Manaus, 20 de novembro de 2025

Religiosidade popular nos quilombos urbanos e rurais da Amazônia

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*Vinícius Alves da Rosa

Um estudo da comunidade do barranco de são benedito, em Manaus, e do sagrado coração de jesus do lago do Serpa, em Itacoatiara – Am

Continuação….

4.4 A genealogia da família Fonseca

As narrativas dos quilombolas, bem como as fontes de pesquisa cartoriais e/ou jornalísticas informam sobre os membros da família Fonseca. Então, amparado na memória coletiva e nas pesquisas documentais é possível afirmar que a referida família migrou para o Estado do Amazonas no final do século XIX aos lustros do século XX.

Oriunda do Maranhão, a Sra. Lúcia do Nascimento Fonseca, conhecida por todos como Vovó Severa, chegou a Manaus acompanhado de seus filhos: Antão, Manuel e Raymundo. A vinda desta senhora ao Amazonas se originou do convite feito por um amigo da família, o Sr. Felippe Nery Beckmam. Esse “chamado”, que poderia supor algo despretensioso, ganhou historicidade; algo notório e fundamental e de cuja ação originou-se o quilombo urbano, hoje, oficialmente reconhecido como comunidade remanescente de quilombos, ou popularmente por todos chamado como Quilombo do Barranco de São Benedito, situado no bairro Praça 14 de Janeiro, área central da cidade de Manaus.

Assim, embora o Sr. Felippe não pertencesse à família Fonseca, as relações construídas entre eles, nutria vínculos afetivos; de compadrio e ações de solidariedade mútuas. A partir do diagrama que identifica a genealogia do núcleo familiar dos Fonseca, enfocada neste trabalho, é possível observar a constituição da primeira linhagem de descendência, que tem como ascendente a fundadora do quilombo, a Sra. Lúcia do Nascimento Fonseca, estendendo-se, contemporaneamente, até a sexta geração dos seus descendentes, conforme se verifica no esquema genealógico a seguir.

Diagrama

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Os fatos relatados acerca do aspecto religioso e cultural, bem como a identificação da linhagem de descendência oriunda da união entre a Vovó Severa e Antão do Nascimento Fonseca, todos esses marcadores conferem à comunidade do Barranco de São Benedito alguns dos traços da cotidianidade, cujas tradições perpassam de geração a geração.

Assim, os quilombolas urbanos desenvolveram formas de territorialização que vão do passado ao presente; das relações baseadas na consanguinidade, no parentesco e nas ações de solidariedade construídas a exemplo da família referida, presente no lugar social ocupado a partir de 1890, ou seja, desde a vinda da sua fundadora, a dona Lúcia do Nascimento Fonseca.

Uma vez identificado a composição familiar quanto à ascendência e descendência registradas no diagrama acima identificado sobre o processo de construção do quilombo urbano, compete, aqui, compreendermos também a forma pela qual se deu a história de construção étnica do quilombo rural. Assunto este contemplado ao longo da subsequente análise que trata das lutas por direitos travadas desde a história acerca dos “troncos” daquelas famílias historicamente presentes no quilombo do Lago do Serpa, em Itacoatiara/AM.

Continua na próxima edição…

*Vinícius Alves da Rosa é Quilombola do Morro Alto/RS, mestre, professor e teólogo, tem sua formação acadêmica pautada em uma sólida jornada de conhecimento. Sua expertise é ampliada por especializações em Metodologia do Ensino de Filosofia, em Ciências da Religião. Complementou sua trajetória com um Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação e, por fim, obteve seu título de Doutor em Ciências da Religião pela (UMESP).

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