Manaus, 25 de outubro de 2025

Essa tal felicidade

Homem de terno e gravata com pessoas ao redor de uma mesa O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

Compartilhe nas redes:

No lindo e famoso poema “Juca Mulato”, Menotti Del Picchia traduz, como ninguém, a busca do homem, no mais das vezes de modo infrutífero, pela felicidade, coisa que cada um de nós deseja e espera, como quem espera e deseja o Sol da manhã. Diz ele: “O homem foi sempre assim… Em sua ingenuidade/teme levar consigo o próprio sonho, a esmo, e oculta-o/sem saber se depois o achará…/E quando vai buscar sua felicidade, ele, que poderia encontrá-la em si mesmo/escondeu-a tão bem que nem sabe onde está”.

Há quem diga que não existe receita para a felicidade, sobretudo nos dias de hoje, condicionados pelo “mal do século”, a depressão. Há quem diga que a vida é triste e que, isso, não vai mudar. Ocorre que a felicidade, precisamos entender, é feita de coisas simples. Nós é que a tornamos complexa ao condicioná-la a fatores estranhos às nossas vontades ou possibilidades. Quando resolvemos, por exemplo, amar alguém que não nos ama; quando pretendemos algo, um bem material, que não podemos ter; ou quando desejamos ser aquilo que não somos. Sem que percebamos, nesses e em outros casos similares, acabamos por esconder a felicidade, que já é fugaz, pois ela consiste, substancialmente, num estado de espírito, em lugares inacessíveis. O resultado? Tristezas, frustrações e todos os males que corroem a alma.

A vida, precisamos entender, é um presente de Deus. E esse presente não pode ser desperdiçado. Claro, ninguém disse que seria fácil encontrar o nosso lugar no mundo, mas as coisas boas, as coisas que edificam e nos completam são resultado de nosso empenho, de nosso trabalho, de nossa resiliência em lidar com as dificuldades. A vida é um aprendizado. Vai ter erros e acertos, mais erros, em verdade, do que acertos. Nada em nossa história é para sempre. As vitórias, as derrotas, tudo passa…Se compreendermos isso, será possível encontrar o ponto de equilíbrio, a maturidade para chegar ao porto seguro do controle de nossas emoções, de submissão de vontades, em nossa evolução pessoal, enfim.

Há, condutas que, sem nenhuma dúvida, aumentam em muito as probabilidades de que os momentos felizes sejam mais frequentes. Um autor, cujo nome não recordo agora, cunhou uma frase lapidar: “Faça o melhor que puder, espere sempre o pior e, o que vier, será lucro”. Ou seja, dê tudo de si em tudo o que fizer, mas se prepare psicologicamente para as derrotas porque, assim, será possível recomeçar sem traumas e viver será, também, uma experiência melhor. Uma boa dose de otimismo, também, é fundamental.

Mas acima de tudo isso e fixada a premissa de que a felicidade está dentro e, não, fora de nós, uma receita infalível para buscá-la e apropriá-la por mais tempo, quiçá enquanto tenhamos vida, consiste em entender e praticar, de todo o coração, os princípios e valores que nos ensinou o mestre Jesus, cujo aniversário natalício se aproxima. Aí, não apenas estaremos, mas seremos felizes por encontrar a desejada paz espiritual aqui e agora, até que, passando dessa para outra dimensão, possamos viver felizes também na eternidade.

*Amazonense de Manaus, Advogado, jornalista, escritor e editor. Em âmbito regional é membro da Academia Amazonense de Letras; do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas; da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – seu atual presidente; da Academia de Letras do Brasil-Am; da Academia de Letras e Culturas da Amazônia; da Associação dos Escritores do Amazonas; e da Associação Brasileira de Poetas e Escritores PanAmazônicos. Idealizador e fundador da Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas – a Casa de Bernardo Cabral. Integra, como membro efetivo, a Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas; a Academia Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado; a Confraria Dom Quixote; a Associação Nacional dos Escritores, sendo, ainda, sócio correspondente da Academia Carioca de Letras; e da Academia Cearense de Direito;) e sócio honorário da Academia Paraibana de Letras Jurídicas. Faz parte também do Conselho Consultivo da Academia Brasileira de Direito.

Views: 7

Compartilhe nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *