Manaus, 16 de setembro de 2024

AM-1: a pioneira (Final)

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– Consta, às páginas 267/268 do 2º volume de meu livro “Cronografia de Itacoatiara”:

1955: 09 de Agosto – Vítima de desastre de aviação morre o deputado Antônio Vital de Mendonça. Antônio Vital de Mendonça, o popular “Quitó”, foi um dos fundadores do ginásio que hoje possui o seu nome. Ex-vereador à Câmara Municipal e deputado estadual sempre dedicado à sua terra natal, morreu por ela na trágica manhã de 09 de agosto de 1955, quando, com mais três companheiros de infortúnio, em um aparelho do Aeroclube de Manaus, sobrevoava o local de onde partiria a estrada Manaus-Itacoatiara pelo lado desta cidade. Consta que a viagem seria empreendida pelo governador Plínio Ramos Coelho, mas a instâncias de “Quitó” e à impossibilidade do teco-teco receber mais um passageiro, o governador resolveu mandá-lo como seu representante, escapando de morte certa. No desastre aéreo, além de “Quitó”, morreram o piloto, o mecânico e o engenheiro Alberto Jacobfen. O enterro do deputado Antônio Vital de Mendonça transformou-se em um acontecimento memorável, tendo Plínio Ramos Coelho prometido à beira de seu túmulo que imediatamente começaria as obras da rodovia a partir desta cidade, o que efetivamente ocorreria no início do ano seguinte. 

– Na edição extra daquela terça-feira, 09 de agosto de 1955, o Jornal da Tarde, editado em Manaus, emitiu o seguinte noticiário:

FATALIDADE! O avião de prefixo PP-GHG, do Aéreo Clube do Amazonas, explodiu no ar quando sobrevoava Itacoatiara: No pavoroso e impressionante desastre morreram o deputado Vital de Mendonça, o engenheiro Jacob Alberto, o piloto e o mecânico – Os corpos estão carbonizados e irreconhecíveis.

 Estávamos encerrando o expediente da nossa edição de hoje quando a notícia nos chegou, trágica e impressionante: o avião do Aéreo Clube do Amazonas de prefixo PP-GHG, o mais novo e mais moderno de treinamento da mocidade deste Estado, pilotado pelo jovem Francisco Campos Rodrigues Filho e tendo como mecânico o jovem Benedito Cruz, explodiu ao sobrevoar, hoje pela manhã, a cidade de Itacoatiara. O aparelho saíra, pela manhã, do campo de Flores, levando além dos dois tripulantes acima mencionados, o deputado trabalhista Vital de Mendonça e o engenheiro Jacob Alberto. Imediatamente, sem maiores detalhes, anunciamos o tristíssimo acontecimento, fazendo soar a nossa sirena, provocando aglomeração de população à frente da nossa redação, lendo o placar com os primeiros esclarecimentos que recebêramos.                                      

MORRERAM TODOS CARBONIZADOS: A notícia chegou ao Palácio Rio Negro e levou imediatamente o governo Plínio Coelho à estação de rádio, para conhecer pormenores da pavorosa tragédia. O engenheiro Jacob Alberto, o deputado Vital de Mendonça, o piloto Francisco Campos Rodrigues Filho e o mecânico Benedito Cruz, morreram carbonizados, estando os seus corpos irreconhecíveis. Eram as informações que de Itacoatiara chegaram logo para o chefe do Estado, a quem, daquela cidade, solicitavam, urgentemente, informes sobre a identidade das vítimas, sendo os mesmos transmitidos às autoridades itacoatiarenses.                             

OBSERVAÇÕES PARA A ESTRADA. O engenheiro Jacob Alberto aqui chegara há poucos dias como emissário de uma Empresa do Rio Janeiro, interessada na construção da estrada Manaus-Itacoatiara. Resolvera ir, no teco-teco do Aéreo Clube do Amazonas, àquela cidade fazendo observações durante o transcurso do voo. O deputado Vital de Mendonça, não ia. Na ultima hora, entretanto, resolvera viajar tendo conseguido um lugar no aparelho. Viajara para a morte o deputado trabalhista, filho daquela cidade do Amazonas. O governador Plínio Coelho, que fora convidado, excusara-se a participar do voo, pelos seus múltiplos afazeres. O mesmo acontecera com o engenheiro Zuani de Figueiredo. 

