Manaus, 1 de dezembro de 2023

O Queridinho da Mamãe!!!

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Vamos abordar um assunto, que provavelmente suscitará muitas especulações a respeito do que desenvolveremos aqui. Com certeza em muitos, será como um verdadeiro soco no estomago, mas, urge que façamos um alerta para os pais, a respeito dos inúmeros malefícios que essa preferência pode acarretar na vida de um ser que vivencia essa situação.

Refiro-me aos pais que têm preferência por um dos filhos, afinal, na teoria todos dizem que o amor é igualzinho para toda a prole, mas na pratica, a dinâmica familiar não funciona assim. O que constatamos infelizmente são pais negligenciando aspectos importantes para uma boa relação intra e interpessoal dos filhos em questão. Como se não bastasse, criam protegidos desprovidos de qualquer tipo de responsabilidades, que camuflam suas próprias verdades, que sequer conseguem firmar-se no mundo como pessoas seguras, de personalidade e que vivem usando mecanismo de projeção, jogando assim, todos os seus defeitos em cima daqueles irmãos que não comungam com seu jeito de ser ou de viver.

Muitos pais nem se dão conta da preferência que faz por parte de algum filho e geralmente tornam-se permissivos e passíveis diante dos seus desmandos. E ainda, encontramos pais ou mães que culpam os outros filhos pelos erros daquele que não soube e nem sabe o que é limite, o que são regras de boa convivência o que não se firmou como um ser humano e nem tem consciencia que para vencer na vida tem que respeitar-se e respeitar acima de qualquer coisa o espaço alheio.
Desde que a psicóloga norte-americana Ellen Libby lançou “The Favorite Child” (“A Criança Favorita”, em tradução livre), em 2010, o debate entre os especialistas aumentou (e muitos concordam com ela). Ellen, que acumula 30 anos de prática clínica, diz que: “ter um filho favorito não é uma violação de um código moral. Um pai não é igual a uma mãe. E um filho não é igual ao outro”. Diante disso, os motivos que levam pais a elegerem determinado rebento como queridinho são vários.
Um deles, é claro, diz respeito ao primeiro filho, a criança que veio ao mundo para transformar aquele casal em pais. Mas é comum que o posto seja roubado, futuramente, pelo caçula que também está sujeito a perder o título se um terceiro herdeiro chegar ao mundo e assumir o posto de mais novo.

Ellen Libby, considera outros fatores determinantes: “o sexo da criança, pois, em famílias conservadoras ou machistas, o primeiro filho homem é um orgulho e tanto; o fato do filho se parecer com a família do pai ou da mãe; a demonstração de habilidades que os pais gostariam de ter, o que impulsionaria o mecanismo da projeção”.
Agora os filhos de personalidade forte com certeza são os preteridos, mas, os pais não podem esquecer que cada filho traz consigo um enorme peso genético de ambos e que este o de personalidade forte não se criou sozinho eles o educaram. Talvez tenham exigido mais, colocado mais regras, mais limites e enquanto este se imbuia de tantas cobranças e responsabilidades, o preferido, ria por trás, e não carregava consigo um terço das inúmeras atribuições que o preterido tinha. Daí o filho preferido, torna-se o mais cordato, os mais acessível, pois torna-se aquele filho que só balança a cabeça para os pais que geralmente é para camuflar e distrair as atenções para o que eles realmente são.

Não quero aqui julgar quem se comporta dessa forma, mas existem situações em que de forma inconsciente os pais contribuem para a formação de um impasse familiar entre irmãos. E ao contrario do que o senso comum pensa, o filho queridinho, nem sempre é o mais feliz e o mais seguro.
É necessário que os pais se dêem conta, de que uma criança tratada com prioridade e preferência, se tornará um adulto com muitas dificuldades de relacionar-se bem consigo mesmo e principalmente com os outros. Enquanto criança vive com medo de decepcionar os pais e carregará um sentimento de culpa por não corresponder às expectativas dos pais que nela foram depositadas pro resta de sua vida. Ao crescer se tornará um adulto perfeccionista e extremamente problemático.

Vale ressaltar que enquanto o filho preferido pode desenvolver essa serie de compor-tamentos inadequados, o preterido, os que não são favoritos, por não contarem com a maior fatia de atenção e dedicação da família, estes acabam desenvolvendo mecanismos de sobrevivência como: tornam-se mais independentes, mais ativos, audazes, responsáveis, com autoestima elevada e emocionalmente mais saudáveis.
Em virtude da preferência ou não preferência por um filho, temos que ponderar que esta relação eterna ou temporária será prejudicial à família sempre que representar cisão, divisão ou rompimento emocional com os filhos.

Portanto, demonstrar explicitamente a preferência é muito mais grave do que ter.

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