Manaus, 18 de outubro de 2024

O Amazonas, o mercado e o mito das cavernas

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Apesar disso, este caça-níquel fiscal jamais se dispôs a contribuir com a infraestrutura logística da operação. O porto existente em Manaus, o maior porto fluvial do país, foi construído no início do Século passado e jamais teve similar desde então. Vamos visitar a Amazônia e o Mercado do Augusto ensaísta.

Professor de engenharia da produção – que tem se dedicado a interpretar/compartilhar sua área de conhecimento com as lentes do interesse público amazônico – tanto do ponto de vista de sua gente como da sua caridade deste patrimônio natural, o ensaísta Augusto César Barreto Rocha, co-fundador do portal Brasil Amazônia Agora, tem pautado questões da Hileia, dentro do paradigma aqui destacado. Essas pautas e abordagens, pouco usuais, precisam ser sublinhadas para alumiar os debates relevantes que nos competem entabular antes de arregaçar as mangas da intervenção e da mudança no cotidiano.

Leia o artigo de Augusto César Barreto Rocha clicando aqui

Em seu último ensaio, a Amazônia e o Mercado, aqui republicado, o ensaísta não conteve o dever de denúncia sobre a hipocrisia nacional, ou o falso dilema entre a caricatura conceitual do mercado, e a emergência das medidas processuais e constitucionais de atendimento à pandemia da vulnerabilidade social do país que voltou ao mapa da fome.

Falsos debates a serviço sabe-se lá de quem, para favorecer a este ou aquele segmento. E que, em nome disso, fabricam narrativas que ganham ares de revelação transcendental. Mais do que nunca – neste ecossistema faccioso e dominante – é preciso revisitar o Mito das Cavernas de Platão, segundo o qual as pessoas se acomodam em ficar de costas para a entrada da caverna, de onde vem a luz do entendimento. E passam a acreditar somente nas sombras ideológicas da manipulação delas mesmas, as sombras projetadas nas paredes do lugar. Ou nas telas da comunicação digital.

O ensaísta comenta ainda as opiniões distorcidas que borbulham sobre a economia da Amazônia baseada em compensação fiscal de apenas 7,8% do bolo federal de incentivos. Com essa discreta fatia foi consolidado terceiro PIB industrial do país, o Polo industrial de Manaus. Diz ele. “O tal “mercado” tipicamente é contrário à industrialização nacional, pois neste imaginário, deveremos fazer a nossa vocação: ser escravizado para produzir alimentos sem recolher impostos e ofertá-los para o mundo”. Este sofisma – traduzido pelo presidente da CNI como a transformação do país num grande roçado, só não é maior do que a imoralidade de conferir ao Polo industrial de Manaus o estigma de ser o responsável pelo maior rombo de renúncia fiscal do país.

É o primeiro caso da história da riqueza do homem em que o direito ao imposto nasce do nada e é reivindicado por quem jamais compareceu com qualquer contribuição pecuniária ao empreendimento instalado no coração da Amazônia. Dizendo de outro jeito: antes da Zona Franca de Manaus nada existia e nenhum centavo foi aportado, a partir de então, para justificar o direito à arrecadação “perdida”. Conta outra, PEC-45! De concreto, houve apenas um convite aos investidores para aplicar seus recursos na região. E de retorno, poucos anos depois, o Amazonas foi-se transformando, proporcionalmente aos seus ganhos anuais, no maior contribuinte da Receita Federal do Brasil.

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