VIAJARÁ O GOVERNADOR PARA ITACOATIARA. Pela lancha Nathan, que é velocíssima, o governador Plínio Coelho, acompanhado de deputados, auxiliares de sua administração e de engenheiros amigos de Jacob Alberto, seguiu às 14 horas de hoje para Itacoatiara, a fim de, naquela cidade, prestar suas homenagens às vítimas do grande desastre aéreo. Este, segundo soubemos já ao terminar esta reportagem, ocorreu quando o PP-GHG procurava aterrissar no campo de pouso daquela cidade. A explosão foi violenta e o aparelho ficou logo preso das chamas, caindo ao solo com os corpos carbonizados e irreconhecíveis.       

– No dia posterior – quarta-feira, 10 de setembro de 1955 – o mesmo Jornal da Tarde retomando o assunto levou a público a seguinte matéria:

VOARAM PARA A MORTE: O impressionante desastre do PP-GHG, na cidade de Itacoatiara.

A cidade inteira foi abalada, como noticiamos de primeira mão às ultimas horas de ontem, pela trágica notícia da explosão de um teco-teco PP-GHG, de quatro lugares, pertencente ao Aéreo Clube do Amazonas e que na ocasião transportava o engenheiro Alberto Jacobson, da Empresa de Terraplanagem e Engenharia Câmara (ETEC S.A.). O piloto Francisco de Campos Rodrigues Filho, brevetado  pelo Rio Branco, o mecânico da A.C.A. Benedito Cruz e o deputado Antônio Vital de Mendonça, da bancada P.T.B, no Palácio de Rui Barbosa. A notícia, embora sem maiores detalhes abalou profundamente a população amazonense e sobretudo àqueles que conheciam, de perto, as pessoas sinistradas que se encontravam em viagem no teco-teco. O avião pertencente ao Aéreo Clube do Amazonas, tendo daqui saído na manhã de ontem, com destino a Itacoatiara, levava o engenheiro Alberto Jacobson que que iria proceder aos estudos técnicos para a elaboração do projeto e cálculo do custo de construção da futura estrada Manaus-Itacoatiara, que se propôs realizar a ETEC S.A., tendo, para isso, à tarde de anteontem, palestrado com o governador Plínio Coelho no Palácio Rio Negro.

Da conversa havida à tarde do dia 8 do corrente, ficou de início, combinado que governador Plínio Coelho acompanharia o técnico naquele estudo preliminar, mas devido aos inúmeros afazeres de ordem política e administrativa o chefe do governo amazonense declinou do convite, seguindo então, o mecânico de voo, Benedito Cruz. 

ITACOATIARA DE LUTO – Notícias procedentes de Itacoatiara informam que a cidade toda chora a perda de um de seus mais dedicados filhos, como foi em vida, o deputado Antônio Vital de Mendonça. A população inteira visita em fila os corpos das vitimas do PP-GHG. O deputado Vital de Mendonça deixou na orfandade os seguintes filhos menores: Maria da Graça (5 anos), Raimundo Nelson (5 anos), Alberto Antônio (4 anos),Maria de Fátima (2 anos) e Ricardo Antônio (1 ano de idade).

O GOVERNADOR PLÍNIO COELHO EM ITACOATIARA 

O governador Plínio Coelho viajando pela lancha Natandeve ter chegado à Itacoatiara na madrugada de hoje, a fim de assistir às ultimas homenagens do povo itacoatiarense ao seu incansável defensor. Acompanhou Sua Excia. o  deputado Edson Stanislau Afonso, presidente da Assembleia Legislativa do Estado. A família do desaparecido também seguiu com aquele destino, pela mesma lancha 

LUTO OFICIAL: Antes de viajar com destino a Itacoatiara, o governador Plínio Coelho, atendendo aos sentimentos cristãos de todo o Amazonas, decretou luto oficial por três dias. A Assembleia Legislativa do Estado permanecerá fechada até sexta-feira, quando reiniciará suas atividades. Já foram enterrados, às 10 horas de hoje, os corpos das vitimas do desastre aéreo em Itacoatiara. Milhares de pessoas acompanharam os mortos à sua derradeira morada. 

– Às páginas 269 e 270 do mesmo livro de minha autoria, acima citado, consta:

1956: 12 de Março – Início da rodovia AM-10, pelo lado de Itacoatiara. As obras da estrada Manaus- Itacoatiara pelo lado de nossa cidade, começaram exatamente numa segunda-feira dia 12 de março de 1956, sob o comando de um engenheiro italiano. O setor local do DAERA era dirigido pelo engenheiro Valdir Pimenta. Governava o Estado do Amazonas o doutor Plínio Ramos Coelho e na Prefeitura de Itacoatiara estava o senhor Raimundo Perales. O encarregado do Fomento Federal era o agrônomo Francisco Fiuza Lima. 

