Manaus, 18 de junho de 2025

Amazonas: História, Mistérios e Heroísmo

Compartilhe nas redes:

Recortes Pessoais

Apresentação

O confrade Júlio Antonio Lopes é um homem de gênio forte, alegre, generoso e competente-qualidades que herdou de seus pais: o jornalista rondoniense Julian Flores Lopes e da senhora sua mãe Naha de Jorge Lopes, de origem libanesa.

Integra inúmeras instituições culturais, como a Academia Amazonense de Letras (AAL) e o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e foi distinguido, no Amazonas e em outros centros do País, com diplomas honoríficos e de benemerência; menções honrosas; medalhas da Ordem do Mérito Judiciário, Acadêmico, Jurídico e Cultural; troféus, placas e outros instrumentos de reconhecimento público e institucional.

Grande defensor da liberdade de expressão, Júlio Lopes, influenciado por seu pai, começou a escrever no jornal “A Crítica” em 1989, primeiro como articulista, depois como editorialista e de uns tempos para cá mantém no famoso matutino amazonense uma coluna editada aos domingos – uma fonte de múltiplas informações pautadas na escrita escorreita, impecável.

Uma escrita que não se limita apenas em produzir textos jornalísticos. Júlio Lopes é um hábil escritor, autor de variadas formas de literatura, como ensaios jurídicos e históricos, artigos científicos etc. Ele é um perito em usar a linguagem para expressar ideias e sentimentos destinados a enriquecer a bibliografia amazonense.

Nesse contexto, destacam-se os títulos biográficos em que ele põe em relevo do jornalista Humberto Calderaro Filho (2010) e dos senadores José Bernardo Cabral (2012) e Fábio de Lucena (2014). Ainda, relevam-se-lhe as obras: O Sigilo da fonte; STF e a imprensa – Temas atuais; Advocacia em breves notas (opúsculo); Sejamos Luz; Minha Herança; e O Escritor e o pianista (em parceria com o maestro Moisés Rodrigues) – sem contar a organização de livros em coautoria.

Júlio Antonio Lopes é uma pessoa de bem com a vida. Um amigo que se pode considerar irmão. Tive o prazer de conhecê-lo há pelo menos 15 anos. Na condição de diretor da Editora da Amazônia, empresa da Rede Calderaro de Comunicação (RCC), ele encaminhou todo o processamento de editoração e impressão do livro “Fundação de Itacoatiara”, de minha autoria, lançado ao entardecer de 18 de setembro de 2013, no auditório do Campus do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ICET/UFAM), na Velha Serpa, em comemoração ao aniversário de 330 anos da minha cidade.

Naquela tarde entrando pela noite, várias autoridades e um expressivo número de intelectuais, estudantes e populares de Itacoatiara vibramos com o acontecimento. Após o evento houve uma sessão de autógrafos, exposição de outras obras minhas e sorteio de livros. Para maior prestígio do evento, foram de Manaus o empresário Moysés Benarrós Israel, o cientista Ozório Fonseca, os historiadores Abrahim Baze e Antonio Loureiro, o poeta Elson Farias e o amigo Júlio Antonio Lopes. Além das tvs e rádios locais, o evento foi destacado pelo Canal AmazonSat, da Rede Amazônica de Televisão.

As atividades culturais são vitais para uma boa vida em sociedade. Graças a elas, nós, que pertencemos “mundo cultural” podemos construir histórias comuns que nos conferem uma identidade compartilhada e assim, sentimo-nos parte de algo maior que nos mesmos. Isso se chama: Uma relação de afinidade, reciprocidade, ajuda mútua, respeito e confiança criada entre duas ou mais pessoas. Ninguém consegue viver no mundo sozinho. Amizade pressupõe parceria. Amigos são parceiros. Um bom amigo apoia os êxitos do outro.

Não há nada que supere a potência da parceria. A convivência harmônica e o sentido de cooperação são da natureza dos membros de uma confraria. Salvo raríssimas exceções, nós, os confrades e confreiras da Academia Amazonense de Letras e do IGHA, olhamo-nos como iguais, e esse reconhecimento nos leva a colaborar e a sermos mais respeitosos para com o outro ou a outra.

Jamais esquecerei o gesto fidalgo do confrade Júlio Antonio Lopes na formulação do Prefácio ao 17° livro de minha autoria, “Presidentes e Presidenciáveis da República em Itacoatiara”, de 276 páginas, lançado em novembro de 2021. Esmerada peça literária que valorizou ainda mais a obra. Agradeço o bonito gesto do amigo e, ao fazê-lo, reitero-lhe minha alegria e grande apreço.

Neste momento, sinto-me extremamente honrado em poder lavrar – a pedido do ilustre amigo – a Apresentação ao opúsculo “Amazonas: história, mistérios e heroísmo-recortes pessoais”, sua mais recente obra. A intenção do Autor é despertar em especial nos mais jovens o interesse e o estudo das questões referentes à nossa região. Trata-se de um trabalho crítico e reflexivo, em capítulos curtos, em linguagem simples, coloquial.

