Passados vinte e cinco anos dos primeiros passos para a criação do Corpo de Dança do Amazonas – CDA, disponho-me a olhar pelo retrovisor da história e alcançar a hora certa da decisão que tomei em criar os Corpos Estáveis do Teatro Amazonas – com decisivo apoio do governador Amazonino Mendes- , e fazê-los como grupos profissionais, o que era necessidade antiga e reclamada por quantos aspiravam que nosso maior templo de arte deixasse de representar, apenas, um belo conjunto arquitetônico e o símbolo de uma época de prosperidade e esbanjamento.
Foi com esse espírito que reunimos jovens colaboradores e talentosos criadores de arte para desenhar o que viriam a ser – e continuam sendo – uma orquestra Filarmônica de fazer inveja a outras grandes cidades; um coral de magnitude e excelência; e um Corpo de Dança capaz de honrar as melhores tradições do País e esbanjar encantamento.
Cada um desses grupos profissionais foi tratado com esmero particular. O Corpo de Balé, por exemplo, surgiu como resposta a larga tradição amazonense que vinha de muitos artistas – José Rezende, Conceição Souza, Arnaldo Peduto, Jofre Santos…, para citar alguns, que foram ricas experiências que não haviam sido aproveitadas pelo Poder Público do Amazonas e aos quais se somaram depois outras ilustres figuras como Ivonice Satie, particularmente genial.
Como ficara estabelecido desde os primeiros estudos, os Corpos Estáveis do Teatro seriam compostos – todos eles – mediante concurso público e com provas renováveis anualmente para que fosse possível manter a qualidade artística, e, de forma profissional, remuneração a mais justa possível, reconhecimento oficial e projeção de longo prazo, com preparação de espetáculos, participação integral no Festival Amazonas de Ópera, apresentações gratuitas e realização de projetos especiais.
Logo no decorrer dos primeiros anos foram realizados espetáculos grandiloquentes que impressionaram o público, contribuíram para a formação de plateia como se objetivava, aprimoraram a formação dos bailarinos e marcaram a trajetória da dança no Estado.
Era o ano de 1997 quando tudo se iniciou com a criação da Secretaria de Estado de Cultua, Turismo e Desporto, mais tarde unificada em Secretaria de Cultura. No ano seguinte (1998), o Corpo de Dança já nos brindou com “Xamã” e “Sagração da Primavera”, depois, “Puracy” e “Desejo”, a seguir, “Another Time to Breath”, “Da Cor Azul” e “Estudos de Nazareth”. Em 1999, a primeira e brilhante participação no III Festival Amazonas de Ópera em “O Elixir do Amor” e a excursão inaugural para fora do Estado, chegando a Brasília e a Caxias do Sul. Em 2000, esteve em “O Guarany”, em 2001 em “Manon”, e, mais adiante, o espetacular “Grito Verde”.
Há nomes – e muitos nomes – que merecem a medalha do Jubileu, a honra de terem sido os sustentáculos iniciais desse projeto vitorioso que permanece dando orgulho a nossa gente, de forma emblemática, e creio que os nomes aqui referenciados servem com perfeição para nominar a todos que contribuíram e contribuem com talento, dedicação, profissionalismo e trabalho para que o Jubileu seja comemorado em grande estilo: Helen, Eduardo, Sumaia, Zélia, Marcelo, Ellen Menezes, Ângela, Adriana, Meire Jane, Marcela, Robson, Dhian, Wallace, Elson, Ana Mendes, Yara, Flávio, Getúlio Lima, Augusto Domingos… e tantos e tantos talentos que se empenharam neste trabalho de amor a arte, e outros que, mais adiante, vieram ser incorporados por méritos e emprestam sua alma ao Corpo de Dança do Amazonas.
Esta é hora gloriosa e apropriada para projetar mais e mais sucesso. Alegro-me em acompanhar o florescimento desta obra.
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