– Às páginas 277 e 279 da mesma obra e volume:

1958: Setembro – Grupo de expedicionários itacoatiarenses faz a pé o trajeto Manaus-Itacoatiara. A viagem pioneira pela estrada Manaus-Itacoatiara, quando suas obras ainda estavam inconclusas, foi comandada pelo famoso mateiro Domingos Ribeiro de Araújo, popular “Domingos Carão”. Além dele, fizeram parte da empreitada: Raimundo (Dico) Fernandes, Antônio Siridó, Luiz Secundino da Silva, Pedro Rattes de Oliveira, Raimundo Barros – o Dinho Cara de Barro, “Baiano” do Der-Am, Paixão da Serraria Stone e outros. A expedição gastou quinze dias para chegar a Manaus, sendo ali recebida pessoalmente pelo governador Plínio Ramos Coelho, que hospedou seus integrantes no famoso Hotel Amazonas. O regresso a Itacoatiara deu-se através da lancha governamental “Pedro Bacelar”, sendo os expedicionários recebidos no porto da cidade com “vivas” e aplausos da população. No transcorrer da viagem de ida, a pé, através da floresta, seus integrantes, à vista de haverem consumido o rancho que levavam, tiveram que apelar para a caça: há três dias distantes de Manaus comeram carne de anta assada, morta a tiros pelo mateiro “Domingos Carão”.

– Às páginas 298/299 e 301/302:

1964: 11 de Dezembro – O Ginásio Comercial de Itacoatiara recebe a denominação de “Deputado Vital de Mendonça”. Conforme o artigo 1º da Lei nº 144, dessa data: “Para a denominar-se Ginásio Comercial ‘Deputado Vital de Mendonça’ o atual Ginásio Comercial de Itacoatiara, criado pelo decreto Ad-referendum nº 57, de 14 de março de 1963, aprovado pelo decreto legislativo nº 5, de 4 de abril de 1963”. Assinavam-na o governador Arthur Cézar Ferreira Reis e o secretário de Educação e Cultura, André Vidal de Araújo.

– Às páginas 302 e 303:

1965: É dado caráter de urgência à construção da rodovia Manaus-Itacoatiara. O decreto nº 175, de 20/04/1965, publicado no Diário Oficial da mesma data, deu o “caráter de urgência aos serviços e obras a cargo do DER/Am – Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas e destinados à conclusão da rodovia AM-1, estabelecendo a ligação direta entre Manaus e Itacoatiara”. Os “considerandos” desse decreto diziam: “que a ligação direta entre as cidades de Manaus e Itacoatiara abriam perspectivas vantajosas para ambas e sentido econômico da maior importância para a vida do Amazonas; que a rodovia vinha sendo construída há mais de 10 anos e que, nela ou em nome dela, foram consumidas somas vultosas de dinheiro público, sem que tenham sido vencidos os duzentos e poucos quilômetros que a dimensionam; que foram rescindidos os contratos com as firmas que trabalhavam sob o regime de empreitada, em consequência de as mesmas terem sido consideradas inidôneas para transacionar com o Estado; que o governo decidiu programar para o dia 5 de setembro, data magna do Estado, a primeira abertura da rodovia ao tráfego de veículos; que para a consecução desse objetivo foram adotadas medidas excepcionais, dando maior capacidade de movimentação ao DER/Am, para aquisição de materiais e equipamentos, independentemente de concorrência pública ou administrativa”. Falando a respeito jornais da época diziam que “quando Arthur Reis anunciava à imprensa sua decisão de inaugurar essa rodovia no dia 5 de setembro, muitos duvidaram dessa assertiva, diante dos obstáculos que teriam de ser vencidos”. Realmente, restavam ainda ser desmatados quase 60 quilômetros de mata virgem e o tempo não era muito favorável. “Além disso, a administração atual recebeu o Departamento de Estradas de Rodagem desfalcado de máquinas e pessoal técnico especializado para levar avante, em tempo recorde, a conclusão da rodovia”. Imediatamente, o governador determinou providências para a aquisição de novas máquinas, o que foi feito através de concorrências públicas. Enquanto isso, novos engenheiros foram contratados e para o ‘front’ de trabalho, um batalhão de operários foi encaminhado. “Estava iniciada a luta para vencer a selva. Dia a dia, numa conjugação de esforços de homens e máquinas, a estrada ia avançando garbosa e altaneira rumo a Itacoatiara”. (Diário Oficial do Estado do Amazonas, Jornal do Comércio e A Crítica).