Uma obra interessantíssima. Pequena e ao mesmo tempo grande. Pequena, pelo seu formato: 1) fácil de ser manuseada; 2) apropriada para consultar e/ou extrair notas, cópias etc.; 3) incentiva a leitura e motiva o aprendizado; 4) ajuda a memorizar, ou fixar metodicamente. E grande: 1) pelo volume de informações que encerra; 2) pelos temas que engloba; 3) porque incentiva a pesquisa e a busca de mais e maiores esclarecimentos aos temas ali postos; 4) estimula a discussão e o debate.

Como adverte o Autor: “O opúsculo não se destina especialistas”. Agora digo eu: destina-se primordialmente aos jovens estudantes e aos homens e mulheres de classe média. E, retomando a palavra ao Autor: “Precisamos saber quem somos para saber para onde vamos. Precisamos de pesquisadores”.

Parabenizo ao amigo e confrade Júlio Antonio Lopes pela composição desta obra, oportuna e necessária. Que ela agrade expectativas dos leitores. Auguro-lhe os mais calorosos votos pleno sucesso.

Manaus, abril de 2024.

Francisco Gomes da Silva

 

Capítulo 1

As minas do rei Salomão Amazônia e o ouro de Ofir

Foto em preto e branco de pessoas na frente de um prédio

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

Templo de Salomão

Todos conhecemos, seja pela leitura da Bíblia, seja pela literatura comum ou científica, ou ainda, por peças de teatro ou filmes, a lenda das minas do rei Salomão, o filho de Davi, considerado, na sua época, o homem mais sábio e rico do mundo, o qual eternizou-se, principalmente, pela construção do famoso Templo dedicado a Javé, em Jerusalém, onde hoje resta, somente, o Muro das Lamentações.

Para dar conta da empreitada Salomão uniu-se ao rei Hiram de Tiro, cujo povo, os fenícios, dominavam as águas nunca d’antes navegadas, o qual forneceu-lhe a mais refinada mão de obra, comandada pelo maior mestre construtor da época, Hiram Abif. Salomão desejava dotar a Casa de Deus com o que houvesse de melhor e, resoluto, preparou a sua frota de barcos para que, ao lado dos marinheiros e exploradores do rei Hiram, fossem buscar tais tesouros, ainda que nos confins da Terra. Diz-se que tais viagens se davam em intervalos de três anos, o que induz à conclusão de que o percurso era muito longo. O destino, só eles sabiam, assim como o modo de alcançá-lo. Quando de lá voltavam, vinham abarrotados de ouro, o mais puro que poderia haver; de madeira, inclusive perfumadas; de pedras preciosas; e de especiarias. Os nomes dos lugares, ficaram registrados nos textos bíblicos, sendo o mais famoso deles o de OFIR.

Todo esse território, segundo os escritos do visconde Henrique Onffroy de Thoron, intitulado “Antiguidade da navegação do Oceano, viagens dos navios de Salomão ao Rio Amazonas, Ofir, Tardschisch e Parvaim”, que foi publicado originalmente em 1869 no jornal geográfico O Globo, de Gênova, e em Manaus, num livreto de 51 páginas, na tipografia do Comércio do Amazonas, em 1906, estaria localizado entre a Colômbia e o Brasil.

Para Onffroy, as frotas de Salomão e Hiram estiveram aqui no Amazonas, onde instalaram colônias para extrair ouro, que foi levado para decorar o Templo de Salomão. O nome do rio Solimões seria uma homenagem ao grande rei da Judéia. Em hebraico seria Solima; em árabe Soliman; em português Solimão ou Solimões. Havia até uma tribo a oeste do Pará, segundo o autor, com o nome Soriman. Outros estudiosos respeitados como Torquato Tapajós (Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, 1889, tomo V, 4° Boletim); e Bernardo Azevedo da Silva Ramos, fundador do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), in “Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica, especialmente do Brasil”, cuidam direta e indiretamente do tema, qual seja, o da presença daqueles povos em tempos ancestrais em nosso país.

São boas e várias as evidências. Há inscrições e artefatos que parecem justificar a hipótese e, mais do que isso, há semelhanças impressionantes entre as línguas indígenas e as línguas semíticas, bem como as “coincidências” entre as mitologias tupi-guarani e a da Europa mediterrânea.

Se as frotas de Salomão e Hiram estiveram aqui, não se pode asseverar. Mas que a tese é robusta e sedutora, disso não se pode discordar. Talvez nunca saibamos. Penso, contudo, que não haveria lugar mais apropriado para que um Templo dedicado a Deus tenha sido provido das dádivas da natureza Amazônica, esse Templo a céu aberto.

Views: 5

Compartilhe nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

COLUNISTAS

COLABORADORES

Abrahim Baze

Alírio Marques