Palavras do presidente
Aristóteles Comte de Alencar Filho
Elson Farias, com a simplicidade dos seres iluminados, nos oferece mais uma obra de valor inestimável. Em suas palavras, escreve porque a esperança de servir é seu desejo mais forte. Inicia esta obra escrevendo sobre José Lindoso, homem de rara sensibilidade no meio político. Além de professor, advogado, governador e senador, em “Os frutos da esperança”, o autor nos revela sua vivência com o intelectual que introduzia belas estrofes de poemas em seus discursos. Em seguida, nos brinda com vários textos ricos em história e boa leitura.
A missão de escrever essas palavras para apresentar a obra de um autor contemporâneo tão vasto como Elson Farias, torna-se espinhosa, pelo simples fato de que tudo que for dito será supérfluo. Sua biografia rica e diversificada, contrasta com sua simplicidade despojada de vaidades. É um Poeta visitado pelas musas.
Decano da Academia Amazonense de Letras, transita com elegância e desenvoltura em diversas áreas das letras e da cultura, da poesia à literatura infantil, sua paixão tardia. Elson Farias produziu obras que são objetos de estudos por pesquisadores, sendo o autor amazonense mais lido em nosso estado. O seu belo texto possui o condão de prender o leitor até o final, deixando uma sensação agradável após a leitura.
No seu esclarecimento, nas páginas iniciais, com simplicidade, espera que os leitores encontrem serventia em suas páginas. Sem possibilidade alguma de erro, a serventia será encontrada e com certeza os frutos da esperança serão colhidos por todos que tiverem a sorte de possuir mais essa obra de Elson Farias.
A Academia Amazonense de Letras se enriquece com esta importante obra na Coleção Pensamento Amazônico, Série Violeta Branca.
Da mesa do editor
Acadêmico Robério dos Santos Pereira Braga
As Edições da Academia, inauguradas em 1973 e recentemente desdobradas em várias coleções, inclusive com reedição de clássicos, reúnem obras nos campos da poesia, crítica literária, crônica, teatro, história, filosofia, romance, todas elas produzidas por membros da instituição que já ultrapassa o centenário de sua fundação, na maioria dos anos em franca animação cultural.
Com este acervo a entidade se aproxima do grande público ledor e dos pesquisadores mais acurados, e cumpre um dos seus principais objetivos consagrados em 1918 ao ser concebida por Benjamin Lima, Pericles Moraes e José Chevalier, projetada pelo presidente Adriano Jorge e consolidada pelo idealismo de quantos a tem feito produtiva ao largo do tempo.
Essa obra Os frutos da esperança de autoria do Acadêmico Elson Farias, honra e dignifica essa tradição e bem traduz o sentimento de real valor do perfil acadêmico e a elevada qualidade da literatura produzida no Amazonas, razões pelas quais recomendando-se a sua leitura e o melhor proveito.
Os Esclarecimento
Elson Farias
Esta obra abre com um perfil do líder intelectual e político José Lindoso e reúne textos de apresentação de livros inéditos ou reedições de novos, de autores contemporâneos e consagrados de outros períodos de nossa história literária, discursos acadêmicos, um parecer técnico sobre acervo bibliográfico e intervenção num seminário de estudos de literatura e meio ambiente.
Alguns desses escritos vão aqui publicados pela primeira vez, mas uma boa parte já veio à luz nas orelhas ou na abertura daquelas obras, ou ainda, na revista da Academia Amazonense de Letras.
O título do livro é o mesmo do seu primeiro texto, mas enfim pode qualificar a natureza que envolve a produção literária, que se investe sempre dos frutos da esperança.
São muitos e variados os motivos que nos levam a realizar um escrito, mas me parece que a esperança de servir é o desejo mais forte.
Espero assim, que as possíveis leitoras e os leitores encontrem alguma serventia nessas páginas.
Manaus, Praia da Ponta Negra, 9 de fevereiro de 2021.
