A Esta edição da
“Viagem Filosófica”
Antes da viagem de Francisco de Orellana em 1541, feita a partir do Peru, no Pacífico, e as de Pedro Teixeira em 1637 e 1639, realizadas desde a embocadura do rio Amazonas, no Atlântico, viajantes de várias nacionalidades andaram pela Amazônia nas lutas pela posse da terra.
Superadas as questões feridas com a constituição e desconstituição de acordos entre outros pelo Tratado de Santo Idelfonso, firmado em 1777, reconhecido o domínio dos portugueses, o governo de Portugal proibiu a presença desses viajantes, inclusive de missões científicas a não ser que viessem acompanhadas de seus representantes.
Rigorosos nas providências adotadas no sentido de estabilizar a posse do território conquistado, antes das definições firmadas por aqueles acordos e tratados, em 1707, o governo só permitiu entrar na região o astrofísico francês La Condamine e, depois, os naturalistas alemães Von Spix e Von Martius.
Então, o governo luso-brasileiro promoveu as suas primeiras expedições científicas, até com a tarefa de demarcar as fronteiras do grande país e da grande Amazônia. A mais célebre dessas expedições foi a de Alexandre Rodrigues Ferreira realizada no período de nove anos, de 1783 a 1992, denominada de Viagem Filosófica. O naturalista, nessa empreitada, investigou a vida regional observando-a no conhecimento de vários rios, em todos os quadrantes e nos múltiplos segmentos das ciências naturais como a botânica e da antropologia e da zoologia, elementos capitais ao estudo da região e dos primórdios do pensamento amazônico.
Seria ocioso ater-me nesta nota sobre a vida de Alexandre Rodrigues Ferreira, porque o leitor poderá buscar essas informações no prefácio da edição mandada fazer pelo Conselho Federal de Cultura, na época presidido pelo Professor Arthur Cézar Ferreira Reis, em 1974, reproduzido neste livro e assinado por José Cândido de Melo Carvalho, PhD, quem administrou essa que foi a primeira edição da obra agora reeditada pela Valer de Manaus.
Um dado importante verificado na reedição deste clássico dos estudos amazônicos é o trabalho introdutório firmado por Adelino Brandão. Cuida-se de um verdadeiro livro sobre o livro, introito necessário à melhor percepção da Viagem. É, também, uma reedição. As informações sobre Adelino Brandão podem ser buscadas no prefácio assinado por José Seráfico de Carvalho, que também faz parte deste volume.
Por fim, esta nova edição do diário da Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira vem, para proporcionar ao leitor de hoje, o privilégio de conhecer um dos textos essenciais sobre as raízes da cultura brasileira e do pensamento amazônico.
Manaus, Chácara Lili, 9 de novembro de 2007.
Continua na próxima edição…
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