Tecnologia da informação e comunicação, indústria e bioindústria 4.0, são passos preciosos e consequências da economia da ZFM. Um caminho sem volta, queiram ou não queiram os paraquedistas e seus vaticínios sinistros e ameaçadores. A melhor maneira de tratar com isso é fazer dessa cantilena uma novena de libertação e transpiração. Parabéns aos organizadores, apoiadores e acolhedores da EXPOAMAZÔNIA BIO&TIC 2022.
Ainserção sustentável da diversidade biológica na economia do Amazonas com os recursos da Tecnologia da Informação e Comunicação, inevitavelmente, se estabelece como a mais nova e promissora modulação do desenvolvimento regional. Estava escrito nas estrelas e em corações e mentes de todos aqueles que aqui vivemos e batalhamos. Como dia a sabedoria popular: água mole em pedra dura cria rumos de comunhão. E é exatamente isso que significa o lançamento oficial da EXPOAMAZÔNIA BIO&TIC 2022, que ocorrerá neste dia 13 de abril, no Auditório da Suframa, as 10:00. E o evento está previsto para os dias 30 de junho e 2 de julho próximos. É muito significativo que a Suframa tenha aberto suas portas e, ao lado da Associação do Polo Digital de Manaus, APDM, seja co-promotora do acontecimento através do CBA, Centro de Bionegócios da Amazônia.
Marcada para ser esvaziado pelas medidas federais e intimidação dos atores locais, a Zona Franca de Manaus ressurge com a EXPOAMAZÔNIA BIO&TIC 2022 como a fênix da teimosia. Tem que morrer pra germinar? Algumas atitudes, certamente, sim, precisam sumir, como a dispersão, desconhecimento e descompromisso com o pai nosso de cada dia. Jamais sumir, porém, com o conjunto de acertos que fazem deste programa de redução das desigualdades regionais um caso de sucesso reconhecido mundialmente. É a partir dele que esses acordes foram compostos e de suas entranhas fecundas foi gerado. A mobilização de atores determinados e criativos configura uma fórmula poderosa resistência que deu à luz a essa vitrine de avanços chamada EXPOAMAZÔNIA BIO&TIC 2022.
Pelotão de frente
Há um grupo forte de instituições e entidades em movimento, sob a batuta de Vânia Thaumaturgo Capela, presidente da Associação do Polo Digital de Manaus (APDM), do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi) e o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). A ExpoAmazônia conta, ainda, com o apoio de diversos parceiros, incluindo o Portal Brasil Amazônia Agora, entre entes públicos e privados, todos cientes de seus papeis na promoção de ações que colaborem para o desenvolvimento não apenas da região amazônica, como também de todo o País.
A presidente da APDM, Vania Thaumaturgo, destaca que a Associação tem buscado constantemente atuar para estimular o debate de temas de interesse para a Amazônia e a iniciativa de se realizar o evento vem ao encontro desta proposta. Segundo ela, “a ExpoAmazônia tem como objetivo discutir, integrar e consolidar os Polos de Bioeconomia da região Amazônica e alavancar os Polos Digitais na região como duas matrizes econômicas viáveis e sustentáveis para a manutenção da floresta amazônica e o desenvolvimento econômico e social dos povos da região”. Para tanto, foram definidos eixos temáticos que nortearão o evento, que vão desde a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento econômico e social para os povos da Amazônia até as tecnologias digitais de vanguarda e o desenvolvimento do empreendedorismo.
Vânia Thaumaturgo – Associação do Polo Industrial de Manaus
Para Fábio Calderaro, gestor do CBA, a integração de atores do ecossistema local permite que os debates acerca de temas relevantes para a sociedade amazônica possam alcançar níveis de maturidade que gerem resultados ainda mais promissores para o pleno desenvolvimento regional. “São eventos como a ExpoAmazônia que nos criam um ambiente favorável para realizarmos ações mais assertivas. Queremos fomentar os polos de bioeconomia e de inovação e tecnologia e, para isso, devemos discutir sobre as estratégias para melhor desenvolvê-los”.
Fábio Calderaro – Centro de Bionegócios da Amazônia
Metas e resultados
A partir da programação proposta para o evento e que será apresentada no seu lançamento oficial, a ExpoAmazônia visa a alcançar milhares de atores locais para discutir sobre qual foco se pretende para o Polo de Bioeconomia amazônica e quais estratégias para o seu desenvolvimento. Da mesma forma, o evento tem por objetivo apresentar para a sociedade as duas matrizes econômicas viáveis para a região, em complemento às atividades do Polo Industrial de Manaus (PIM). Além disso, espera-se apoiar startups na mentoria e apresentação de seus negócios para investidores potenciais, bem como prospectar negócios e atrair estudantes e profissionais para o mercado de tecnologia.
