Manaus, 21 de novembro de 2024

Polemico por natureza

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“Orador e jornalista de combate, foi dele o discurso na solenidade do trigésimo dia de morte de Manoel Victorino Pereira realizada no Salão Nobre da Intendência Municipal, e foram com ele as polêmicas mais ácidas da imprensa manauense naqueles anos (…).

Na Manaus da “Belle Époque” foram muitos os nordestinos que chegaram para ajudar na construção da mais bem-sucedida economia brasileira daqueles anos. Pessoas simples e destemidas. Pessoas letradas, e também destemidas. Alguns poucos acanhados e modestos.

Uma dessas figuras nordestinas, de personalidade forte e para alguns anárquico, para outros polemista por excelência, foi professor da Escola Modelo, por concurso, aprovado para a cadeira de Português ao lado de Júlio Nogueira e Gilberto Saboia, em 1902, com grau máximo e nota 10.

Ao que parece, um de seus primeiros empregos e o mais longevo na capital amazonense foi o de chefe de primeira seção da Secretaria do Estado do governo, em 1900, ao tempo de Porfírio Nogueira como secretário e Silvério Nery como governador, portanto, convivendo na intimidade dos poderosos.

Orador e jornalista de combate, foi dele o discurso na solenidade do trigésimo dia de morte de Manoel Victorino Pereira realizada no Salão Nobre da Intendência Municipal, e foram com ele as polêmicas mais ácidas da imprensa, manauense naqueles anos, quando esta arma de combate era intensamente utilizada.

Combateu com Carlos Chauvin, ocasião em que foi chamado de ‘filósofo por hereditariedade, jubilado em aritmética”, precisamente por ser filho de Tobias Barreto, o grande mestre. As polêmicas pelos jornais foram uma constante em boa parte de sua passagem por Manaus, enfrentando Fran Pacheco, A. Mascarenhas, Demétrio de Toledo, Veríssimo Vieira, Júlio Maria e o coronel Pimentel, todos de forte personalidade e bons de pena e de bico, como se dizia naqueles anos em relação a jornalistas é oradores

de qualidade e contundentes. Outra de suas contendas foi com o jornal “Quo Vadis?” em 1903, da qual saíram coisas do arco da velha.

Sua pena foi usada nos jornais “A Notícia”, e “Amazonas” e até em panfletos mais audaciosos que eram espalhados pela cidade, mas, ao que se sabe dos bem antigos, jamais deixou de assinar seus artigos, até mesmo ‘os mais agressivos, nem mesmo quando experimentou se envolver como candidato a cargo eletivo.

Participou da luta pelo Acre, não só na tribuna de imprensa, e em 1902 esteve em combate juntamente com Orlando Lopes, integrando um grupo que partiu de Manaus para a região do conflito por ordem de Silvério Nery, ocasião em que ele ficou encarregado de oferecer armas e dinheiro aos revoltosos e pagar o frete do vapor “Solimões”.

Em 1904 seguiu para o Recife para se inscrever e cursar a Faculdade de Direito, na qual acabou formado bacharel e, segundo diziam os seus opositores mais ou menos ferrenhos, durante todo o curso superior em Pernambuco teria sido mantido como empregado do serviço público no-Amazonas, em razão de suas relações políticas com o nerismo.

De volta a Manaus decidiu apoiar a candidatura de Hermes da Fonseca à presidência da República, batendo-se por bom resultado eleitoral, muito embora os votos fossem todos de cabresto e as atas feitas sob rigoroso controle do governador de plantão.

Tempos depois mudou-se para o Estado do Pará no qual foi juiz de direito na cidade de Faro e mais tarde seguiu para o Recife, onde prestou concurso para a cátedra de Filosofia do Direito Romano, em:1923, o que demonstra, por si só, que não era um apedeuta como foi considerado em vários embates jornalísticos.

Esse figurão chamava-se João Barrete de Menezes, polêmico por natureza, o denunciante de que Eduardo Ribeiro teria sido assassinado.

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