Os frutos da esperança
Entre uma série de providências adotadas antes de assumir o governo do Estado do Amazonas, o Professor José Lindoso viu que precisava de uma baliza, um logotipo com a marca de sua administração. O artista plástico e publicitário Roberto Evangelista propôs um sinal logo adotado pelo governador. Era o formato estilizado de uma cuia de onde nascia o sol. A cor era o verde-amarelo da floresta e das águas do rio Amazonas. A imagem vinha ilustrada com a legenda o amanhã será melhor, último verso do discurso-poema de transmissão de cargo no Palácio Rio Negro, que vamos apreciar a páginas à frente. Os críticos maldiziam que o Amazonas precisava de um governo que resolvesse os problemas do hoje e não do amanhã. Chegados esses murmúrios aos seus ouvidos, o Professor Lindoso definia, com a rapidez intelectual de sempre, que aquela era uma carta de esperança dirigida aos amazonenses, porque esperar é o melhor verbo da língua portuguesa. Mas esses opositores ao seu governo estavam mais uma vez equivocados. O governador não se esquecera do hoje em suas tarefas. Desde o início do seu governo aprimorou a aplicação da lei com o redirecionamento da política de incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, fortalecendo de imediato o tesouro estadual e levando aos municípios essa vitoriosa política de desenvolvimento socioeconômico.
O procedimento não podia ser de outro modo. Os interesses pelo crescimento do interior sempre estiveram na pauta das suas atividades públicas, ainda quando no gerenciamento de órgãos da iniciativa privada. Na execução desse ideal de trabalho, o Professor José Lindoso esteve em Parintins, para instalar a escola comercial do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), na qualidade de seu Diretor Regional no Amazonas. A notícia do fato causava euforia no meio estudantil da terra que só dispunha como equipamento destinado à educação, do Grupo Escolar Araújo Filho, um estabelecimento de ensino de primeiro grau, ainda que seus quadros contassem com a presença de mestras competentes e dedicadas, como as professoras Alzira Saunier e Beatriz Maranhão Nina, que não me contenho em referir neste momento. A escola do Senac dava um passo à frente. O projeto do Professor Lindoso era oferecer aos jovens concludentes do curso primário uma alternativa de prosseguimento dos estudos sem sair da sua cidade. Havia urgência em se concretizar o empreendimento. O curso funcionaria à noite porque a clientela do público jovem, atingida pela escola, trabalhava de dia. Cedeu-se uma das dependências do grupo escolar para que funcionasse ali, logo nesse ano, a primeira série do curso. O corpo docente foi arregimentado entre profissionais de nível superior moradores da ilha. Os alunos foram reunidos por meio de testes de seleção, aplicados entre os concludentes do grupo escolar. Nos encontros preparatórios à instalação dos cursos e na solenidade de inauguração da escola, soava a palavra do Professor José Lindoso, dotada sempre de um timbre de entusiasmo e otimismo, no crescimento do ambiente intelectual dessa bela cidade do baixo Amazonas. Aquele grupo de jovens, movido pela mensagem do professor, criou, logo em seguida, o Grêmio Estudantil Castro Alves, para debater questões relacionadas com o curso e outras vinculadas ao desenvolvimento cultural da terra do maior festival folclórico do país. No grêmio nasceu o Centro de Cultura de Parintins, com a ideia de mais tarde transformar-se na Academia Parintinense de Letras que, por fim, se instalou bem depois. Não tenho dúvida de que isso tudo floresceu com as sementes lançadas pelo Professor José Lindoso em sua passagem meteórica pela cidade dos bumbas, nos anos 50 do século passado.
