Manaus, 25 de março de 2025

Por um mundo justo e acolhedor

Compartilhe nas redes:

Vivemos em tempos difíceis. A globalização e a internet democratizaram as informações. Mas nem todos tem conhecimento e ética em processá-las corretamente. O mundo está divido. O mais grave é o afloramento da xenofobia, racismo e intolerância.

A nossa Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, reza expressamente que todos são iguais perante a lei. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Garante aos brasileiros e aos estrangeiros no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Folheando e relendo pela enésima vez a nossa Carta Maior, em especial o artigo sobre igualdade, um eco de silêncio ressoava no meu âmago. Era o silêncio daqueles que, por medo ou cansaço, não se manifestam contra as desigualdades que ainda persistem. O racismo, a xenofobia, a intolerância – essas chagas sociais ainda marcam nossa sociedade. Muitas vezes, as pessoas preferem se calar, acreditando que a mudança é impossível, que o preconceito é um mal inerente à natureza humana.

Lembrei-me de uma conversa que tive com um imigrante em Brasília, quando da minha experiência no Ministério da Justiça. Contou-me sobre as dificuldades que enfrentava ao se estabelecer no Brasil. O olhar triste enquanto falava sobre discriminação e desprezo me fez perceber o quão doloroso é viver em um mundo onde as diferenças são vistas como fraquezas. O que deveria ser uma celebração da diversidade frequentemente se transforma em um campo de batalha de estereótipos e preconceitos.

É fácil se perder na rotina, esquecer que cada um de nós carrega uma história única. Precisamos, no entanto, nos lembrar de que o verdadeiro progresso começa com pequenos gestos. Um sorriso, uma palavra de apoio, um ato de solidariedade podem ser o primeiro passo para desconstruir as barreiras que nos separam.

O pôr do sol em nossa capital é sempre deslumbrante. Da janela do Ministério da Justiça o sol se punha no horizonte, tingindo o céu de cores vibrantes, como se a natureza estivesse nos dizendo que a beleza está na diversidade. E ali, naquele instante, percebi que o futuro é moldado por nossas ações, por nossas escolhas.

Dizer não ao racismo e à xenofobia é um ato de coragem, mas também de amor. Amor por nós mesmos e por todos que compartilham este mundo. Que possamos ser, todos os dias, agentes de mudança, ecoando a mensagem de que a diversidade é o que nos torna humanos e que juntos podemos construir um mundo mais justo e acolhedor.

*Bacharel em Direito. Membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e da Academia de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas.

Views: 3

Compartilhe nas redes:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

COLUNISTAS

COLABORADORES

Abrahim Baze

Alírio Marques