Manaus, 26 de julho de 2024

Manifestar-se é preciso

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Sinto que as manifestações, tanto as de ontem, como as de amanhã, não estão organizadas e lideradas por um comando político associado a lideranças dos movimentos sociais. Na verdade, ao que parece a classe política quer distância desses atos de servilismo e submissão (CUT e MST), ou dos que, como os deste domingo,  intentam legitimamente formalizar protesto e deixar clara a intolerância da sociedade a um governo evidentemente incompetente e corrupto.

Penso também na pouco clara definição da abrangência das motivações que desencadeiam os protestos. Impeachment (quais as razões objetivas?), renúncia (há bastante), ou simplesmente marcar posições contra o desgoverno, a corrupção, a tolerância a regimes ditatoriais, o desprestígio internacional do País, a deterioração das contas públicas, o brutal processo de desnacionalização da indústria, e assim por diante.

De posse de uma Agenda positiva as oposições têm obrigatoriamente que participar dos movimentos populares, jamais, como quem não está nem aí para a situação, com medo de consequências, deles se afastarem. Contrário ao impeachment, Ok, deixa claro, mas não pode ser indiferente a todos os demais itens que motivam as manifestações. Registre-se, a propósito, que a recente mobilização dos caminhoneiros não recebeu uma palavra sequer de apoio e solidariedade das lideranças e da militância política.

Não fosse a coragem dos líderes políticos que se opuseram à ditadura – Ulysses, Tancredo, Brizola, Lula, Fernando Henrique, Mário Covas à frente -, o movimento pela Redemocratização e as “Diretas Já”, no princípio dos anos 1980, talvez não tivessem ocorrido.

Este é um momento de definições, não de fuga a responsabilidades políticas. Ser clara e abertamente contra ou a favor. É disso que se trata.

As passeatas de ontem foram em apoio à Petrobras (quem, em sã consciência é contra a Petrobras, afinal?) e em favor da presidente Dilma (quais os pontos positivos que justificam esse alinhamento canino ao governo Dilma Rousseff?).

Na verdade, que fique bem claro:

  1. a) Nem o povo é contrário à Petrobras, apenas e exclusivamente do povo brasileiro, não de partidos políticos ou de facções ideológicas A ou B, empresa que, no entanto, se encontra sob sítio do maior esquema de pilhagem que qualquer empresa pública provavelmente já sofreu em qualquer país do mundo;
  1. b) O governo Dilma Rousseff é um engodo, uma fraude. Fruto de claro estelionato eleitoral, o escândalo do PTrolão (operação lava a jato) o comprova (200 milhões de reais só para o PT), perdeu o rumo e está levando a economia brasileira a incontestável processo de desmanche e à desmoralização da Administração pública em praticamente todos os seus segmentos.

Assim, as oposições devem juntar-se e aliar-se ao povo do bem, que ama o Brasil, não Cuba ou a Venezuela, e que almeja seu desenvolvimento  com justiça social, liberdades democráticas, fortalecimento e moralização das instituições.

As representações políticas, por outro lado, devem manter distância dos setores populares que destroem  plantações. Máquinas e implementos agrícolas, laboratórios de pesquisas; do segmento popular que, por conveniência partidária, finge não ver o desastre que se abateu sobre a educação, a saúde, a segurança pública, o saneamento, o abandono de obras públicas essenciais; que faz de conta desconhecer o grau de desmoralização imposto à nossa Diplomacia (inadimplente com salários e alugueis no exterior); que também não paga o FIES, o Pronatec (a cara da presidente na campanha), que deixou as universidades à míngua.

É impositivo, afinal, ser contra um governo que, de tão impopular, não tem coragem de sair às ruas, nem em apoio à marcha deste sábado da CUT e do MST.

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