Meu pai muito amou a Academia de Letras de Belém.
Ele via nesse “ninho” de letras um incentivo à cultura.
E, quando seu presidente,
ali se desdobrou para fazê-la mais famosa.
Os anos se passaram…
Meu pai, que se encantou por Manaus,
ajudou os jovens poetas do Clube da Madrugada
a se fortificarem no ideal, então mal conhecido, de versejar, de
publicar, de declamar.
Por isso, quem diria?
Quando Bruno morreu, em Manaus, de repente,
o seu velório só poderia ser
na Academia de Letras de Manaus.
Disseram-me os poetas e acadêmicos:
não havia motivo de chorar.
Recitamos os versos de meu pai, contamos suas piadas.
Foi uma noite de poesia e de alegria,
mas não deixamos de fazer as preces.
Morria quem soubera unir tão bem
sem divergências e sempre com grandeza
as duas capitais que ele amara.
*Poema extraído do livro “Amazônia e o mundo”, lançado em Belém no dia 21/12/2014.
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