Afirma que foi a primeira voz a se erguer em favor da criação da Província do Amazonas.
Nasceu em Cametá, no Pará, em 1 de novembro de 1787, foram seus pais Francisco Justiniano de Seixas e dona Ângela de Souza Bittencourt, era sobrinho de Dom Romualdo de Souza Coelho, oitavo Bispo do Estado do Pará.
Fez seus primeiros estudos no seminário de Belém sob os auspícios de seu tio, o Padre Romualdo de Souza Coelho, que mais tarde viria a ser Bispo do Pará e que também nascera na mesma cidade Cametá. Estudou algum tempo no seminário em Lisboa, onde seu talento foi sobre modo apreciado. Voltando para o Pará, lecionou no Seminário Latim, Retórica, Filosofia e Francês. Posteriormente, tornou-se deputado na Assembleia Geral Legislativo. Como deputado, apesar de ter nascido no Pará, foi defensor incansável na Campanha em prol da criação da Província do Amazonas e seus discursos a esse respeito constam dos Anais do Parlamento Nacional, assunto sobre o qual se refere o historiador Arthur Cesar Ferreira Reis, em sua obra História do Amazonas, onde afirma que foi a primeira voz a se erguer em favor da criação da Província do Amazonas.
Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o Bispo do Pará Dom Manuel enviou o padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o Diácono Romualdo Antônio de Seixas, para levar os cumprimentos ao Rei Dom João VI, em nome do Clero Paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de Cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo. Romualdo Antônio de Seixas foi ordenado presbítero, em Belém no dia 01 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho, em seguida, nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular. O Cônego Romualdo Antônio de Seixas presidiu a junta governativa da Província do Grão-Pará e Rio Negro entre 1821 a 1822 até 1823. Recebeu de Dom Pedro I o Título de Pregador da Capela Imperial e a Grande Dignatária da Imperial Ordem da Rosa e de Dom Pedro I, por ocasião de sua coroação, em 18 de julho de 1841, a Grã-cruz, da Imperial Ordem de Cristo.
Ainda no reinado de Dom Pedro I foi nomeado Arcebispo da Bahia, no dia 26 de outubro de 1826 e confirmado pelo Papa Leão XII no dia 20 de maio de 1827.
Dom Romualdo Antônio de Seixas foi sagrado na Capela Imperial do Rio de Janeiro por Dom José Caetano da Silva Coutinho, estando presente o imperador e toda sua corte, em 1841, como único arcebispo do Brasil à época. A Província Eclesiástica de São Salvador da Bahia abrangia todo território brasileiro e todas as demais dioceses, inclusive, a do Rio de Janeiro que eram sufragâneas da Arquidiocese Metropolitana de Salvador. Presidiu a solenidade de sagração Dom Pedro II, Imperador do Brasil e dele recebeu a Grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por Decreto imperial, de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860, foi nomeado Marquês de Santa Cruz.
Dom Romualdo Antônio de Seixas pertenceu ao grupo de bispos ultramanos ou reformadores, como Dom Antônio Ferreira Viçoso, de Mariana, Dom Antônio Joaquim de Melo, de São Paulo, Dom Antônio Macedo Costa do Pará e Dom Vital de Oliveira, de Pernambuco.
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Foi sócio da Academia de Monique, do Instituto da África, em Paris, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, da Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras. Correspondeu-se com Carl Frederich Philipp Von Martius e Johann Baptist Von Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem a Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia de Ciências de Monique. Em Cametá, há uma escola com seu nome Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas que é a mais antiga da cidade. Em uma das ruas do Bairro de Cambuci, em São Paulo, tem o nome Rua Dom Romualdo de Seixas. Assim como em Belém do Pará, no Bairro de Umarizal.
Seus discursos parlamentares, seus sermões, suas cartas pastorais e outros escritos firmaram-lhe a reputação de sábio, assim no Brasil como na Europa.
No dia 25 de fevereiro de 1858, escreveu seu belo e comovente testamento, do qual fez executores ou testamenteiros Raimundo Barroso de Souza, seu primo e cunhado, Cônego José Joaquim da Fonseca Lima e Cônego José de Souza Lima.
Dom Romualdo Antônio de Seixas muito sofreu da parte de inimigos gratuitos que lhe invejavam o talento e a fama. Estes não o pouparam, espalhando no Reino as mais repelentes calunias. O prelado, entretanto, nobre e magnânimo a todos perdoou, incluindo em seu testamento esta declaração impressionante:
“… Perdôo de todo meu coração todas as calunias, de que tenho sido objeto, sem exceção das que com inaudita injustiça se fez correr por todo o Império, de que eu tinha alcançado por meios simoníacos o arcebispado da Bahia. Reconheço-me como o mais miserável dos pecadores, mas, tomo por testemunha a Deus que me há de julgar, que não sou culpado de tão abominável delito. Nunca dei nenhum passo ou apliquei meio algum ainda indireto para conseguir esta alta dignidade, que certamente não merecia, nem jamais me tinha vindo a lembranças, pelo contrário tentei logo pedir escusa e, se o não o fiz foi movido pelos conselhos de um sábio e respeitável prelado, mas, quando chegou a Bula da confirmação, tendo já transpirado a referida atrocíssima calunia, resolvi-me então, ir pedir a Sua Majestade Imperador, que me dispensa-se de semelhante cargo, pois, que ainda era tempo, mas ele não se dignou atender-me.”
Antologia Nacional de Werneck
Dom Romualdo Antônio de Seixas é Patrono da Poltrona n. 46, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas. Chorado pelo seu rebanho, faleceu no dia 29 de dezembro de 1860, em Salvador, aos 73 anos.
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