Manaus, 29 de novembro de 2023

As mudanças ortográficas

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Está vigente a partir de 1º de janeiro o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que busca simplificar e unificar a escrita. Tal reforma linguística foi aprovada em 2009, mas foi dado um prazo de seis anos, que findou em 2015, para as modificações.

Apesar de controvérsias, o convênio se tornou obrigatório depois de um adiamento de três anos em dezembro de 2012. Foi o Decreto presidencial 7.875/12 que alterou o período de transição para vigência do pacto, inicialmente previsto para vigorar em 1º de janeiro de 2013. A prorrogação foi sugerida por um grupo de senadores que entenderam ser relevante maior período para adaptação.

Comprovou-se que a ampliação do período de validade em nada influenciou para incorporação das novas normas. Apesar de alterações irrelevantes, visto ter alcançado apenas 0,8% das palavras empregadas no Brasil, será interessante reconhecê-las. A convenção foi acusada de tímida e criticada por ter sido realizada sem debate nas escolas, universidades e na sociedade, além de omitir o uso de “x” e “ch” que têm o mesmo som.

É importante salientar que, a rigor, nenhuma mudança ocorre com a vigência do Acordo, visto que quase três anos antes do prazo final o Brasil foi quem mais se adiantou na sua implantação e tomou a iniciativa de cumprir as regras de alteração introduzidas na língua portuguesa, adotando-as nas diversas redes de ensino e nos livros didáticos sugeridos pelo Ministério da Educação. Os principais jornais e revistas, editoras e escritores encamparam a antecipação das normas consensuais.

A partir de 2013 os princípios antigos já estavam invalidados, inclusive pela imprensa que já perfilhava as modificações desde 2009.

Pela ortografia vigente estão corretas palavras como: sequestro, cinquenta, tranquilo, linguiça (não há mais o trema); assembleia, plateia, ideia, jiboia (os ditongos abertos “ei” e “oi” não são acentuados nas palavras paroxítonas); troféu, herói, anéis, céu, réu (acento continua nos ditongos abertos de oxítonos terminados em éi, éu e ói e monossílabos); feiura, bocaiuva (palmeira), voo, enjoo, creem, leem, veem (sem acento); antirrugas, contrassenso, ultrassonografia, antissocial (sem hífen antes de “r” e “s”;  anti-inflamatório, arqui-inimigo, micro-ônibus (há hífen na vogal repetida); autoajuda, autoescola, coautor, semiaberto, extraoficial (não há hífen com vogais diferentes); pôde, pôr e fôrma são mantidos com acentos diferenciais; continuam os plurais têm e vêm.

Os livros e as publicações já se ajustaram às mudanças e com a vigência assegurada para o corrente ano, tornar-se-ão exigíveis, sobretudo nos vestibulares e nas provas dos concursos públicos.

As inovações ortográficas ora válidas são adotadas pelos oito países que falam a língua portuguesa: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

A finalidade do Acordo é consolidar a comunicação entre os países lusófonos com a mesma ortografia.

Os novos alunos só vão precisar conhecer a grafia correta vigente, porém eventuais confusões poderão ocorrer para os que já estão habituados com a escrita válida anteriormente.

Na prática nada se altera, porquanto os jornais, revistas e livros brasileiros já adotaram a nova ortografia em vigor, mas que legalmente ganhou validade no corrente ano de 2016.

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