Aprendeu no comércio
a ler, escrever, contar,
mas de tal modo
que compunha poemas,
proferia discursos de improviso
e mantinha correspondência
em estilo afável.
Aprendeu a ler tão bem
que incutiu nos filhos
o amor às letras,
a inquietação do conhecimento,
a paixão do saber.
Homem de aventuras,
nem bem se apagava a última estrela
nas madrugadas do rio,
lá ia ele na sua canoa a remo e a vela
fiscalizar as praias de tartarugas
e superintender os primeiros
roçados de juta.
Lutou com onças
que ele achava mais fácil
do que lidar com os homens,
mas fez política
sem aspirar a cargos eletivos,
sempre no intuito de exercer
a influência do bem.
Plantou um sítio cheio de roseiras
com vários moradores
e deu-lhe o nome de Roseiral,
organizou festas cívicas,
da Independência,
da República,
da árvore,
no Altar da Pátria
no tempo do Estado Novo.
Getúlio Vargas era o seu ídolo.
Homem de fé,
às vezes ingênuo na sua crença,
entendia que o aparato estatal
seria capaz de mudar o mundo para melhor,
forma de vida honesta e segura,
coroada pelo esplendor do espírito.
Assim foi até o fim.
Morreu pobre!
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