mormente alguns escritores que pertencem àquelas pioneiras e legítimas academias estaduais.
O Distrito Federal é uma unidade da federação onde não há municípios. Existem cidades satélites como a próspera Taguatinga. Alguns membros da Academia Brasiliense de Letras não viram com bons olhos a criação da Academia Taguatinguense de Letras. Eu penso que seria ótimo se cada município brasileiro tivesse, além da prefeitura, da Igreja e da Câmara Municipal, a sua academia de Letras.
Outra polémica grande é quem está qualificado para entrar nas academias. Moacyr Andrade foi um grande artista plástico e um festejado membro da Academia Amazonense. É certo que publicou livros. Mas sua grande contribuição para nossa cultura foi nas suas maravilhosas telas. Fernanda Montenegro, ícone da cultura nacional, foi eleita, merecidamente, para Academia Brasileira de Letras. Escreveu um livro. Mas certamente será eternamente lembrada pelos seus filmes, novelas e peças de teatro.
Em Manaus temos vários clubes literários. Há intelectuais que acham que essas associações agasalham alguns sem a necessária qualificação para serem escritores. Nem todos os membros do Clube da Madrugada se destacaram como grandes escritores. Alguns, entretanto, se tornaram bastante conhecidos no Brasil e exterior.
Clubes e associações literárias sempre existiram. Jefferson Péres em seu livro Evocação de Manaus – como eu a vi ou sonhei, nos fala do Clube da Madrugada. E lembra que existiu a República Livre do Pina, a Colmeia, que deu origem ao PTB e muitas outras. Menciona ainda a Sociedade Castro Alves. Relata que no Grémio Álvares de Azevedo houve uma briga com dissidência. Alencar e Silva, José Cidade e Roberto Jansen saíram para fundar a Sociedade Amazonense de Estudos Literários – SAEL. Nenhuma dessas sobreviveu.
Pouco importa se são associações, grémios, sociedades, clubes ou mini-academias como os definiu Jefferson Péres. Para fazer parte estude, frequente, participe, escreva e publique. O mais importante é amar os livros e a Literatura.
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