Pescador silencioso do lagos e dos rios da Amazônia,
Tecendo a rede dia a dia,
Fio por fio, ponto por ponto, nó por nó,
Para pegar a sulamba, o jaraqui, curimatã,
O tambaqui que era outrora tão grande,
e hoje é tão pequeno…
Repara que as geleiras, sorrateiras,
vão levando teu peixe
para Leticia e para Tabatinga,
Manaus e Santarém, ou vão para Belém,
e até para mais longe…
Enquanto tu consertas a tua rede
que a piranha rebentou,
que o jacaré cortou,
outras piranhas, feras bem maiores
Invadem os teus lagos;
Jacarés mais vorazes
Vão colocando lances
zombando do teu silencio, tua calma.
Tu deves te organizar
e tecer com teu grupo,
bem unido, na base, a uma comunidade,
uma rede segura.
Fio por fio, ponto por ponto,
nó por nó,
para te defender e defender teu povo
da extinção.
Rompe o silencio a que te habituaste.
Tu precisas gritar, tu precisas bradar
Junto com o grupo,
com tua comunidade,
antes que seja tarde.
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