Sendo formado em Direito, conhecia as leis e as regras de administração, mas isso não impediu que alguns políticos o tisnassem como corrupto.
Há muitas personalidades que, ao longo dos anos, depois de prestarem relevantes serviços à sociedade amazonense, caem no esquecimento ou sobre elas desabam desinformações prejudiciais à honra e a memória. Umas poucas ainda dão nome a algumas vias, logradouros públicos, escolas, hospitais, centros de saúde e de práticas sociais, na tentativa de reconhecimento às suas contribuições, mas nem sempre essas homenagens bastam.
Uma rua acanhada e desprestigiada, localizada no centro antigo de Manaus, recebe o nome de Barão de São Domingos, que seria justa homenagem ao antigo presidente da Província, Dr. Domingos Monteiro Peixoto, que exerceu essa importante função pelos idos de 1872-1873, época em que os trabalhos da Comissão de Limites Brasil-Peru foram de grande relevância.
Ao mesmo tempo, populações indígenas dos Parintintins e dos Jauaperis se levantaram contra grupos de brancos que vinham ocupando várias regiões do interior, provocando que tropas ditas oficiais”atuassem de maneira truculenta e criminosa em defesa dos descendentes de europeus, e, por isso, viessem a ser punidas na Corte, graças à interferência do barão.
Seus maiores cuidados, entretanto, foram com a instrução e a contenção das interferências dos partidos políticos, inclusive, demitindo Gustavo Adolpho Ramos Ferreira do cargo de diretor da Instrução, com o fim de modificar a condução do ensino provincial.
Nesse campo ele atuou de maneira decisiva, com as condições de que dispunha, à época, no combate ao analfabetismo, seja criando escolas para atenderà infância, como estabelecendo escolas noturnas com as quais enfrentou, forte mente, a proposta de alfabetização de adultos.
Reconhecendo a importância dos professores, melhorou de forma substantiva a remuneração do magistério primário e do Liceu; e, ampliou os benefícios do Poder Público para com a Escola de Educandos Artífices que se dedicava a oferecer cursos profissionalizantes, inclusive, com importação de mestres de ofícios para completar o quadro da instituição e ampliar as possibilidades de formação dos alunos.
Seu apoio ao Seminário Episcopal foi a tal ponto significativo que costumava comparecer para assistir a prestação de exames pelos alunos, de modo a demonstrar a atenção peculiar quevotava a essa escola, pelas suas características, não só de influência e matriz católica, mas porque representava os cursos preparatórios.
No campo das obras públicas ele atuou de forma importante, dando autonomia e condições de trabalho a Joaquim Leovegildo Coelho, cujo período foi decisivo para as obras da igreja catedral de Nossa Senhora da Conceição, do Palacete Provincial, do Paço Municipal, dentre outras, além de melhorar bastante o que se chamaria nos dias correntes de sistema viário da capital.
Quando chegou ao Amazonas já possuía experiência administrativa, pois presidira a Província do Piauí, e, sendo formado em Direito, conhecia as leis e as regras de administração, mas isso não impediu que alguns políticos o tisnassem como corrupto, embora os registros mais confiáveis deem conta de ter sido um período de seriedade e competência no governo, afastando-se da politicalha da época que se resumia a intrigas entre liberais e conservadores que se alternavam no poder central e, por isso, nos governos provinciais.
Mas a politicalha local o perseguiu e ele foi demitido do cargo, seguindo para presidir a Província do Espírito Santo.
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