Está vigente a partir de 1º de janeiro o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que busca simplificar e unificar a escrita. Tal reforma linguística foi aprovada em 2009, mas foi dado um prazo de seis anos, que findou em 2015, para as modificações.
Apesar de controvérsias, o convênio se tornou obrigatório depois de um adiamento de três anos em dezembro de 2012. Foi o Decreto presidencial 7.875/12 que alterou o período de transição para vigência do pacto, inicialmente previsto para vigorar em 1º de janeiro de 2013. A prorrogação foi sugerida por um grupo de senadores que entenderam ser relevante maior período para adaptação.
Comprovou-se que a ampliação do período de validade em nada influenciou para incorporação das novas normas. Apesar de alterações irrelevantes, visto ter alcançado apenas 0,8% das palavras empregadas no Brasil, será interessante reconhecê-las. A convenção foi acusada de tímida e criticada por ter sido realizada sem debate nas escolas, universidades e na sociedade, além de omitir o uso de “x” e “ch” que têm o mesmo som.
É importante salientar que, a rigor, nenhuma mudança ocorre com a vigência do Acordo, visto que quase três anos antes do prazo final o Brasil foi quem mais se adiantou na sua implantação e tomou a iniciativa de cumprir as regras de alteração introduzidas na língua portuguesa, adotando-as nas diversas redes de ensino e nos livros didáticos sugeridos pelo Ministério da Educação. Os principais jornais e revistas, editoras e escritores encamparam a antecipação das normas consensuais.
A partir de 2013 os princípios antigos já estavam invalidados, inclusive pela imprensa que já perfilhava as modificações desde 2009.
Pela ortografia vigente estão corretas palavras como: sequestro, cinquenta, tranquilo, linguiça (não há mais o trema); assembleia, plateia, ideia, jiboia (os ditongos abertos “ei” e “oi” não são acentuados nas palavras paroxítonas); troféu, herói, anéis, céu, réu (acento continua nos ditongos abertos de oxítonos terminados em éi, éu e ói e monossílabos); feiura, bocaiuva (palmeira), voo, enjoo, creem, leem, veem (sem acento); antirrugas, contrassenso, ultrassonografia, antissocial (sem hífen antes de “r” e “s”; anti-inflamatório, arqui-inimigo, micro-ônibus (há hífen na vogal repetida); autoajuda, autoescola, coautor, semiaberto, extraoficial (não há hífen com vogais diferentes); pôde, pôr e fôrma são mantidos com acentos diferenciais; continuam os plurais têm e vêm.
Os livros e as publicações já se ajustaram às mudanças e com a vigência assegurada para o corrente ano, tornar-se-ão exigíveis, sobretudo nos vestibulares e nas provas dos concursos públicos.
As inovações ortográficas ora válidas são adotadas pelos oito países que falam a língua portuguesa: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A finalidade do Acordo é consolidar a comunicação entre os países lusófonos com a mesma ortografia.
Os novos alunos só vão precisar conhecer a grafia correta vigente, porém eventuais confusões poderão ocorrer para os que já estão habituados com a escrita válida anteriormente.
Na prática nada se altera, porquanto os jornais, revistas e livros brasileiros já adotaram a nova ortografia em vigor, mas que legalmente ganhou validade no corrente ano de 2016.
Uma resposta
Bom Dia
Gostei bastante do seu blog
Eu tinha bastante duvida no que realmente havia mudado, desta forma ficou bem mais fácil identificar.
obrigada