Manaus, 15 de setembro de 2025

Os frutos da esperança

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Continuação…

Livro e leitura

Fui convidado a falar a um auditório de professores num seminário sobre o valor da leitura. Na hora dos debates chegou-me pergunta com uma provocação. Desejavam saber se só o livro salva. Minha resposta veio no pé da bucha: se o livro não salva, ajuda a salvar. Noutro dia o expositor do tema, que suspeitei ser o mesmo da indagação provocativa, se esforçava em descredenciar o bom livro como instrumento essencial de transmissão do conhecimento nos dias de hoje. Apresentava uma caixinha preta milagrosa que, segundo a sua argumentação, vinha para deixar o livro entre os jurássicos como veículo de convivência entre pessoas civilizadas. Aí o pau cantou. Foi preciso o moderador do conclave usar de pulso forte para pôr ordem no ambiente, visto ser notório que jamais desaparecerá porque o livro tem sido desde os tempos do ronca, -das tabuletas de argila e pedra, dos rolos de papiro, até chegar no livro moderno, elaborado a partir da descoberta da imprensa por Gutenberg no Século XV, – o elemento formador e transformador do mundo em que vivemos, o mais eficiente e insubstituível aparelho de difusão do conhecimento e de fixação dos sentimentos e emoções do homem, desde os momentos de mais densa escuridão dos povos. Do livro nasceram os outros veículos de divulgação, inclusive a caixinha preta, que até hoje não consegui identificar para que servisse, usada por aquele palrador imprudente.

Mas os iconoclastas, jovens ou idosos, cultos ou néscios, projetados ou obscuros, não constituem novidade no convívio dos homens. Cheios de si mesmos, pretendem destruir a imagem da própria Bíblia que é o livro dos livros. Ora, de vez em quando tais figuras, amparadas nas muletas de ilusórios lauréis aparecem e felizmente desaparecem como bolhas de sabão. Mas fica a certeza de que as descobertas do engenho humano podem até mudar de invólucro, mas não perdem nunca a sua essência.

Quando o cinema foi inventado se dizia que ele viria substituir o livro. Com a televisão aconteceu o mesmo, sem se falar na internet. Mas permanece soberano porque nenhum desses veículos vingaria sem o livro. Nele está o repositório de conhecimento da humanidade e o resultado das conquistas do espírito nos embates com vistas à melhoria da vida. Até quando registra as catástrofes e os genocídios, o livro está a alertar as gerações contemporâneas para os erros e as loucuras do gênero humano.

O mais é perda de tempo. O certo é que se sente necessidade do livro e de mais leitura na vida de hoje.

Continua na próxima edição…

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