Em Manaus, dedicava-se à educação e à advocacia. Além das funções gerenciais no Sesc/Senac funcionava como catedrático da centenária Faculdade de Direito e como advogado no fórum da cidade. O ambiente político do Amazonas, nesses anos, punha-se agitado pelos debates em torno de correntes políticas de esquerda e de direita, como repercussão do que sucedia em todo o país. Os jovens se organizavam em grupos atuantes nos meios estudantis e universitários e entre as classes trabalhadoras. Nos grandes centros urbanos, durante o ciclo da Era Vargas, marcada por medidas transformadoras no início do processo de industrialização do Brasil, radicalizavam-se as contendas sobre as maneiras de ser no confronto dessas ideologias na conquista do poder. O Professor José Lindoso mantinha-se ao centro dessas posições, mantendo uma postura liberal em relação às políticas de estado. Defendia esses princípios por convicção e até por contingência de sua formação religiosa e da posição
assumida como líder católico, engajado nos movimentos leigos da Igreja. A orientação de sua conduta política obedecia aos preceitos da democracia cristã, não gostava de nenhum tipo de autoritarismo político, repudiava o fascismo e os ditos governos fortes de direita ou de esquerda. Sua ação se alimentava da doutrina social da igreja, nos rumos firmados na filosofia tomista atualizada pelo neotomismo de Jacques Maritain e pela célebre encíclica Rerum Novarum, promulgada pelo Papa Leão XIII. A democracia cristã, entre suas diretrizes, militava com o compromisso de fortalecer a família, elemento que ele colocava no primeiro plano de suas preocupações, que, enfim, conflitava com os interesses de grupos abertos às tendências do amor livre, defendido por lideranças de prestígio mundial com repercussão no país. Dizia que a prioridade de sua atenção estava na família e que a propriedade intelectual ou material, constituía elemento de projeção da personalidade, preceitos que ele defendia, até por temperamento, em tom polêmico na tribuna parlamentar ou na imprensa. A palavra era o seu instrumento de ação mais poderoso na luta pela melhoria da vida. Considerava que o procedimento democrático era a melhor forma de resolver os problemas do povo. O fenômeno Vargas gerador daqueles embates ideológicos, culminou com a ascensão dos militares no poder em 1964, quando foi levado por eleição direta a assumir mandatos de Deputado Federal e Senador da República. No Congresso Nacional sempre lutou pela abertura democrática, após o esgotamento do período conduzido pelo movimento militar. Ajudou o Presidente Ernesto Geisel a proceder no processo de abertura democrática. Foi o último Governador do Amazonas eleito em votação indireta pela Assembleia Legislativa.
Se assim pensava, da mesma forma agia. Mantinha estilo de vida austero. Jamais usou os dinheiros públicos em benefício próprio e jamais se enriqueceu com as mordomias dos cargos que exerceu, pois passara doze anos no Congresso Nacional, onde desempenhou em determinados momentos a função de porta-voz do governo do Planalto, e três no Executivo amazonense. Esse jeito de ser era uma questão de princípio familiar.
No protocolo de sua posse como Governador do Amazonas, a parte de maior destaque foi a missa campal celebrada na Praça de São Sebastião, em que a maioria do povo pôde comparecer. Nos eventos mais significativos de sua vida como Chefe do Executivo amazonense, a missa foi sempre o lugar preferido para celebrar os acontecimentos da história e do seu governo. Tudo no intuito de manter vivas as diretrizes de seu caráter.
Antes de ir para as solenidades de investidura no cargo, fez uma visita para tomar a bênção à sua mãe de idade avançada. Dona Zezé estava muito lúcida. Abençoou o filho rogando a Deus que o protegesse nessa função de tanta responsabilidade. Aconselhou-o a não deixar que ninguém roubasse no seu governo. Enfim, o sentido ali era ficar a serviço do povo, sem demagogia.
Agia com austeridade, mas não saia propalando aos quatro ventos conteúdo de sua ação. Em todas as funções políticas que exerceu, em grande parte do tempo foi consumida no contato com o povo. Seus despachos no governo deixavam loucos os responsáveis por sua agenda, quaisquer que fossem os interlocutores, prefeitos, líderes políticos e empresariais representantes de associações comunitárias ou um simples cidadão que precisasse de sua ajuda na forma da lei, em qualquer esfera do governo. Ele não se recusava a demorar-se mais tempo do que lhe estava reservado, posto não ser um frio administrador público, mas, especialmente, um educador, um professor.
