Na década de 60 diversos desastres ocorreram que acabaram por plantar uma semente de sensibilidade ecológica em Gaia modificando completamente a maneira de o ser humano prestar atenção nas lições da Natureza. Rachel Carson lança o livro Primavera Silenciosa, no qual denuncia a ação do DDT; explosões e radiações nucleares no Deserto de Nevada (EUA); contaminação por mercúrio em Minamata (Japão); vazamento do petroleiro Torrey Canyon (Inglaterra) e as anomalias provocadas em crianças ao redor do mundo pelo uso da Talidomida, etc..
O mais importante movimento foi o da contracultura ocorrido na catedral do capitalismo expressada pelos “hippies”, cujo objetivo era fundar o YIP – Partido Internacional da Juventude para protestar contra o sistema, pregando uma nova filosofia, negando os valores consumistas do desenvolvimentismo e voltando à vida simples do campo, tendo como ícone São Francisco de Assis.
Essa ‘revolução’, em parte, foi materializada no município de Bethel (Nova York), com aproximadamente 500 mil pessoas em Woodstock, palco por onde desfilaram cerca de 30 músicos de inúmeras procedências. O evento seria apenas um festival de paz & música para celebrar o início da Era de Aquário. Os organizadores esperavam apenas 40 mil expectadores, mas a cidade foi compartilhada por muito mais milhares de jovens oriundos de todo o planeta.
Na caminhada já tremulavam diversas bandeiras, desde o anarquismo, passando pela criação dos partidos verdes, a questão ambiental e a paz. Afinal, no período da Guerra Fria a URSS mandou instalar em Cuba uma bateria com centenas de ogivas nucleares apontadas para Miami. Nessa mesma época três pessoas formam uma comunidade, em um terreno inóspito, na Escócia que, após um processo de aperfeiçoamento, toma o nome de Fundação Findhorn, propondo o conceito inovador de ecovila, isto é, modelo sustentável e de prestação de serviços planetários, no redesenho da presença humana no mundo, segundo a brasileira May East, atualmente no comando da organização.
Na década de 1970, a Organização das Nações Unidas, preocupada com a escalada de violência e guerras, cria a Universidade da Paz, em Tókio (Japão). Em seguida, na década de 80, instala em Cólon (Costa Rica) a segunda instituição de ensino superior dedicada à educação, formação e pesquisa para a paz, por uma série de motivos, inclusive a extinção do Exército. Seus cursos seriam notadamente destinados à prevenção da violência, conflitos, terrorismo e outros temas relacionados.
Em 14 de abril de 1988 é inaugurada em Brasília a terceira Universidade da Paz, também denominada de Universidade Holística Internacional, com base na Declaração de Veneza (1986), para “despertar uma nova consciência, promover a cultura de paz e buscar saúde e plenitude”. O então governador do Distrito Federal, José Aparecido de Oliveira, foi quem incumbiu Pierre Weil de criar essa organização não governamental que obteve o título de Utilidade Pública Federal conforme publicada no Diásrio Oficial da União de 16 de abril de 1997. Roberto Crema, Lydia Rebouças, Luiz Montezuma, Bete Clark e Flávio e Sandra Rebouças da Silva foram alguns dos luminares a fazer parte dessa caminhada.
No mesmo período, em Itacoatiara, um grupo de docentes convergia para criar uma organização da sociedade civil que estudasse o tema, filiando-se à SBEP – Sociedade Brasileira de Educadores pela Paz. O grupo foi solidificado e convidado para ministrar aulas, proferir palestras e seminários nas escolas da cidade, entusiasmando professores e estudantes. Foram realizadas diversas caminhadas que seguia um roteiro próximo da instituição escolar e finalizava sempre em um pequeno obelisco, construído nos Jardins da Praça da Polícia, para marcar o evento, demostrando que o município estava antenado com o que ocorria no mundo.
Fato interessante é que todas as vezes que os cosmonautas russos passavam próximo à órbita do Brasil, observavam um ponto verde incomum piscar nos instrumentos de navegação espacial e, intrigados, interrogaram o comando em terra que nada soube informar a respeito. Discutiram entre si e chegaram a seguinte conclusão: o fenômeno vem da força do movimento ecológico ou do poder de fé do povo brasileiro – um sentimento místico que expressa sabedoria embasada em nossas tradições religiosas…
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