Desde muito pequeno fui alertado que muitas pessoas passam fome neste mundo. Quando deixava algo no prato diziam que não se podia estragar comida. Havia muita gente sem comer e aquilo seria um absurdo.
De fato, milhões de pessoas mundo afora encontram-se em situação de rua e passam fome. Um país como os Estados Unidos não poderia ter o que eles chamam de “homeless”.
E a Inglaterra então? O príncipe de Gales, herdeiro do trono, tem como prioridade em suas ações sociais as pessoas em situação de rua. O projeto foi batizado de “Homewards”. O desejo de William é encontrar um teto para todas pessoas em situação de rua do Reino Unido. O objetivo é que as pessoas mais necessitadas tenham um lugar para chamar de lar.
O herdeiro do trono britânico tem como meta determinado período de anos. O trabalho é uma retomada de ações humanitárias que sua mãe, a falecida princesa Diana, realizava com pessoas em situação de rua.
No Brasil, mais especificamente em São Paulo, a celebridade mais atuante neste triste problema é o padre Júlio Lancellotti. Pela porta de sua paróquia em São Paulo, dezenas de pessoas entram em busca de alimentos. O padre cuida para que ninguém saia dali com a barriga vazia.
Em Manaus, vários grupos distribuem alimentos para os sem-teto, principalmente no centro da cidade. Os projetos são vários e os nomes são interessantes tais como “Mudadores de Rua‘, “Semeadores do amor” e “Olha a sopa”. A maçonaria, as igrejas em geral, clubes de serviço como Rotary realizam ações sociais especialmente voltadas para pessoas em situação de rua e vulnerabilidade em Manaus.
O último censo mostrou um aumento na população especificamente do centro da cidade. Isso também significa que esse aumento pode ser de mais pessoas em situação de rua e o agravamento da crise.
Eventualmetne participo ajudando esses grupos de apoio aos moradores sem-teto. Certa vez ouvi de uma pessoa nessa situação:
– Fome dói! Fiquei triste e envergonhado porque nunca havia sentido dor de fome.
O leitor pode me perguntar o porquê do título dessa crônica ser “Clareou”. È que os moradores do centro usam essa palavra para avisar aos outros que está chegando comida. Vamos clarear a vida dessas pessoas. É urgente! E como me disse um deles, fome dói.