Manaus, 18 de junho de 2025

Os problemas e as reformas

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O ano que se inicia é desafiador para as autoridades que têm a responsabilidade de enfrentar a crise econômica herdada da política populista, em que o sistema de apoio era cooptado por propinas e superfaturamento de obras públicas, que permitia doações milionárias a partidos e candidatos.

O afastamento presidencial pelo “conjunto da obra”, com impeachment legitimado pelo STF, não reativou a economia. A aprovação da PEC do teto de gastos foi importante, mas o governo precisa encarar as reformas da Previdência, a Trabalhista e a Tributária, para alcançar o reequilíbrio econômico.

O atual governo tomou posse no dia 31 de agosto de 2016 e alguns querem atribuir-lhe a falência do país, e dele cobram urgente solução como se fosse o responsável pelo retrocesso econômico que parou a indústria, quebrou o comércio, desempregou 12 milhões de trabalhadores, ressurgiu a inflação e mergulhou o país na recessão, a partir de 2014.

Para vencer as dificuldades recebidas, será necessário conter despesas de gastos públicos por pelo menos dez anos e nenhuma crise termina, enquanto se gastar mais do que se arrecada.

O funcionamento de nossas instituições demonstrou que o Brasil caminha para deixar de ser o país da impunidade. Vimos poderosos empresários, banqueiros e políticos punidos por cometerem delitos.

O dinheiro público desviado está voltando em quantidades superiores a tudo que já foi recuperado na história do Brasil. Dos R$ 10 bilhões surrupiados da Petrobrás a Lava-Jato recuperou R$ 3,1 bilhões, com a ajuda da Suíça e de paraísos fiscais.

A reforma da previdência é impopular, mas os brasileiros estão vivendo mais e o rombo é crescente, e os aposentados correm o risco de nada receberem no futuro, se não houver mudanças e adequação à realidade vigente.

Os contribuintes novos pagam as aposentadorias dos mais velhos e a expectativa de vida passou para 75,4 anos em 2014, o que faz surgir um desequilíbrio que não permitirá o pagamento de inativos. A reforma exigirá idade mínima e mutação nas pensões e benefícios sociais.

A reforma educacional almeja melhorar o ensino médio com a flexibilização que cria um bloco de disciplinas a serem escolhidas pelo aluno, após conclusão do fundamental.

O estudo do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), considerada a análise educacional mais importante do mundo, coloca o Brasil nas últimas posições ao classificar alunos de 15 anos em 70 países.

A reforma trabalhista permitirá que, em época de carência, a menor rigidez legalista proteja os empregos. O presidente do TST, Yves Gandra Filho, defende uma nova lei em que os acordos coletivos prevaleçam sobre a legislação.

A reforma tributária deve enfrentar uma das maiores cargas de impostos do mundo e a segunda entre as 34 nações da América Latina, e o pior, sem retorno com serviços de qualidade à população.

Os brasileiros estão esperançosos por melhores dias. E se só dependesse da economia, cuja equipe é competente, as incertezas seriam menores, mas há contingências políticas a serem enfrentadas.

A corrupção precisa ser contida, visto que o povo não aceita mais negociatas, e anseia por um governo eficiente e honesto.

Na conjuntura atual, em uma análise isenta, a saída menos ruim que nos resta é apoiar o governo na condução da estabilização e do desenvolvimento econômico. Outro caminho poderá trazer um porvir mais ruinoso à nação.

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