Manaus, 22 de novembro de 2024

A Amazônia há bilhões de anos

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Visitando os sites de mineradoras diversas, para poder entender a localização atual das zonas produtoras de minérios, na Amazônia, encontrei os da Karmin Explorações e Incorporações, uma empresa estabelecida em Toronto, no Canadá, com ações comercializadas pela TSX Venture Exchange, também do Canadá, e pela Bolsa de Valores de Lima, no Peru. Esta companhia teria interesses no desenvolvimento dos projetos seguintes, no Brasil, além do Projeto Ouro Cushuro, no Peru:

  • Projeto Zinco, no rio Aripuanã, no Brasil, um dos dez maiores projetos de exploração desse mineral, no Mundo, em conjunto com a empresa brasileira Votorantim Metais, abrangendo jazidas de 34 milhões de toneladas. Além do zinco, existem nessa região jazidas de chumbo, cobre e prata.
  • Projeto Ouro, no mesmo rio, prevendo a possibilidade da produção de 350.000 onças de ouro, o equivalente a 9,93 toneladas desse precioso metal.

Os depósitos minerais desses dois projetos polimetálicos localizam-se no alto rio Aripuanã, um afluente do Madeira, no momento em que ele desce as escarpas do escudo Sul Amazônico, formando as cachoeiras de Dardanelos, sendo considerados como decorrentes de uma vulcanização maciça produzindo sulfetos de diversos minerais, idêntica aos do tipo Noranda, e pertencendo à Província Rio Negro-Juruena da Era Proterozóica, ocorrida entre 1.850.000.000 e 1.550.000.000 de anos passados.

Os depósitos da mina Horne, em Noronda, estão no noroeste de Quebec, representando um dos maiores depósitos de sulfetos metálicos do Mundo, tendo produzido entre 1927 e 1976, 260 toneladas de ouro e 1.130.000 toneladas de cobre, transformando esta jazida na maior produtora de ouro deste tipo.

São depósitos de sulfetos minerais de origem vulcânica associada a eventos hidrotermais submarinos, idênticos ao do Aripuanã, muito densos, chegando a 4.500 kg por metro cúbico, representando importantes recursos mundiais de cobre, zinco, chumbo, ouro, prata, cobalto, estanho, bário, selênio, manganês, cádmio, índio, bismuto e outros elementos.

Os maiores depósitos mundiais similares são, entre as 100.000 e 10.000.000 toneladas, os de:

  • Cid. Creek, Ontário, Canada.
  • Flin Flon, Manitoba, Canada
  • 777 e Trout Lake Mine – Brunswick, New Brunswick, Canada.
  • Rio Tinto, Spain.
  • Greens Creek Mine, Alaska, U.S.

Aprofundando essa busca, encontramos um mapa geológico da Amazônia na atualidade, apresentando os dois escudos geológicos separados pela Bacia Amazônica, que reproduziremos nas próximas páginas.

Nele observamos que, embora hoje separados, os dois escudos: o da Guiana, ao Norte, e o do Maciço Central ou Sul Amazônico, apresentam a mesma disposição de suas Províncias Geocronológicas, no norte e no sul da linha do Equador, mostrando que em uma época anterior eles estiveram unidos em um só conjunto geológico, conforme o detalhe do pequeno mapa em destaque na última página desse artigo.

Essas foram talvez as primeiras terras emersas do planeta, no momento em que a crosta terrestre diminuía de temperatura, cessavam as explosões atômicas e formavam-se os primeiros continentes.

A ordem cronológica das seis províncias principais desta terra inicial da Amazônia foi a seguinte, da mais antiga, para a mais moderna, representadas, em mapa desse trabalho pelas cores:

PROVÍNCIA

TEMPO/ANOS COR

Centro Amazônica

3 a 2.300.000.000 em róseo

Maroni-Itacaiunas

2,2 a 1.950.000.000 em oliva

Ventuari-Tapajós

1,95 a 1.800.000.000

em azul escuro

Rio Negro-Juruena 1,8 a 1.550.000.000

em azul claro

Rondônia-Sto. Inácio 1,5 a 1.300.000.000

em creme claro

Sunsás 1,25 a 1.000.000.000

em encarnado

Na separação desses dois escudos formou-se o grande mar Amazônico, com uma parte mais estreita nas regiões do médio e baixo Amazonas atuais, que foi progressivamente sedimentado pelo rebaixamento dos dois escudos e depois drenado pelo levantamento dos Andes.

Com o advento dos satélites tornou-se extremamente fácil mapear com detalhes nunca antes imaginados a superfície do Planeta, identificando as formações geológicas, os tipos de solos, as florestas, estabelecendo os tipos de arvores por hectare e os respectivos diâmetros de seus caules, em suma deixaram de existir os segredos minerais do cobiçado Cráton Amazônico, riquíssimo em minérios, que serão descobertos pelos satélites dos países mais avançados, pois não possuímos essa tecnologia, como foi o caso das jazidas do Aripuanã aqui citadas, possivelmente descobertas por analogias geológicas.

amazonia basin

 

Ha 1.300.000.000 anos, em pleno Proterozóico, era geológica que durou de 2.500.000.000 a 500.000.000 de anos, existiam diversos crátons na África e na América do Sul, os núcleos dos futuros continentes, e entre eles o Cráton Amazônico ainda não dividido ou com uma depressão ao meio, que depois serviria de local para a sua divisão e onde se formaria a Bacia Amazônica.

Abaixo o mapa simulado dessa época:

americadosul

 AMERICA DO SUL E ÁFRICA NO PROTEROZÓICO
A 1.300.000.000 DE ANOS PASSADOS

(Em Zandt, George (Spring 2002). “Orogenic Systems: The Andes”. University of Arizona.).

Acrescentamos que por esses bilhões de anos o Cráton Amazônico deslizou sobre a estenosfera ocupando regiões desde o Mediterrâneo até próximo á Antártica, bem como o continente Laurêntia correspondendo à península do Labrador, já esteve próximo a ele, na região equivalente, nos tempos atuais, à costa do Equador e do Peru.

 

SITES CONSULTADOS

Karmim Geological Map of the Amazon Shield

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Uma resposta

  1. Em princípio quero parabenizá-lo pela feliz ideia de instituir este BLOG. Assuntos diversos e que estão alinhados aos meus interesses.
    Tenho escrito algumas crônicas comentando assuntos dessa natureza, porém, não com a intenção de ser um escritor, mas, sim para não jogar minhas memórias às traças.
    Além de tudo toda essa equipe do seu BLOG são de grande estirpe e nos induzir à aprendizagem.
    Grande e Fraternal Abraço. Flávio Mendonça

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