Manaus, 18 de junho de 2025

CODESE, o protagonismo civil

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Algo de muito positivamente impactante nos despertou para o sagrado exercício efetivo da cidadania. Estávamos acostumados a receber goela abaixo os planos da gestão social que os governos nos impunham a cada mandato. É como se eles soubessem, por revelações secretas de estranhos oráculos, o que era e o que não era bom e necessário para a sociedade. Vade retro!.. depois de tantas manchetes e mandados de prisão sobre peripécias perversas com o bem público, a ideia do protagonismo civil começou a tomar forma, cor e sabor cidadão. “Yes, we can”, Sim, nós podemos, diz a palavra de ordem de movimentos que eclodem pelos quadrantes planetários. Claro que nós podemos, todos, sobretudo juntos e interligados, na conjugação crítica e propositiva do verbo mudar na primeira do plural: sim, nós queremos e vamos mudar a naturalização dos ilícitos, da supressão dos benefícios que decorre do desvio das finalidades do erário! Pois bem, neste clima surgiu um movimento coletivo, interinstitucional, chamado CODESE, Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus, um salto do presente para olhar, desenhar e construir o futuro que todos queremos.

Entra governo e sai governo e os ovos do cotidiano apenas reproduzem o horizonte e os interesses de cada mandato, focados na pequenez obscura do aqui e agora, a estreiteza temporária de cada gestão. E gestão ineficazes, incapazes de transformar sem destruir o monumental acervo natural amazônico em prosperidade geral. Ei!, perguntamo-nos todos, por que é proibido construir o omelete da mudança de médio e longo prazo, diante do caos urbano daquela que já foi chamada de Paris dos Trópicos? Hoje, com vias públicas esburacada, sem saneamento, hospital sem anestesia para aliviar tanta dor, penitenciárias apinhadas como escolas do crime enquanto a escola da cidadania padece de atenção e prioridade governamental. Parte significativa do tempo e dos recursos destinados ao bem-estar do cidadão estão sendo gastos para deleite de determinados gestores e pagamento de advogados para livrá-los da prisão, impedida por embargos infringentes, os penduricalhos da impunidade. É o que dá escolher paradigmas pseudodemocráticos que nomeiam raposas a zelar pelo galinheiro do bem comum.

Como as Águas de Março, de Tom Jobim, o CODESE, às vésperas de completar seu primeiro ano “…é um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, é um belo horizonte, é uma febre terçã, são as águas de março fechando o verão é promessa de vida no teu coração”. A ideia surge na esteira de experiências urbanas bem resolvidas, como as de Maringá-PR, lembra Antônio Azevedo, escolhido pelas entidades como timoneiro dessa nave da esperança. “O cidadão, a cidadã, suas famílias, estão engasgados pelas promessas não cumpridas na gestão dos recursos do contribuinte e este movimento chamado CODESE tem o único propósito: abrir espaços para o protagonismo civil, unindo as entidades do tecido social para construir uma pauta de interlocução critica e propositiva com o poder público”.

Algumas ações já surpreendem pela adesão civil. O Polo Digital de Manaus, que reuniu em dezembro jovens empreendedores em startups, motivando os institutos de ensino e pesquisa a fazerem da investigação novas modulações econômicas complementares ao Polo Industrial de Manaus. A meta é que essas matrizes das vocações regionais de negócios cheguem, em 20 anos, a 2/3 do PIB estadual. Proteína de peixe, mineração, turismo, serviços ambientais, atraindo investidores, com a melhoria da ambiência de negócios, sugere Wilson Périco, dirigente do CIEAM, entidade da indústria integrante do CODESE Com este protagonismo, goela abaixo dos “planos e metas messiânicos” nunca mais. Surge, pois, a demanda de um novo conceito e conduta da tal representatividade como paradigma efetivo de ordenamento das demandas do tecido social. “Vamos consolidar métricas, indicadores de desempenho, criar observatórios da aplicação de recursos públicos, com a participação das entidades de classe, para aferir onde estamos e onde queremos chegar”, diz o dirigente do Sinduscon, FranK Souza, um dos cérebros do CODESE Manaus, para quem é perfeitamente viável colocar Manaus entre as 10 melhores cidades do país para se viver e trabalhar.

Mãos à obra!

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