A balsa da Petrobrás repleta de petróleo,
Qual sucuri de prata, descendo o Solimões,
Fantástica, vai rente à margem,
Com os grandes olhos vermelhos à frente e atrás,
bem devagar, temendo um desastre ecológico,
leva a Manaus o ouro negro do rio Urucu.
Pergunto-me se MANAUS recebe os “royalties”?….
Mas a lua me arranca do problema economico
É preciso REZAR: louvar e agradecer,
Por este rio enorme, marulhante,
Pelos peixes que saltam com a força da lua,
Pela orquídea e o tamba tajá,
A andiroba e o cupuaçu que não sabem louvar
Por homens e mulheres que não sabem, que não querem ADORAR.
A onça e os jacarés devem estar também prateados de lua.
É preciso cantar por este barco vestido de luar.
Ergo-me de minha rede missionária…. Este luar de agosto impressiona.
Mas… e se batêssemos num toro de madeira?
Seríamos amortalhados em nossas próprias redes…
Mas o luar espanta o sono e o medo.
É hora de cantar e agradecer.
E hora de escutar o que vai pelo mundo.
Ouçamos o que diz esta “Rádio Cabocla” de Manaus
No radinho de pilha – resquício da Zona Franca.
…. Será “cabocla” mesmo?
Ouça a música e temo:
….“ There’s a river rolling to the sea…”
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