Manaus, 17 de junho de 2025

Amazonas: História, Mistérios e Heroísmo

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Recortes Pessoais

Continuação…

JÚLIO ANTONIO LOPES

Capítulo 17

Bernardo Cabral,

um estadista da República

Foto em preto e branco de pessoas sentadas ao redor de uma mesa

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Bernardo Cabral

Em 27 de março de 2024 o jurista amazonense José Bernardo Cabral completou 92 anos de uma linda e épica trajetória de vida. E o que é melhor, no gozo pleno de sua capacidade intelectual e notável resistência física, ao lado de sua amada esposa Zuleide.

Não tivesse feito mais nada na vida, Bernardo Cabral já estaria consagrado pela honra de ter sido o Relator-Geral da Constituição Brasileira de 1988, tarefa igual a que coube a apenas cinco de seus concidadãos ao longo de nossa história. Mas Cabral também foi presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil em plena ditadura militar e teve a sua nascente e brilhante carreira parlamentar (ele era na ocasião deputado federal pelo Amazonas) interrompida pelo golpe de 1964, que o baniu injustamente da política por dez anos, a partir da edição do AI 5, em 1968.

Com a distensão do regime, elegeu-se deputado federal novamente, só que desta vez constituinte e venceu, no voto, dois poderosos candidatos ao cargo de Relator da Constituição: Pimenta da Veiga, deputado federal por Minas Gerais e o senador por São Paulo Fernando Henrique Cardoso, este que veio a tornar-se presidente do país.

Ministro da Justiça, Senador, Escritor, Tribuno, Político de visão e de antevisão, Cidadão do mundo, Bernardo Cabral é, sem nenhuma dúvida, um dos últimos heróis da Pátria, aquele tipo de homem – e de político honesto – que, infelizmente, não se tem mais. Um estadista da república, exemplo e farol para várias gerações.

Ao lado de Ulysses Guimarães, de quem foi o braço direito, Bernardo Cabral enfrentou o desafio quase insano de escrever a Constituição, partindo do nada, apenas das contribuições dos próprios parlamentares, das entidades de classe e da população. O resultado foi a mais democrática de todas as nossas constituições. Foi dele, também, a articulação para constitucionalizar a Zona Franca de Manaus.

Em 2017 um grupo de notáveis juristas amazonense fundou, em sua honra, a Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas (ACLJA), a “Casa de Bernardo Cabral”, da qual ele é patrono e ocupante da cadeira de n.01. Ele é, provavelmente, o brasileiro mais condecorado da história. Em 2023 assumiu uma cadeira efetiva no Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro (IGHB), recebeu o título de doutor honoris causa de Universidade Santa Úrsula (RJ), já é honoris causa pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e também pelo Centro Integrado de Ensino Superior da Amazônia (CIESA) e a Medalha Rui Barbosa, a maior condecoração do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, em Conferência Nacional da OAB realizada em Belo Horizonte.

Continua na próxima edição…

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