Quero cantar o meu canto
antes que outros venham
dizer as coisas que eu sinto,
sofrer as mágoas que eu sofro,
erguer a voz nas quebradas
glorificando o perigo
deste amor que se faz tanto
que em mim não cabe mais.
Quero fazer do meu canto
guerra e paz num só momento,
sol de outono em primavera,
pedra e flor no fragmento
da emoção que me abrasa.
Quero cantar o meu canto
todo ele por igual,
agora enquanto a brasa
crepita no vendaval
e a minha voz é tão forte
como o trovão e o vento,
e o amor é o sentimento
que me liberta da morte.