– Às páginas 302, 303 e 304:

1965: Cogitada a fundação de duas cidades entre Manaus e Itacoatiara, às margens da rodovia AM-10. Em seu audacioso plano de integração da Amazônia, o governador Arthur Cézar Ferreira Reis cogitou de levantar no meio da selva dois centros urbanos devidamente planejados que oportunizassem a cobertura do vazio demográfico e a ocupação em tarefas produtivas de considerável número de famílias. Na primeira viagem de inspeção que fez às obras de conclusão da estrada Manaus-Itacoatiara, no início de 1965, o chefe do Executivo amazonense escolheu, pessoalmente, os locais onde pretendia instalar os núcleos urbanos, entre o Rio Preto da Eva e o Urubu. Deliberou, na mesma oportunidade, denominá-los de cidade “Tavares Bastos” e cidade “Visconde de Mauá”, esta nas proximidades do igarapé do Peréua, cerca de cem quilômetros ao norte de Itacoatiara. Lamentavelmente, à falta de recursos e vocação da população para morar em beira de estrada, a ideia deixou de ser materializada, embora Arthur Cézar Ferreira Reis houvesse determinado sua inclusão no Plano Bienal para Habitação 1965/1966, a cargo da recém-instalada COHAB/Am – Companhia de Habitação do Amazonas, da construção de um pequeno conjunto de casas populares na cidade “Visconde de Mauá”. Durante algum tempo, após a abertura da rodovia Manaus-Itacoatiara, ainda se podiam ver as placas indicativas de ambas as cidades, lembrança de uma frustrada, mas elogiável tentativa de política integracionista do velho historiógrafo-governador amazonense.. Historiando a respeito, em 1965, o professor José Lins escreveu: “O objetivo da abertura da rodovia AM-1 não se restringe ao estabelecimento de mais um fácil e rápido meio de comunicação entre a capital do Estado e o próspero Município de Itacoatiara. Sua finalidade atinge as raias da economia regional, que constitui a causa preponderante para uma nova política econômica. A AM-1 significa a grande tentativa do Estado para arrancar, do seu corpo, as malhas que ainda o prendem à desorganizada produção extrativa. Desse empreendimento decorrerá a fixação do homem nas terras centrais do Estado e, consequentemente, o aparecimento de novas colônias, cuja produção será destinada ao consumo da população de Manaus, daí sobrevindo maiores fontes de renda. Sem dúvida, a AM-1 possibilitará o nascimento de núcleos urbanos e centros atrativos, que serão visíveis, com o passar do tempo. As empresas agrícolas, as fazendas, as plantações de hévea e de outros vegetais, bem como a exploração das riquezas florestais e de subsolo existentes nessa zona, poderão contar com assistência técnica especializada, fato que acarretará fontes econômicas, interessando diretamente aos particulares e ao Estado. Acredita-se que o eixo rodoviário que se irradia de Manaus, dê margem ao surgimento de ramais e acessos, tendentes a avançar no vale amazônico, levando a civilização aos recantos mais longínquos do Estado. Para que a grande iniciativa não fique apenas na construção da rodovia e visando a estimular ainda mais os objetivos do governo no campo econômico e social do Amazonas, o professor Arthur Reis fundou no quilômetro 134 a cidade ‘Tavares Bastos’ e no quilômetro 180 a cidade ‘Visconde de Mauá’, testemunhas de uma nova meta a ser desencadeada, como futuro centro natural, de vida demográfica ao longo da região, portas abertas para o nascimento de parques industriais destinados, principalmente, ao beneficiamento do arroz, da mandioca, de madeira e ao aproveitamento de óleos comestíveis, além de outros que possam ter, ali mesmo, sua fonte de abastecimento de matéria-prima”. (Estrada Manaus-Itacoatiara. Aspectos históricos).

– Às páginas 302 e 305:

1965: 02 de Agosto – Grupo de jovens, montado em bicicletas, faz o percurso de Manaus a Itacoatiara, através da rodovia em construção ligando ambas as cidades. A expedição gastou cerca de dois dias para chegar a Manaus. O grupo, composto de Antônio Macedo, Esmeraldo Figueiredo de Menezes, Eloy Honorato da Silva, Antônio Biase Martins, Gilberto Barbosa, José Duarte, João Cunha Matos e outros, foi recebido em Palácio Rio Negro pelo governador Arthur Cézar Ferreira Reis que lhe ofereceu um almoço na residência oficial, nos altos do Palácio Rodoviário [bairro de Cachoeirinha]. Considerados hóspedes do Estado, os afoitos itacoatiarenses ficaram em Manaus à expensas do governo, retornando no dia seguinte pelo navio/motor “Itapuranga”.

