Borboletas amarelas
deixaram de aparecer
nos espaços das janelas.
Desistiu a saracura
de cantar pela manhã
no meio de tanta chuva.
Corta no espaço um relâmpago,
o temporal na cidade
encheu as casas de pânico.
A lua sumiu nas nuvens
presa sem saber porque
entre assassinas impunes.
O urutau prega o caixão,
a corujinha se cala,
voa o vampiro ladrão.
Querem votos os políticos
e disputam seu lugar
no lugar que era do vírus.
Não guarda nenhum segredo
o poeta, está com medo.
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