As terras altas do Amazonas
Todos pensam que o Estado do Amazonas seja somente constituído pelas terras baixas da Bacia Amazônica, embora talvez possua uma área do tamanho de Minas ou da Bahia, com alturas variando entre 500 e quase 3.000 metros de altura, no Pico da Neblina, onde se localiza a mais alta montanha do Brasil.
São terras a se explorar sob todos os pontos de vista, englobando as mais diversas matérias principalmente Zoologia, Botânica e Geologia, aguardando as novas gerações amazonenses para os seus estudos.
Por isso ao terminarmos este nosso livro como uma exortação ao futuro mineral do nosso Estado, e antes que o Poder Político da Nação retalhe esta terra, como já o fez antes, a seu bel prazer, publicamos alguns dados de suas serras pouco conhecidas.
Serra de Curicuriari ou da Moça Bonita
Esta serra domina a paisagem da cidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira, plena da cultura indígena do Alto Rio Negro, em contato direto com a população neobrasileira.
As pedras de sua cachoeira correspondem a pedaços do corpo da cobra grande, morta por uma flechada de Yepaoanque, atirada com o seu poderoso arco-íris do alto do barranco da cidade.
O Alto Rio Negro w a Serra da Bela Adormecida
A serra acima, que tem o perfil de uma mulher deitada é a região do mítico Basebo, o dono das plantas, o disseminador a agricultura de muitos vegetais regionais, e a mulher-serra seria uma de suas esposas, petrificadas para sempre.
A serra atinge 1.400 metros de altitude e junto com a Serra da Traíra são as únicas do Maciço Guiano, que passam para a margem direita do Negro.
Serra do Araçá
É uma serra de grande extensão com numerosos tepuis, os seus pontos culminantes, na faixa de 1700 metros de altura. Situa-se no município amazonense de Barcelos, na sua metade norte, à margem esquerda do rio Negro.
Os rios ao despencarem desse planalto formam belas cachoeiras, sendo a do Eldorado, uma das mais altas do Brasil.
Cachoeira do Eldorado – Barcelos Amazonas
Picos da Neblina e 31 de Março
Ambos estão situados na Serra do Imeri, parte do Maciço Guiano, entre o Amazonas e a Venezuela.
Correspondem aos dois pontos mais altos do território brasileiro, com o pico da Neblina atingindo a 2.993 metros e o 31 de Março, a 2972 metros.
Pico da Neblina
Serra de Contamana, do Moa ou do Divisor
Fica nas nascentes do rio Javari abrangendo o Acre, o Peru e uma pequena parte do Amazonas.
Alcança altitudes superiores a 600 metros de altura.
Serra de Contamana ou do Moa
Serra de Cucuí
Situada à margem esquerda do rio Negro, na sua entrada no Brasil. Embora sobre a linha fronteiriça, ela ficaria fora do território brasileiro.
Em seu sopé foi instalado o Forte de Cucuí após a criação da Província do Amazonas, estabelecendo um ponto de expansão do nosso País e criando uma movimentação dos índios, que redundou nos Movimentos Messiânicos do Rio Negro.
Serra de Cucui (1930)
