
*Nelson Azevedo
“As propostas aqui sugeridas, frutos da gestão participativa desta entidade em festa, permitem vislumbrar que o desenvolvimento econômico do Amazonas esteja alinhado com a preservação do bioma florestal, garantindo um futuro sustentável para as próximas gerações.”
Neste 3 de agosto, enquanto celebramos os 64 anos da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), refletimos sobre o futuro da economia do estado. A diversificação, o adensamento e a interiorização do desenvolvimento são os pilares que devem guiar nosso progresso. Vamos explorar as oportunidades, avaliar as potencialidades e fragilidades do bioma florestal e abraçar a Indústria 4.0 com sustentabilidade e inteligência. A revolução 4.0 se dá a cada dia, e a intensidade tecnológica do Amazonas, que é topo do ranking nacional, é a prova disso.
Diversificação da Economia
Desde suas origens nos anos 60, a economia da Zona Franca de Manaus tem sido a base fabril que gera 85% da riqueza do Estado. Conseguimos também alcançar 30% da atividade produtiva de toda a Região Norte, avançando na diversificação para explorar setores como a bioeconomia, o turismo ecológico e a agricultura sustentável. A bioeconomia, em particular, oferece oportunidades para transformar a biodiversidade da floresta em produtos de alto valor agregado, desde cosméticos e suplementos até medicamentos. É essencial incentivar, na perspectiva dos bioativos, pesquisas que resultem em novos produtos e processos, aproveitando a riqueza natural de forma sustentável para atender às demandas da indústria.
Imagem gerada por Inteligência Artificial
Adensamento produtivo
Para fortalecer a economia local, é mandatório adensar as cadeias produtivas existentes, aumentando o valor agregado dos produtos manufaturados na região. Isso implica investir em tecnologia e inovação, promovendo parcerias entre universidades, centros de pesquisa e a indústria. O desenvolvimento de biotecnologia e a produção de insumos para setores diversos podem resultar em uma economia mais robusta e menos dependente de incentivos fiscais.
Interiorização do Desenvolvimento
Levar o desenvolvimento econômico para o interior do estado é uma estratégia vital e inadiável. Isso pode ser alcançado por meio da criação de polos industriais regionais, incentivando pequenas e médias empresas a se estabelecerem em áreas fora da capital. A legislação favorece aqueles que atendem ao adensamento da indústria. Além disso, a infraestrutura de transporte e comunicação precisa ser aprimorada, facilitando o acesso e a integração dessas regiões ao mercado global.
Indústria 4.0 e Sustentabilidade
A adoção de tecnologias da Indústria 4.0, como automação, inteligência artificial e internet das coisas (IoT), começa a revolucionar a produção industrial no Amazonas. Essas tecnologias não apenas aumentam a eficiência, mas também reduzem o impacto ambiental. A digitalização dos processos industriais e a implementação de práticas de economia circular são fundamentais para garantir a sustentabilidade. Isso supõe articulação interinstitucional e governança colaborativa.
Integração com a Economia Florestal
Este tem sido um movimento fecundo da FIEAM, seus sindicatos e parceiros: integrar o parque fabril de Manaus com a economia florestal e a agroindústria, uma movimentação estratégica e promissora. A utilização sustentável dos recursos da floresta, como a exploração de óleos essenciais, frutos e resinas, pode complementar a produção industrial tradicional. A agricultura familiar e sustentável precisa ser demandada e conectada com o polo industrial. Projetos de seleção e propagação de clones em laboratório, bem como a recuperação de áreas degradadas com espécies de alto valor agregado, são outras iniciativas que aliam desenvolvimento econômico com conservação ambiental.
Aproveitamento Inteligente
O futuro da economia do Amazonas depende do aproveitamento inteligente e responsável das oportunidades. Isso inclui políticas públicas que incentivem o uso sustentável dos recursos naturais, a promoção de práticas agroflorestais e o apoio a projetos de energia renovável. A capacitação profissional e a educação ambiental também são essenciais para preparar a população local para participar ativamente desse processo. Foi com essas premissas que chegamos até aqui.
Mãos à obra
As propostas aqui sugeridas, frutos da gestão participativa desta entidade em festa, permitem vislumbrar que o desenvolvimento econômico do Amazonas esteja alinhado com a preservação do bioma florestal, garantindo um futuro sustentável para as próximas gerações. Este é o diferencial do programa ZFM de desenvolvimento regional abraçado pela FIEAM, com sua longa trajetória de promoção da indústria e da sustentabilidade. Vamos em frente, assumindo coletivamente o protagonismo do setor produtivo na construção de nossa História, inspirando e liderando a transformação econômica do Amazonas.
*Economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, Conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM.
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