Lá no sítio Roseiral
as noites se iluminavam
com a luz de lamparinas,
barulhavam nos escuros
aves e insetos noturnos,
eram sensações malinas,
sapos, murucututus
nas noites cheias de trevas,
corujões, rasgas-mortalha,
vaga-lumes sobre as ervas,
os botos boiando n’água
nas suas eternas festas,
cantilenas dos rosários
à cruz de madeira e bronze,
o sono esperava a rede
para dormir desde cedo,
corpo todo retorcido
tinha essa imagem de Cristo.
Mas as luzes da cidade
mudaram a face disso.
Minha maior descoberta
foi enfim a luz elétrica.