Manaus, 21 de novembro de 2024

Os abolicionistas precursores Ceará e Amazonas

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O Edital dessa Emissão recebeu o nº5/1984, com carimbos de circulação de primeiro dia datados de 25/03/1984, em Manaus e Fortaleza, o que conflita com a data da emissão constante de alguns catálogos.

Esse edital foi escrito pelo historiador amazonense Antonio Lureiro e o transcrevemos integralmente abaixo:

“Nos dias 25 de março e 10 de julho de 1884, o Ceará e o Amazonas comemoram respectivamente o Centenário da Abolição da Escravidão em seus territórios. As duas unidades federadas anteciparam-se, por quatro anos, ao ato de 13 de maio de 1888, que emancipava o escravo brasileiro.

O movimento começara, no Amazonas, a 6 de março de 1879, quando foram criadas a Sociedade Emancipadora Amazonense, seguida da Sociedade Libertadora, da Sociedade Amazonense Libertadora, do Clube Escolar Abolicionista, da Cruzada Libertadora da Escola Normal e de outras entidades, como o jornal O Abolicionista, de 4 de maio de 1884, todos voltados para a libertação do elemento negro.

 

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Participaram da campanha, além do povo em geral, os estudantes, a Maçonaria, que teve destacado papel, e mesmo presidentes provinciais como Sátyro de Oliveira Dias, abolicionista desde 1869, quando tomou parte da inauguração da Libertadora Baiana Sete de Setembro; José Lustosa da Cunha Paranaguá, presidente da Sociedade Libertadora de 1882, e Teodureto Carlos de Farias Souto.

No Ceará, a primeira libertadora surgiu em Baturité, a 25 de maio de 1870, instalando-se a seguir, a 25 de junho, a Sociedade Emancipadora Sobralense. Prosseguiram a luta a Perseverança e Porvir e a Cearense Libertadora, e, iniciou-se, a 30 de agosto de 1881, um movimento para impedir o embarque espúrio de escravos de Fortaleza, vendidos para o Sul. A ideia surgiu de Pedro Artur de Vasconcelos e os abolicionistas conseguiram a adesão dos jangadeiros de Francisco José do Nascimento, o Dragão doMar, dos quais dependia o transporte da terra para os navios, pois esses ficavam ao largo, pela falta de um porto naquela cidade.

Em terras cearenses a libertação começou em Acarape, primeiro município brasileiro a alforriar seus escravos, a 1º de janeiro de 1883, seguido de Pacatuba, São Francisco (Itapagé), Aracoiaba, Baturité, Aquiraz, Icó e Maranguape. Forta leza festejou a sua data a 24 de maio de 1883. Finalmente a 25 de março de 1884, o presidente Sátyro de Oliveira Dias, médico, baiano, na Praça Castro Carreira, diante de uma multidão declarava: “A Província do Ceará não possui mais escravos”.

O seu número  que era de 19.000, em 1883, caira para apenas 3 ou 5.000, naquela data, expressando a generalização da ideia, e feita sem indenizações.

No Amazonas, a 24 de maio de 1884, Manaus declarara livre todos os seus escravos, e a 10 de julho do mesmo ano, o presidente Teodureto Carlos de Farias Souto declarava: “A Província está redimida”. Havia a impossibilidade da entrada de novos escravos, na Província, face as leis impeditivas do tráfico interprovincial. Cerca de uns 1500 negros amazonenses tornavam-se homens livres. 25 de março e 10 de julho de 1884 são datas quase esquecidas, que devem ser sempre relembradas por sua antecipação a um fato que só ocorreria, no restante do País, em 1888, embora além das libertações feitas por vontade de seus proprietários, ou por indenizações feitas mediante quantias levantadas, pelapopulação, grande parte delas foi realizada mediante indenização pelos cofres públicos da| Província.

 

SATYRO DE OLIVEIRA DIAS

SATYRO DE OLIVEIRA DIAS
PRESIDENTE DAS PROVÍNCIAS DO
AMAZONAS E CEARÁ

FRANCISCO JOSÉ DO NASCIMENTO

FRANCISCO JOSÉ DO NASCIMENTO
O DRAGÃO DO MAR. LÍDER DOS JANGADEIROS
QUE RESOLVERAM NÃO MAIS EMBARCAR ESCRAVOS

THEODURETO CARLOS DE FARIAS SOUTO

THEODURETO CARLOS DE FARIAS SOUTO,
PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO AMAZONAS E DE SANTA CATARINA
ASSINOU A LEI ÁUREA AMAZONENSE

celebres

JOSÉ LUSTOSA DA CUNHA PARANAGUÁ – ABOLICIONISTA E PRESIDENTE DAS PROVÍNCIAS DO AMAZONAS E DE SANTA CATARINA, QUANDO JOVEM, NA ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO DA REPRESA DA CACHOEIRA GRANDE, E JÁ IDOSO, POIS MORREU AOS 90 ANOS, COMO IDEALIZADOR DO TEATRO AMAZONAS

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