Manaus, 22 de novembro de 2024

Armando e Almir

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Já disse, neste mesmo espaço, que a maior parte dos amigos que amealhei ao longo de minha vida, foram ou são mais avançados que eu, em média, uns vinte ou trinta anos em idade.  Digo, também, que isto foi e tem sido uma bênção de Deus, pois do convívio com eles aprendi e aprendo muito todos os dias.

Este hábito provavelmente se desenvolveu graças à relação bastante próxima que tive com papai Julian, com quem, desde a mais tenra infância, costumava passar longas horas conversando, ouvindo suas histórias e, mais tarde, pedindo e acatando seus conselhos, invariavelmente acertados. Descobri, a partir dali, com raras exceções, pois os canalhas também envelhecem,  que o caminho fica mais fácil se soubermos aproveitar o incrível cabedal de experiências dos mais velhos. E erram feio aqueles que os desprezam.

Na Academia Amazonense de Letras, onde ingressei em 2012,  por exemplo, sou um dos “caçulas”. Ali, posso dizer, estou em casa. É incrível o quanto tenho aprendido e venho crescendo, intelectual e espiritualmente, no convívio com meus confrades e confreiras. Por isto, no artigo de hoje, quero homenagear de modo especial ao Armando Andrade de Menezes e ao Almir Diniz, os quais, ontem, o primeiro com 89 anos de idade; e o segundo com 86, deram por encerrada uma gestão primorosa, com presidente e vice, respectivamente, daquele Sodalício. Dois “meninos” cheios de energia, atuantes, sempre presentes, doando-se  ao bem maior da instituição, exemplos, mesmo, a ser seguidos. Das muitas vezes que fui à Academia, nunca deixei de encontrar um ou outro, e quase sempre os dois, dando expediente ou comandando as sessões do princípio ao fim, com resistência – e paciência – admiráveis.

Com ambos vivi momentos inesquecíveis. Armando, sempre carinhoso e brincalhão, me escolheu, na verdade me pôs numa “pegadinha”, para cantar uma de suas músicas preferidas, “A noite de meu bem”, em homenagem à sua amada esposa Ivette, no aniversário de setenta anos de nosso amigo e confrade Francisco Gomes. Com Almir, tive a oportunidade única e encantadora, de ouvi-lo declamar seus lindos poemas, dentre os quais “O jardim de minha mãe”, uma obra-prima. E com ambos aprendi e cresci muito. A nossa Academia, com eles se engrandeceu. Desejo, enfim, boa sorte a Rosa Brito e Abrahim Baze, que a partir de agora têm a missão de levar a nave da cultura adiante.

*Este texto foi publicado no jornal A Crítica, de 16/01/2016.

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