Quando esteve no Congresso Nacional alimentava diariamente a imprensa de Manaus com notícias sobre suas atividades, para que os seus concidadãos lhe seguissem os passos. No governo criou junto a gabinete de despachos, um Comitê de Imprensa, dirigido pelos próprios jornalistas, a fim de que os fatos do governo fossem levados com isenção e de forma imediata ao conhecimento da coletividade. Os assuntos tratados nas audiências eram levados ao Comitê de Imprensa, ainda no intuito de conferir conteúdo humano à sua administração.
Dos três anos que passou como Chefe do Executivo, dois foram reservados a visitas ao interior do Estado, levando para lá os benefícios do governo. Sua intenção sempre foi fortalecer os municípios. Para ele não era uma boa ideia dividir a Amazônia em estados, os propostos estados amazônicos, que dotariam a região com maior poder de barganha, com o aumento do número de representantes nas duas casas do Congresso. Afirmava ele que um estado federativo, enfim, é uma instituição muito cara de se manter. O ideal mesmo é o município que possui máquina administrativa muito mais barata e dispõe de todas as condições institucionais para promover as melhorias necessárias à coletividade. Na reforma da política de incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, deu ênfase à interiorização dos estímulos do Estado à economia, seguindo os princípios determinados pelo Decreto-Lei 288, de 28 de fevereiro de 1967, que formulou a política de incentivos fiscais. Cuidou ainda desse assunto linhas a frente visto serem inúmeras as iniciativas de seu governo adotadas na linha do fortalecimento dos entes municipais, a exemplo da criação do Tribunal de Contas dos Municípios, um órgão especializado na aplicação de normas de direito municipal nas esferas da administração financeira. Infelizmente não vingou o Tribunal, embora a instituição esteja em pleno funcionamento em outros estados da federação, abrigada pela Constituição de 1988.
Em uma de suas viagens de trabalho, ele fez visita a uma escola no rio Ipixuna, afluente do Juruá. Todos nós que moramos na Amazônia sabemos que os rios são os nossos melhores caminhos. Os nossos veículos naturais são as canoas e as pequenas embarcações movidas a remo, vela ou motor. Ao examinar as instalações da escola, o Professor Lindoso encontrou na biblioteca livros que ensinavam as pessoas a se movimentarem no Rio de Janeiro, em veículos urbanos, trens, ônibus e automóveis, totalmente desconhecidos pelos moradores daquele rio. O governador, ante tal evidência, acentuou ainda mais as suas convicções nas mudanças que precisavam ser feitas nos métodos educacionais, da necessidade de se inaugurar uma política educacional voltada para a realidade de cada município. Um processo educacional que não escravizasse o homem à terra, mas lhe dotasse de conhecimentos capazes de mudar a vida para melhor na experiência de um novo mundo, o novo mundo que está na descoberta do próprio mundo do cidadão e que lhe reforça o caráter ao longo de toda a vida. O governador dizia que aquela era uma escola expulsiva, que precisava ser mudada imediatamente. Uma escola que induzia os jovens a abandonarem a terra na visão ilusória de um mundo melhor. Ilusória sim, posto inúmeras vezes aquele mundo ser um mundo de miséria e desamparo. Cada vez mais se convencia da ideia de implantação dos princípios da Educação Rural, presente nos seus discursos de campanha. Ele sonhava com uma escola do rio e da floresta, que firmasse a
tentativa de reformulação num sistema de integração que busque identificá-la com o meio e que prepare o homem em níveis de profissionalização voltados para as exigências do atual estágio e das aspirações desenvolvimentistas urbanos e rurais.
Uma escola que
se identificasse com a realidade do interior, com as necessidades de trabalho.
Uma escola voltada para o traço cultural da proteção da natureza e que melhoria do meio ambiente. Dizia ainda o Professor Lindoso que
o processo de ocupação é um processo que deve procurar uma ação de ideologia amazônica.
