Manaus, 11 de dezembro de 2024

A festa que não aconteceu

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Os planos foram sendo tecidos com bastante antecedência. Muito antes da data do Centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922, o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas já desenhava os projetos que poderiam ser executados para tornar a data ainda mais significativa para a população amazonense.

Desde o começo do ano de 1921 que as providências tiveram início, com seguidas reuniões de trabalho que foram construindo como deveriam ser as festas populares, as solenidades cívicas, os eventos desportivos, os desfiles militares, as outorgas de condecorações e diplomas, as reuniões estudantis, os concursos literários, enfim, tudo que pudesse representar a expressão do regozijo dos amazonenses para ocasião de tanta importância para a história política do país.

O Instituto tomou a frente desses debates que culminaram com reunião a 4 de julho, em sua sede social, na Rua de Bernardo Ramos, sob a presidência de Agnello Bittencourt e liderança de Vivaldo Lima, que se encarregou de reunir as propostas das entidades convidadas. Estavam presentes o Ruder Clube, falando de regatas que era esporte praticado na ocasião; representantes de equipe de polo aquático, natação, salto, futebol de campo, mergulho, desfile náutico, revista naval da marinha mercante, assim como membros do Dispensário Maçônico, da Associação Comercial, da Academia Amazonense de Letras, da Academia Amazonense de Belas Artes, do Instituto de Música, do Comitê Operário, do Tiro Naval, da Universidade de Manaus, da Academia dos Novos, da Associação Amazonense de Imprensa, da Igreja Batista, do Grande Oriente do Brasil, e inúmeros jornalistas representando os veículos de comunicação do Estado.

Foram muitas as ideias que passaram a ser reunidas por uma Comissão Central liderada pelo Instituto, mas a realização de todas as aspirações dos diversos grupos ali reunidos dependeria, verdadeiramente, do Governo do Estado e da liberação de recursos financeiros.

Haveria exposição de produtos regionais na Praça da Saudade, monumento a José Bonifácio em via pública, festa aquática e veneziana, congresso organizado pela Universidade de Manaus, edição dos livros História do Amazonas de Júlio Caboco e O Paraíso Verde, de Hemetério Cabrinha, edificação de coluna comemorativa no centro da cidade, Astrolábio Passos escreveria a História da Universidade, e haveria a participação do Amazonas na Exposição Nacional do Rio de Janeiro.

O aprofundamento da crise econômica que abalou as estruturas do Estado (públicas e privadas), deve ter sido o principal empecilho para a concretização desses projetos aos quais se aliaram personalidades importantes como Cosme Ferreira Filho, Avelino Cardoso, Alfredo da Matta, Monteiro de Souza, Paulo Eleuthério, Guilherme Victor, Chaves Ribeiro, Alberto de Castro, Joaquim Gondim, Júlio Caboco, Hemetério Cabrinha, Astrolábio Passos, Gaspar Guimarães, pastor Mangaba Sobrinho, Henrique Taborda de Miranda, Octávio Sarmento, Paulino de Mello, Marçal Ferreira da Silva, Herminio de Carvalho, dentre outros.

A grande festa não aconteceu. Os festejos foram simples, mas, mesmo assim, liderados pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas.

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