Tia Idalina resolveu fazer uma grande reforma na sua cozinha . Contratou uma arquiteta. Comprou novos modulados. Foi um desafio. Ouvia críticas dos amigos e familiares por ter relegado a cozinha há anos sem reforma. A sala e seu quarto haviam sido lindamente redecorados. Mas a cozinha não. Claro que estava em bom estado. A implicância era com a geladeira. Uma consul. Mas já muito antiga. Provavelmente da época em que o tal “consul” era cadete.
Pronta a reforma. A geladeira comprada sob supervisão da arquiteta é uma linda brastemp último tipo. Uma maravilha.
Passeando pala avenida Nossa Sra. Copacabana Idalina entrou numa dessas lojas de quinquilharias, souvenirs e que tais, que ela adora. Viu um lindo pinguim de geladeira. Parecido com um que havia na casa de sua avó. Coisa das antigas. Ficou em dúvida. Vão achar cafona, chinfrim, caipira, brega, kirsch, o diabo Idalina saiu da loja frustrada. Deu meia volta e pensou. Vou comprar. A casa é minha. Que se danem.Uma das vantagens de envelhecer é não se importar com a opinião dos outros. Comprou o pinguim. E o colocou majestosamente em cima da nova geladeira.
O pinguim de geladeira é um verdadeiro ícone da breguice moderna, um símbolo que divide opiniões e provoca risadas. Para muitos, ele é a personificação do que há de mais cafona na decoração, mas, para outros, é um charme irresistível que traz um toque de humor ao ambiente. É assim que pensa tia Idalina.
A questão que fica é: o pinguim é brega ou é um estilo? Para alguns, ele é o símbolo da cafonice, uma peça que não combina com a sofisticação da vida moderna. Para outros, ele é um lembrete de que a vida deve ser leve.
A verdade é que a breguice tem seu charme. Como já dizia Fernando Pessoa, “todas as cartas de amor são ridículas”, e, assim como as cartas, o pinguim de geladeira é uma declaração de amor à simplicidade e à alegria.
Portanto, se você tem um pinguim de geladeira, não se preocupe com que os outros pensam. Afinal, a vida é curta demais para não ter um pouco de breguice na decoração!
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