– Às páginas 302, 305/306:

1965: 05 de Setembro – Com grande alarde é aberta ao tráfego de veículos a rodovia Manaus-Itacoatiara que, a partir de então, passa a chamar-se “Torquato Tapajós”. Como marco da festa de abertura da rodovia, a Prefeitura Municipal mandou levantar o Arco do Triunfo, à entrada da cidade, ali se fixando uma placa comemorativa do evento. Esse monumento foi infelizmente demolido no início da gestão do prefeito Chibly Calil Abrahim – ano de 1977. (…) Vale destacar que, levado a público o primeiro levantamento estatístico a respeito do trânsito de veículos na [então] recém-inaugurada rodovia, apurou-se que durante os meses de setembro e outubro de 1965 trafegaram pela Manaus-Itacoatiara 8.272 carros diversos, excluídas viaturas oficiais, em número de 533. Acresce, por outro lado, que no início do ano seguinte (1966), os governadores Arthur Cézar Ferreira Reis (Amazonas) e Alacid Nunes (Pará) visitaram a cidade, regressando a Manaus pela rodovia “Torquato Tapajós”. 

– Também, à página 211 do meu livro “A Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Itacoatiara”, editado em 1999, registrei: 

Em 05 de setembro de 1965, concretizando um antigo sonho comunitário de efetivar a integração das duas principais cidades amazonenses, é aberta ao tráfego de veículos a rodovia Manaus-Itacoatiara. No dia 12, dezenas de pessoas, inclusive religiosas [irmãs da Congregação Preciosíssimo Sangue] do Colégio Normal [Nossa Senhora do Rosário], compondo a chamada “Caravana da Gratidão”, partiram com destino a Manaus pela estrada de rodagem recém-inaugurada.

 Os caravaneiros foram recebidos em Manaus pelo governador Arthur Cézar Ferreira Reis, sua esposa Graziela Reis e vários secretários de Estado. Entre aqueles estavam o prefeito Galdino Girão de Alencar, vários vereadores liderados pelo presidente da Câmara, Acácio Soares Leite, o Bispo-prelado dom Francisco Paulo McHugh, diretores do colégio Nossa Senhora do Rosário e do Ginásio Comercial, gerentes das agências locais do Banco do Brasil e do Banco da Amazônia, comerciantes, professores, etc..

 *****

As cenas históricas de abertura das obras da AM-1, aos 12/03/1956, e de sua inauguração, em 05/09/1965, das quais fui testemunha ocular, jamais sairão da minha retina. Na ocorrência da primeira, contava apenas10 anos de idade: assisti maravilhado, ao lado de minha santa mãe, Olívia Maria Arruda Gomes (1913-1971), os tratores manobrarem defronte ao Lago da Fazenda Ventura – atual aterro da Puranga – para destocar/terraplenar o largo estirão florístico que, a partir dali e em demanda do Rio Urubu, centenas de mateiros abriam a machadadas. Na sua abertura oficial, estando eu próximo de completar 19 anos, adentrei em Itacoatiara através dela, secundando ao governador Arthur Cézar Ferreira Reis e à sua esposa, dona Graziela Reis, aos presidentes dos poderes Legislativo e Judiciário do Estado, aos deputados José Mendes (1925-1969) e João Valério de Oliveira (1928-1973) e outras autoridades, jornalistas e pessoas gratas oriundas da capital. Sob o “Arco do Triunfo”, construído para marcar o evento, deu-se o ato inauguratório. Também ali esteve, misturado à população que compareceu em peso, meu saudoso pai, Pedro Gomes da Silva (1906-1991). O ambiente era de extremada alegria; todos os rostos espelhavam emoção e contentamento.

Dali, seguimos em direção à Câmara Municipal (prédio ao lado da Igreja de São Francisco de Assis), onde, depois de saudado pelo vereador e presidente da Casa, Acácio Leite (1913-1982), e receber das mãos do prefeito Galdino Alencar o título de benemérito do Município, o governador Ferreira Reis lançou o meu primeiro livro. Ali começava a minha sortida em favor do estudo, análise e divulgação da História da minha cidade – um hábito que neste 05/09/2015 completou meio século e já rendeu13 livros editados e outros 05 em vias de conclusão!

Após o almoço da comitiva, no antigo Clube Amazonas (atual Lions Club Velha Serpa), dar-se-ia a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Ginásio Comercial de Itacoatiara (atualmente Escola Vital de Mendonça), da qual participei ao lado do governador e da então jovem diretora do estabelecimento, professora Lia Maria Alves de Vasconcellos Dias.

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