A trilha conduz para a economia digital associada à robótica – duas realidades dos tempos modernos absolutamente irreversíveis – que, em princípio, eram encaradas como o fantasma do emprego no modelo clássico de produção industrial – e que hoje conseguiram demonstrar incontáveis argumentos e instrumentos para criar novas saídas. EXPOAMAZÔNIA BIO&TIC 2022
Serviço
O que: Evento de lançamento da ExpoAmazônia Bio&TIC 2022
Quando: Quarta-feira, 13 de abril de 2022, das 10h às 12h
Onde: Auditório da Suframa, localizado na Av. Ministro Mário Andreazza, 1.424, Distrito Industrial, Manaus/AM
II
A ordem é mesmo acabar com a Zona Franca de Manaus?
Como diz o povo, o dinheiro está saindo pelo ladrão dos cofres federais. Ao menos é o que se pode inferir das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, na tarde desta quinta-feira, em evento com o Bradesco. Sua dúvida, na reunião com o Banco era saber “…se corrigimos a Tabela de Imposto de Renda agora, ou deixamos para a primeira ação do novo governo”. O fato é que ele determinou a sua equipe que encontre fórmulas para continuar cortando impostos. Nas folias dos cortes lineares, havia outra dúvida: cortar o incentivo fiscal do polo de concentrados de refrigerantes instalados na Zona Franca de Manaus, ou elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido em dois pontos percentuais. Essa dúvida se deve à decisão de renegociar as dívidas das Microempresas Individuais e pequenas empresas regidas pelo regime fiscal do Simples. Ao que parece, a Febraban deu a última palavra e os cortes fiscais no sistema financeiro continuarão nos mesmos lugares.
Em artigo publicado pelo CIEAM, nesta data, o tributarista Everardo Maciel, comenta o frenesi das propostas de reforma tributária como sendo “…soluções pueris, como juntar tributos para simplificar, eliminar incentivos fiscais para conferir maior neutralidade ou aumentar alíquotas nominais, na tributação da renda, para aumentar a justiça fiscal”. A questão é meio teatral, observa o nobre pernambucano, citando Pirandello, o escritor italiano que recebeu o Nobel de Literatura justamente por desfraldar a hipocrisia dos discursos dominantes. Foi com essa lógica que ele revelou que a agenda oculta da PEC 45, badalada pelo entourage do ministro da Economia, era decididamente eliminar o programa Zona Franca de Manaus.
Então, começa a ficar claro que é preciso remover a economia do Amazonas por razões distintas do preconceito da Escola de Chicago com relação às iniciativas de política fiscal para, por exemplo, reduzir as desigualdades regionais deste país dos latifundiários e de pecuniários. Seria alguma razão fora dos padrões razoáveis do bom-senso? Como saber se, a cada hora, rola uma estória e sobre as quais, quem não ficar atento, corre o risco de ser jogado nágua? As medidas de combate à estrutura e funcionamento da ZFM estão em pleno vapor e a alternativa jurídica das ADPFs, Ações de Descumprimento dos Preceitos Fundamentais, pela precisão dos tiros disparados, se tornará mais inviável do que se poderia supor.
Teria sido – ainda seguindo na especulação das alternativas de eliminação da ZFM – decretada a desimportância definitiva desse programa, desacreditado pelo conjunto da obra de maledicências e/ou de ignorância sob encomenda, perpetradas pelos rancores ancestrais do capital nacional, persecutório e difamador? Agora, a essa altura dos paradoxos, isso pouco importa.
Em recente reflexão, citei um atestado de ignorância explícito de um agente público da burocracia federal, que perguntou a um emissário das empresas do Polo Industrial de Manaus: “O que é mesmo o PPB?”. A pergunta, aparentemente inocente, se junta a outras muito frequente que ratificam o desconhecimento, descaso e a insignificância com que a União trata os interesses da Amazônia em geral e do Estado do Amazonas em particular. “É comum, a propósito, que muitos agentes encastelados em Brasília não saibam a diferença entre Amazônia e Amazonas.”
São questões que ficarão sem respostas, pois somente aos nativos importam estas indagações. Ou seja, no frigir rotineiro dos ovos estrelados, a omelete é urgente e tem outra configuração. A nós se exige apenas que juntemos talentos, resiliência e obstinação, para inventariar as munições de que dispomos para reagir, criteriosa e criativamente, na direção do Amazonas e da Amazônia que queremos. Este estado sem sua Amazônia irá a nenhum lugar. O leite da abundância perversa foi derramado. O passo seguinte vai depender de nós, da primeira do plural amazônico, fonte de promessas, saídas e conquistas de que somos capazes e das prioridades que importa alinhar. Pra já!