Manaus, 7 de setembro de 2024

Inspiração

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Nesse mês se comemora o dia do escritor. Escritores vivem procurando inspiração. Como sempre, estou à procura de uma inspiração. Quero fazer uma carta de amor. Não quero por e-mail. Nem tampouco uma mensagem de amor por whats app ou Messenger.

Gostaria de poder enviá-la pelos Correios. De preferência nos envelopes antigos os quais tinha uma borda com tracinhos verdes. Indicava que a carta era proveniente do Brasil mesmo. Se as bordas fossem azul ou vermelha, com certeza era uma carta vinda do exterior.

Nos envelopes vinha impresso VIA AÉREA, PAR AVION, ou AIR MAIL. Tempos em que as comunicações viajam somente de avião. Hoje elas viajam virtualmente. E pasmem, podem ficar arquivadas em nuvens! E para sempre!

Gostaria de postar usando selos. Hoje também quase não se usa mais selos. Há agências dos Correios que não disponibilizam selos. Tudo é postado com código de barras ou carimbos. Mas os filatelistas continuam por aí. Uma amiga brasiliense possui uma coleção de selos temáticos. Tem uma coleção de selos de plantas e flores. Há selos de orquídeas, flores do campo, begônias e até de vitória régia.

Imaginei como gostaria de postar a carta de amor. As inspirações para fazê-la foram muitas. Mas fiquei com medo de ser ridículo. Mas o amor não pode ser ridículo. Inspirar não pode ser somente inserir ar nos pulmões. Para respirar é preciso inspirar.

Estou procurando aquela inspiração que nasce no coração e no espírito. Estou procurando um sentimento amoroso. Um pensamento que possa me guiar, me orientar a fazer uma carta de amor que não seja banal nem ridícula.

Sugestões não me faltam. No Google há mais de 2 milhões de resultados para o tema “cartas de amor”. Somente o Pinterest nos apresenta 660 ideias de cartas de amor. E ainda há dicas de como escrevê-las. Descartei tudo isso. No mês do escritor peguei um soneto de Olavo Bilac, a mais alta inspiração em poesia. E o declamei para a amada:

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo /Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,/Que, para ouvi-las, muita vez desperto/E abro as janelas, pálido de espanto…/E conversamos toda a noite, enquanto /A via láctea, como um pálio aberto,/Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto./Direis agora: “Tresloucado amigo!/Que conversas com elas? Que sentido/Tem o que dizem, quando estão contigo?”/E eu vos direi: “Amai para entendê-las!/Pois só quem ama pode ter ouvido/Capaz de ouvir e de entender estrelas.

Grande Bilac. Quanta inspiração!

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