Manaus, 27 de julho de 2024

A Evolução da Profissionalização da Odontologia

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A Evolução da Profissionalização da Odontologia é dividida em 5 etapas distintas identificadas como:

1)      Etapa de Ocupação Indiferenciada

2)      Etapa de Diferenciação Ocupacional

3)      Etapa Inicial de Profissionalização

4)      Etapa Intermediária de Profissionalização

5)      Etapa Avançada de Profissionalização

A etapa de Ocupação Indiferenciada trata-se da forma mais antiga, onde ainda não existem indivíduos na comunidade dedicados exclusivamente à prática odontológica, sendo a mesma exercida por curandeiros e outros indivíduos da comunidade.

A existência de métodos de tratamento baseados em produtos de origem vegetal (retirar o azeite de meio côco e passar sobre o dente dolorido; aplicar pimenta do reino sobre o dente dolorido), produtos químicos de origem caseira (passar sobre os dentes um algodão embebido com creolina), dentre outros. E, mesmo sendo a modalidade mais antiga, ainda é observada em algumas localidades do Brasil, com diferentes aspectos culturais referentes à saúde bucal, algumas modalidades de tratamento alternativas relatadas pelos moradores da própria localidade como “para dor de dente eu coloco uma bolinha de algodão com óleo de copaíba” e “queria arrancar os dentes para parar de doer”.

Esta etapa é caracterizada quando o indivíduo se especializa, ou seja, a Odontologia constitui sua ocupação principal, porém o ofício é aprendido de outros indivíduos, sem um curso formal.

Atualmente, se encontrado este tipo de modalidade, há o enquadramento como exercício ilegal da profissão segundo o Código de Ética Odontológica sob fiscalização do órgão competente, os Conselhos Regionais.

Na etapa inicial de profissionalização, um grupo de pessoas que exercia a profissão, buscando melhorar o seu nível, decide organizar cursos para os que nela desejarem ingressar. Nesta etapa tem início as primeiras lutas do pessoal profissional, na busca de estabelecer uma legislação restritiva.

A etapa intermediária de profissionalização, apresenta um aumento de duração dos cursos de formação profissional. Ao mesmo tempo, as associações profissionais tornam-se mais fortes pelo aumento do número de seus membros, e consequentemente, há o aumento do antagonismo entre dentistas e práticos. Também surge nesta etapa, as profissões subsidiárias, tais como o assistente ou auxiliar de consultório e o protético, porém já fica delimitada que a intervenção na cavidade bucal é função única e exclusiva do Cirurgião-dentista.

Na etapa avançada de profissionalização, a Odontologia alcança uma posição bastante elevada. A profissão é capaz de controlar os seus membros de forma muito mais eficiente e a atividade ilícita profissional praticamente desaparece. Inicia-se nesta etapa o ensino de pós-graduação desenvolvido formalmente junto as universidades, bem como as especializações e, desta maneira, configura-se como profissão perfeitamente estruturada na sociedade.

A história da Odontologia foi determinante para a formação da identidade profissional, pois supõe-se uma proximidade da Odontologia com a Arte Dentária praticada pelos barbeiros a partir da Antiguidade, preservada durante a Idade Média e em crise após a Revolução Industrial, em uma espécie de sucessão descobertas acidentais e de evolução “natural” de um praticante, marcado pelo sistema do existir separado das outras práticas de saúde.

Apesar de toda a evolução da Odontologia, atualmente o mercado de trabalho vem sendo alvo de grande preocupação referente à profissão, visto que cada vez mais formam-se profissionais e, em contrapartida, com os consultórios cada vez mais vazios.

No fim do século XX a Odontologia brasileira, mesmo com toda evolução técnica que a área experimentou, seus alcances sociais continuam sendo mínimos, o que torna cientificamente questionável sua prática.

Atualmente, os ganhos de mercado têm tomado rumo pouco mais animador para todos, sendo necessário adaptar-se aos novos tempos, onde ser apenas um bom profissional não basta, e sim tornar-se um profissional que supera o padrão de referência.

O desafio de enfrentar o período entre o “formando” e o “recém-formado” torna crítico o processo de desenvolvimento da carreira na Odontologia. Muitos alunos já ainda “formandos” caem no erro de matricular-se em cursos de Pós-graduação, começando errado, o próprio nome diz “pós”, então não há o que discutir.

A Pós-Graduação é um curso para profissionais com graduação completa e que desejam continuar seus estudos regulares com vista a obter um grau e ou título superior, tendo como objetivo imediato proporcionar o aprofundamento do saber que permita alcançar elevado padrão de competência científica ou técnico-profissional impossível de ser obtido no âmbito da graduação.

Cursos de aperfeiçoamento, atualização e “hands on” são permitidos a alunos não graduados, sem implicação quanto ao registro, visto que o Conselho Regional recebe a documentação para inscrição de especialista, incluindo Diploma da Graduação e envia para o Conselho Federal.

Historicamente, pôde-se perceber que o grau de evolução da Profissão de Odontologia, contribuiu e contribui para construir novos sorrisos e transformar a vida de milhares de pessoas.

 

*Cleyce Rock Garcia Rodrigues Nascida em Itacoatiara. Cirurgiã Dentista e especialista em Prótese Dentária pela Universidade do Estado do Amazonas. Filha de Antônio Roque Rodrigues e Cléia Garcia Rodrigues.

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