Manaus, 3 de dezembro de 2023

Porto provisório

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Os pássaros das trevas se dispersam.

o coração retoma os movimentos

das sístoles e diástoles da vida.

 

Se te magoaram, deixa, que as torrentes

do amor lavam o ser de todo o pranto;

não revides ao medo que ao medroso

revolta, nos labirintos que o prendem

 

nas cadeias do próprio coração,

aos apelos do amor, indiferente;

nas cadeias da morte, essa megera

que te cerceia os passos, homem livre,

 

não te deixes ficar; eles te querem,

os déspotas,  brandir sobre o teu sonho

os chicotes da injúria com que pensam

calar o coração do ser humano.

 

*

 

Calar o coração do ser humano

para que, vis, volúpia e violência

se comprazam no corpo do seu sonho.

 

A centelha de luz que te ilumina,

caminho para a viagem escolhida,

é sensível aos ventos que te levam

pelos vales da morte impercebida.

 

Protegê-la é preciso, que te espreitam,

portadores da intriga, os homens rotos

de tanto caminhar, surdos na rota

de si mesmos, sem rumo, cegos, mortos.

 

A vida se reduz ao dia e à noite,

a conquista do espirito se esquece,

nada sugere os pássaros cantar;

a luz da madrugada se alvorece.

 

*

 

A luz da madrugada se alvorece

e se compõe nas águas deste

onde se banha o corpo como a prece

 

que limpa o nosso espirito das lágrimas

aviltantes, não chora quem não luta,

que outras tiram a lama de nossa alma

como lavam as águas deste rio.

 

Liberdade de olhar no rosto a face

da verdadeira moeda oferecida;

sob o impulso dos olhos se agasalha

da vida a hipocrisia sem medida.

 

A luz da madrugada resplandece,

nos largos horizontes se anunciam

oriente rumo rota norte rima

da pedra, sobre a pedra, a casa erguida.

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