Querido Pai Zecão,
Hoje quero dedicar um momento para expressar o quanto sou grato por tudo o que o senhor fez por mim. E ainda faz. Pois sinto que, mesmo no Plano Espiritual é possível uma interação entre nós baseada na maior virtude tão propagada e constantemente ensinada pelo Divino Mestre Jesus – O amor.
Reconheço que foi o senhor quem me deu a vida, e por isso, tenho uma profunda admiração e gratidão pelo senhor.
Gostaria também de pedir desculpas por algo que disse e que possa ter magoado ou causado algum mal, quando o senhor estava entre nós neste plano. Sinto muito se minhas palavras ou ações lhe fizeram sentir o contrário do que realmente sinto.
Meu coração é cheio de respeito e amor por tudo o que o senhor representa nas nossas vidas. Porque para mim e meus irmãos o senhor nem nossa mãe não morreram. Só morre quem não deixa saudades. E a nossa é imensa.
Amo o senhor e minha mãe pelo que vocês foram, pelo que são eternamente na imortalidade em Cristo ao qual professamos. E também pelo que fez pelos outros. Nos ensinou a amar nossa Manaus, nosso Amazonas e o seu povo.
Sua força, dedicação e exemplo são inspirações diárias para mim. Suas e de minha querida mãe. Dos muitos conselhos ressalto alguns: respeitar as pessoas, independente de raça ou etnia, religião, classe social ou ideologia. Enfim, não ser preconceituoso ou intolerante. Vivíamos, lá pelos anos sessenta, numa cidade ainda muito provinciana e patriarcal. Com preconceitos e costumes arcaicos.
Sobre perseverança e força de vontade, sempre nos dizia que “os generais não são aqueles que vencem as grandes batalhas. Mas os que vencem a si mesmos.” E nos advertia por diversas vezes que o essencial e importante é ser e não ter. E ainda, o dever de amar e respeitar as mulheres. Como o senhor sempre agiu com nossa mãe. O pior “crime” que nós os filhos homens poderiam cometer era machucar ou bater em nossas irmãs.
Vocês tiveram sete filhos. É fato que fomos criados e amados como se fossemos filhos únicos. Todos já expressaram e parecem reconhecer isso. Sou grato por ter tido um pai como o senhor e uma mãe que nos amava antes de nascermos. Expressava esse amor fazendo casaquinhos e luvas de tricot adaptados para o clima tropical de nossa região. Tão gostosos e importantes para noites de friagem mais comuns nas décadas de 1950 e 1960.
Sou muitíssimo grato por tudo que aprendi ao seu lado. Espero poder retribuir um pouco de tudo isso repassando ás minhas netinhas seus ensinamentos e valores. Como o fiz com meus filhos. Quero ensiná-las o quanto o senhor e minha mãe foram importantes nas nossas vidas. E de muitas outras pessoas. E ainda continuam sendo.
Meus filhos nos deram essas preciosas netinhas, suas quatro bisnetinhas honrando sua descendência. Assim como meus irmãos, com seus netos e netas. Todos conscientes que descendem do senhor. Todos expressam grande orgulho e privilégio de serem descendentes do senhor e de nossa mãe.
Por fim, expresso definitivamente todo o meu amor incondicional que sei que não é só meu, mas de todos os seus filhos netos e bisnetos.
Nos veremos na eternidade.
Pedro Lucas
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