E acrescenta:
essa integração deve ser feita a soma dos esforços, na valorização da cultura local de modo que, haja um choque, uma desestabilização da sociedade rural. 1
Mas ele tinha consciência de estar lançando uma semente apenas, numa providência governamental de futuro que se deveria se realizar a longo prazo. Infelizmente não viveu para testemunhar as ações do Proformar, um processo de formação de professores realizado com a mobilização dos mestres implantados em seu próprio ambiente de trabalho nas suas cidades nos rios e na floresta, através da telescola e comandado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), nos inúmeros e mais distantes municípios amazonenses. As dissertações produzidas por esses professores, na conclusão do curso, todas catalogadas no acervo documental da respectiva Universidade, constituem um diagnóstico geral jamais realizado no Amazonas, sobre a situação da educação no Estado e os modos de vida no interior, abrindo janelas a novos caminhos nos procedimentos educacionais na região.
Antes de assumir o governo, o Professor Lindoso decidiu reunir-se com os secretários e presidentes de estatais num final de semana, durante dois dias, para debater e definir as políticas a serem adotadas no período. Um dos pontos fundamentais identificados era a participação do Estado na política de incentivos fiscais da Zona Franca, implantada em 1967.
No Governo José Lindoso essa lei já existia por mais de 10 anos e a realidade regional já era outra. A cidade de Manaus que em 1967, ano de início das operações da Zona Franca, possuía uma população por volta de 320.000 habitantes, em 1979, início do Governo Lindoso, atingira mais de 400.000, composta por contingentes vindos do interior, de outros Estados e de países com investimentos no parque industrial da Suframa. O tesouro estadual debilitara-se, ficando ininterruptamente inabilitado a investir nas áreas de infraestrutura, que a expansão comercial, industrial e agrícola resultante da nova política proporcionara. A decisão era provocar o redirecionamento dessa política, para que o poder público pudesse cumprir as suas obrigações nos setores essenciais de infraestrutura, na educação, saúde e segurança.
Realizar essa mudança foi a tarefa mais difícil e espinhosa do seu governo. Mas o Professor José Lindoso não era de se amofinar ante a cara feia de qualquer desafio. Aparou o pião na unha e partiu para a luta. Os investidores já estavam acomodados com o sistema e qualquer forma de mudança os aborrecia. Passaram, então, a afirmar que a Zona Franca era intocável e ninguém estava autorizado a mexer numa linha sequer dos instrumentos legais vigentes sobre o seu funcionamento. E, nessa linha de argumento, essas forças foram montado um lobby pretendido acima do bem e do mal, azeitado contra o governo. Mobilizaram-se especialistas na matéria para bater no governo. Ocorre que o Professor Lindoso, como homem do interior, sabia que esse negócio de intocável era conversa fiada para boi dormir e de gente dominada pelo hábito de capinar sentado. O desenvolvimento sociocultural é produto da ação do homem, do toque do homem na realidade. O atraso das sociedades em regra é produto da intocabilidade na filosofia e na prática dos fatos e atos sucedidos na história. As chamadas elites intelectuais urbanas balançaram em seu entendimento sobre a matéria, discretamente posicionadas contra o governo, face ao bombardeio provocado com o lobby. Mas não atinaram para um elemento novo constante do projeto do Professor Lindoso. Ele firmava a consciência de que o Estado gere as políticas, o empresariado dinamiza os setores da economia e o povo estimula o processo criador. Ao governador cabia, portanto, eleger a melhor política para aquele momento do Amazonas e assim agiu. O projeto propunha o redirecionamento da política de incentivos fiscais a empreendimentos voltados para o interior da região, comprometendo-a com o destino das populações que viam em Manaus a solução para seus problemas, esvaziando cada vez mais a coletividade hinterlandina. Examinado esse aspecto do projeto, o Governador José Lindoso ganhou o entusiasmo das lideranças do interior e viu o seu projeto de lei receber aprovação unânime dos deputados à Assembleia Legislativa.
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1 Sequência de citações de Palavra e ação, livro de discursos do Governador José Lindoso, Imprensa Oficial do Estado do Amazonas, Manaus, 1980.
Continua na próxima edição…
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